ANO 5735 - O DESFECHO (Natal Celestial) Parte 07 – UMA AULA PARTICULAR

ANO 5735 - O DESFECHO

(Natal Celestial)

Parte 07 – UMA AULA PARTICULAR

Aijou sente aqui!

Era Pai André que chamava o menino para o banco. Platão fez cara de quem não entendia nada e o velho negro de cabelos totalmente brancos apenas sorria e baforava o seu pito.

“Vá Plantão encerre sua aula com as crianças que em breve eu libero o menino! Vá!”

Plantão sem ter outra solução a não ser acatar o velho mestre parte para junto das crianças.

“Aijou, as coisas nos acontece para que possamos ser ferramentas do Divino. Plantão não aceita estas idéias, pois durante o cataclismo ele perdeu inúmeros companheiros de jornada que foram arrastados para o corpo celeste, muitos eram hipócritas, pregavam idéias revolucionarias de Paz e Amor enquanto se enriqueciam com a desgraça do povo”

“Isso faz muito tempo Mestre Pai André?”

Rindo o bom velho responde:

“Filho me chame apenas de André ou Pai André.”

“Há muitos milênios uma reunião ocorreu aqui no plano astral. Na superfície do Azul, que na época se chamava ainda Terra, as noções da espiritualidade e do astral já estavam sendo ensinados por mentores de luz, infelizmente estes ensinamentos acabou ocorrendo em camadas sociais mais esclarecidas e não nas camadas mais humildes. Na época Aijou, o Azul tinha muitas pessoas miseráveis e no outro extremo, pessoas tão ricas que desperdiçavam tanto que apenas com a sobra delas, podia ser resolvidos problemas de comunidades inteiras. Então, muitos dos moradores do astral resolveram ir para a superfície do Azul, e se aproximar tanto de outras pessoas dotadas de capacidades mediúnicas que influenciávamos estas para ajudar os necessitados. Para que isso se desse de uma maneira popular, utilizávamos o titulo de Pai e Mãe, pois nos dávamos colo e compreensão aos necessitados, rezamos e acendíamos a fé no coração dos terrestres, apesar de que muitas pessoas se faziam de “veiculo” apenas em proveito próprio, mas até esses tinham a sua missão na Terra. Nós moradores do astral, éramos chamados de pretas velhas e pretos velhos. Numa referencia a uma de nossas encarnações, uma em que fomos usados como escravos, esta roupagem nós escolhemos para mostrar que nós perdoávamos os nossos malfeitores e mostrávamos que o importante era ter humildade e amor as outras criaturas.”

“O Senhor passou por isso pai?” perguntou Aijou.

“Sim meu querido filho, eu fui senhor de escravo, eu persegui outras pessoas por ideologias religiosas e por interesses políticos, isso num período anterior ao período do cristianismo, e para resgatar isso escolhi nascer na África num período que a autoridade religiosa mais influente na época pregava que negros eram animais sem almas. Fui capturado e torturado e por ter olhos azuis valia muito. Graças a Deus aprendi os rapidamente os costumes do povo branco e acabei ajudando muitos outros negros, assim como brancos.”

“Quando passei para o plano espiritual a princípio tentaram me seduzir para que eu infernizasse a vida dos descendentes daqueles que eram os meus donos, mas os meus meninos nunca me trataram mal, assim como a minha dona e meu dono, eles me chamavam de André contador de estória, não sendo raro eles me chamarem para contar estórias do meu povo para filhos de convidados. Então por que judiar das crianças?”

“Graças a este pensamento, fui rapidamente ajudado e levado para uma colônia de luz, lá conheci outros escravos, pessoas brancas, índios, árabes, ciganos e outros desencarnados de muitos povos que havia na Terra naquela época, eles discutiam a formação de uma nova religião, uma religião que aproximasse os povos e que tinha como bases os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo que é o amor e a caridade.”

“Numa noite, um médium deu passagem a um índio chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas que foi o primeiro a manifestar e a pregar esta religião.”

“Pai André, aonde o senhor quer chegar?” perguntou o menino fascinado pela historia do velho.

“Filho, se eu não fosse capturado, separado de meus entes queridos, se eu não tivesse uma boa índole eu não teria ajudado a ajudar as pessoas, ai vem à resposta para a sua pergunta: Nos Aijou passamos a existir com um propósito maior que é a evolução, às vezes não vemos um contexto muito grande, mas Ele tem o roteiro básico de tudo em nossas vidas, se eu fui capturado na hora ele mudou o meu roteiro e me deu nossas opções para a minha evolução. Aijou, enquanto estamos aqui conversando sei muitas coisas ocorrem no Azul, muitas coisas ocorrem em todos os lugares do Universo. Sei isso não porque sou um gênio ou mais inteligente, sei isso por ter vivido mais e ocupar um posto um pouco mais alto.”

“Como assim Pai?”

“Imagine você num bosque. Com muitas arvores e neste bosque começa um incêndio. Você estando próximo do incêndio vera fogo e sentira o cheiro da fumaça, mas talvez não consiga avaliar a grandeza do incêndio. Uma pessoa que se encontre mais longe do incêndio, talvez só saiba que esta tendo um incêndio quando este estiver incontrolável. Agora, se neste bosque em cima de um morro alto, tiver um posto de observação, com certeza assim que surgir a fumaça o guarda ira perceber, mesmo sem ter visto o fogo ou cheirado a fumaça. O Guarda acionara uma nave de combate ao incêndio que sobrevoara o incêndio e vera toda a sua extensão. Agora eu pergunto o que você entendeu com isso?”

“Bem não deu para saber a inteligência, idade ou nada de ninguém, apenas deu para perceber que cada um sabia o que tinha que saber devido o lugar que estava naquele momento, certo Pai André?”

“Parabéns Aijou. Numa ultima analise, o guarda manda uma informação, não telepaticamente, mas por sinal de radio, você deve ter aprendido o que seja um radio na escola do Azul certo?” “Só que este sinal é fraco, contento muita interferência, a pessoa que esta captando este sinal, sabe que ocorre algo importante no bosque, mas não consegue definir o que seja. Consegue visualizar isso Aijou, há personagens em todos os níveis nos incêndios do Universo, e todas as historias de todos os personagens estão escritas num roteiro que já tem todas as possibilidades escritas. A cada palavra que falamos todas as outras opções são queimadas, mas todas são possíveis e Ele sabe disso.”

“Pai, sou radio, sou o ouvinte, sou o observador, ou piloto, sou quem?”

“isso meu filho é Ele e você quem saberá, basta você ouvir o seu coração, mas as mudanças do Universo estão para ocorrer.

“Agora meu filho, se prepare, algo esta para acontecer em seu corpo que mudara muitas coisas em sua vida, se assim você quiser.”

E a assim Aijou foi voltando para o seu corpo, mas foi de maneira tão lenta que mesmo de longe via os olhos do velhinho. Pai André que pessoa interessante e este eram seu pensamento quando tentava acordar de um sonho cansativo.