ANO 5735 - O DESFECHO (Natal Celestial) Parte 08 – A DOENÇA

ANO 5735 - O DESFECHO

(Natal Celestial)

Parte 08 – A DOENÇA

Aijou tentava acordar, mas se sentia cansado, mais que o normal, abria os olhos, mas não conseguia manter o aberto por muito tempo, ele conseguia ver o sol pelo teto transparente, mas não conseguia focalizá-lo.

“Aijou! Acorde!” Mei chamava-o, mas para o pequeno menino ele não sabia se era o seu pai, sua mãe ou ambos que estavam chamando.

Naquela época, os nezumi não tinham mais doenças há muitos anos. Geralmente os nezumi morriam por parada de órgãos. As terapias alternativas dos nezumi preparavam o ânima para a sua separação total da matéria. Quando chegava à hora, as mortes eram como um sono e não como um processo doloroso, às vezes ocorria acidentes esses eram complicados e mais difíceis de entender.

“Mãe, Pai estou com muito mal estar, meu corpo todo dói, estou com muito sono e cansado”, falou o menino

Os pais estranharam, pois o menino era sempre ativo pela manha, ele estava suado e tendo calafrios. Os pais acharam que era cansaço mesmo por causa da iniciação dia anterior. Forçaram Aijou a se levantar e levaram-no para se banhar, mas para a surpresa de seus pais o menino mal arrastava os pés, e no caminho começou a passar mal e vomitar.

Assustados os pais começam a chamar mentalmente Pedro, ele não devia estar longe dali, pois ao raiar do sol ele estava partindo e aquele dia estava sem grandes correntes de vento.

Durante o banho o menino reclamava o tempo todo de dores musculares, não conseguia mexer o pescoço direito.

Os pais levam o menino para casa, prepara um chá de ervas para ele enquanto aguardava a chegada de Pedro. O chá era uma mistura de flores de sabugueiro, um arvoredo comum naquela região, com lindas flores brancas e muitas pequenas e com odor muito agradável. Gengibre seco devido a sua capacidade de combater o vômito e Camomila. Tudo feito por efusão e adoçado com uma gotinha de mel, mas mesmo assim o pequeno se recusava a ingerir, devido às dores na nuca.

Pedro chega, apesar de não ser medico, profissão a muito inexistente, ele tinha um excelente herbário e seus conhecimentos de Do-in, uso de cristais, energização, hidroterapia e acupuntura era bem desenvolvido e por este motivo, ele era conhecido e respeitado por todos.

“Vocês estão dando o que para o menino?”

“Chá de sabugueiro, camomila e gengibre adoçado com mel. O que ele pode ter?” os pais estavam aflitos, nunca tinham visto outra pessoa doente, já tinha visto pessoas quebradas, mas doentes naquela época era uma novidade até certo ponto macabra.

“Ótima mistura, mas pegue água de mina, vamos deixá-lo de bruços e fazer compressas nele. Colocarei rubi e sardônica para as dores, nuca e perna, as qualidades destes cristais são excelentes para aliviar febres e dores?”

Os pais nem responderam, correram para mina para pegar água.

Pedro começou a colocar os lindos rubis vermelhos e com sardônicas azuis nos pontos de dor do menino. Alem desses dois cristais, ele pega de sua mala alguns lindos cristais negros de magnetita embrulhados com tecido fino e também de coloração negra e outros lindos cristais de tom amarelo escuro ou avermelhado, as cornalina, cristais que tiram as inflamações dos nervos.

Assim que os pais chegam com a água da mina, compressas foram feitas em cima de cada cristal. Outros cristais do mesmo tipo foram colocados mergulhados em água, para que ocorresse a troca regular dos cristais, sempre usando cristais “limpos”.

“Meus amigos, vamos nos unir em pensamento para pedir ajuda aos amigos da “curator ex is aequora”, pois eu nunca vi algo assim estes cristais iram controlar a dor e febre do pequeno, mas temos que descobrir a causa.

Os três sentaram e começaram a emitir pensamentos de ajuda para os quatro cantos do planeta, nenhum dos três nunca tinha visto algo assim.

Passaram algumas horas e todos que estavam ali na tarde passada estavam de volta, no centro o menino, que ainda estava quente, e ainda resmungava de dor, mas o que parecia o chá, compressas de água fria e cristais tinham segurado a doença, seja qual ela fosse.

Os “curator ex is aequora” tinham muitos curadores com eles e cada qual com os seus pêndulos de água mediam a energia no menino e foi quase unanime que o problema era na cabeça, quando eles estavam para falar isso para os pais. Aijou começou a ter uma convulsão, babava muito, defecou e se urinou e caiu desfalecido, Pedro que estava mais próximo percebe que a temperatura estava baixa, o menino respirava calmamente, mas o que tinha sido aquilo?

Os “curator ex is aequora” unem suas mentes, e como se fossem uma única pessoa eles mandam mensagens de socorro para os mentores desencarnados do Azul. E todos os “curator ex is aequora” que ali estavam e muitos outros em todos os cantos do Planeta, tirando Mei e Pedro, se desdobraram para a reunião sobre o pequeno Aijou, que parecia estar dormindo sobre o gramado.

A reunião foi rápida, os mentores observaram que Aijou estava próximo ao corpo, e ligado a este pelo cordão prateado, ou seja, ainda vivia, constataram que o problema estava nas meninges do menino, ele estava com uma doença há milênios inexistente chamada de coriomeningite linfocitária causada por um vírus que a muito deixou de ser patogênico, um “arenavírus”, ele por algum motivo desconhecido voltou a ser patogênico e estava inflamando as meninges do menino.

Consultando os planos mais elevados e a biblioteca de Chikyuu chegaram à conclusão que a medicação a muito deixou de existir no Azul e que o tratamento seria cristais, hidratação e reposição energética. Se tudo desse certo em 7 a 10 dias o menino estaria curado por si só.

E assim a reunião se desfez e Shin voltando para o seu corpo passa isso para Mei, acrescentando que o menino podia ter pegado a doença brincando com pequenos roedores que por ali morava.

Seria isolado de outras crianças e a solução era aguardar e esperar uma resposta dos mentores por que as doenças estavam de volta.

E o significado disso ainda era um mistérios para todos.