Visita à Astral Moradia do Suave CintiLar
Amanhecer de um sonho.
Ao interior da casa, em seu espaço maior e desimpedido da sala, uma opaca invisibilidade se apresenta, ali, na compacta vastidão de sua presença.
Aqui, a simples presença desta própria.
Assim.
As paredes translúcidas que a cercam são também invisíveis.
Ah sim!
A transparência extrema de uma parede ao seu contorno. Contorno transbordante. Flauteante.
Ainda uma porta, uma brilhante porta nesta parede.
Adentro da invisível transparência, vê-se o Brilho da passagem.
A Luz lúdica que flutua de superfície a superfície está cantarolando calminha e silenciosa, há um tom de 'frio na barriga' divertido num corpo que simplesmente não tem barriga, num calor que não há frio. De um Corpo que não tem corpo.
A lúdica lucidez da Luz vai se translucidificando...
Minha consciência pura contempla.
Meu ponto de percepção é a parede de meu ponto de origem. Origem sem pontos...
Monstros ao longe tão distante.
Máscaras os são, que observam ao chão.
Me não-observam, pois não-observam a consciência pura, simplesmente por não-Me-observarem...
Mínima é a mudança, mas mudança não é a mínima.
Mudança sem medida, desmedida. Desmentida, esclarecida.
Mundo a clarear, neste suspenso clarear, desta Presença clara, clareante neste recinto, eis que sinto.
Os cômodos não-incômodos da moradia contente de acordar.
O raiar dos raios de sol, misteriosos raios clareadores, interpenetram recônditos ocultos e até os ocultos mais recônditos, constituintes.
Os aposentos, os quartos, os terços, os segundos do tempo, a primosia levanta fulgores macios de harmonia, o frio da barriga que se torna o lindo calor no coração, tomado por encantada sensação. Casa limpa. O silêncio reflete aquele tal som, de cintilância definida a ecoar, seus ecos definidos, sumindo, e eu vou sumindo junto aos ecos que me levam, sublime aconchego.
Raiou Luz. Eu vi raiando.
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