Sete dias da Semana - Cap VI
Sábado
A noite terminou. Aquele homem voltou para casa depois que a chuva passou, era 4h40 da manha. Não quis dormir, tomou muito café e ficou acordado olhando pela janela o dia nascer. A energia cósmica que radiava naquele lindo dia ensolarado o fez voltar a viver, já estava cansado de procurar, não ia mais esperar. Ligou para empresa alegando que precisaria ficar dois dias ausentes. Seu chefe deu estes dias. Logo telefonou para sua amiga, ela tinha sido tão prestativa. Não quis muita conversa, alegou que na segunda contaria tudo. Queria sair daquele ostracismo que foi a sua semana, se arrumou com uma roupa bem largada, camisa toda branca com um jeans surrado e um tênis que há tempos não colocava. Saindo do apartamento, tinha um sentimento, que era de voltar para seu caminho, ele iria esquecê-la sozinho. Pegou o elevador, ao sair foi na portaria, notou que o outro porteiro ainda estava de férias. Queria pedir desculpas pela sua grosseria de segunda, e lógico pela histeria de ontem. Percebendo que isso não seria possível, olha para o relógio, estava quase na hora do ônibus passar, mas não pensava no dele e sim no da moça, a qual ele ignorou os encantos. Apressou para chegar a tempo de falar com a mesma.
De longe percebes que ela não estava lá, via que durante a semana ele a reprimiu. Engraçado que sente alguém tocando seu braço. _ Oi! Pelo visto não foi trabalhar hoje? Olhando para trás, nota que era a moça, com um sorriso lindo, uma luz que brochava de seus olhos eram incríveis. _ Olá! Não vou trabalhar. Vim apenas para te ver. Ela fica embevecida com tamanhas palavras dele. Ele analisa seu corpo, neste sábado de sol, ela estava com uma minissaia branca dois dedos acima do joelho, uma blusinha tomara que caia roxinha, e uma sapatilha colorida. _ Quero pedir desculpas para você, nesta semana fui arrogante contigo. Ela acaba desculpando ele e também resolve confessar algo. _ Queria te dizer uma coisa, na segunda feira quando estava chorando, é que na noite anterior tinha sonhado com minha falecida irmã. Subitamente o homem lembrou que tinha sido grosseiro com ela na terça, com muito remorso repete as desculpas, curioso pergunta do que a irmã faleceu. _ Ela morreu a hum ano, coitada, sempre foi isolada da família, mal abria a boca, convivia com depressão congênita. Chegando a um momento que se matou enforcada, ela viajou para uma casa de campo da família. Sozinha planejou tudo, foi encontrada dias depois pelo nosso primo por volta das 4h40. _ Sinto muito!
Depois do dialogo seu ônibus chegou, ela o beijou na sua face esquerda, e perguntou se ele tinha guardado o bilhete dela. Acenou que sim.
Depois que ela saiu, ele ficou desanimado com a notícia que ela tinha perdido sua Irmã de uma forma tão brutal. Nem tinha notado que já era quase 9h, o ônibus não passava. Estranhou, por um momento concluiu que tudo foi um pesadelo. Nada tinha existido. Como o destino tinha sido pérfido. Independente do que, ele teria que se recuperar. Mesmo que o caminho fosse uma escuridão.
Saindo lentamente do ponto, ouviu um barulho de um veiculo, antes de olhar acabou sendo acometido por uma sensação. Depois que ele virou, era de novo, o Parque Novo Mundo, 066. Em uma velocidade se questiona se aquilo seria real. O ônibus ao parar abre as portas. De cara está o motorista de cabeça baixa, o gerente sem esboçar muito fala: _ Pode fechar as portas não irei a lugar nenhum hoje. Antes de terminar sente um cheiro pelo ar, algo como o exalar dos deuses. Sentiu um frio na barriga e sua mente parou. De repente aquela mulher aparece na porta do ônibus, com um olhar fez o coração de o homem amar novamente.
_ Entre, preciso falar com você! Sem pensar muito ou perguntar qualquer coisa, subiu. A querença de um simples pedido fez agir desta maneira. Passou com o ser dela pela catraca, o cobrador do jeito que estava nem se mexeu. Ela sentou no mesmo banco do primeiro encontro, a diferença que ele sentou ao lado dela. _ Tinha lhe dito que voltaríamos nós ver. Aqui estamos juntos.
Ele tendo a percepção do redivivo, volta-se para o ser dela com as seguintes palavras: _ Sofri demais, senti um vazio extremo a ponto de querer me matar por não poder me encontrar, mas independente disso, só estando aqui, já me faz amar plenamente sua pessoa, quero dizer que te amo. Apesar de não saber nada de ti, quero viver ao seu lado para sempre. Ela olhava dentro de sua alma, confidenciava e aclamava as palavras dele. Querendo falar ele continua. _ Fique comigo! Ame-me também, ou me mate. Mas não me abandone mais. Calmamente ela disse:_ Tranqüilize, estamos chegando à minha casa, lá serei sua como nunca fui de outro homem, me entregarei a ti. Com os olhos cheio de lagrimas ele pede um abraço. Ela consente!
No meio deste sentimento, a voz serena de Caronte. _ Chegamos ao destino final, sua moeda vale até aqui. Desçam! Ela pega nas mãos do gerente e desce com ele. Ao descerem o ônibus segue seu caminho, estava uma noite nublada. Depois de certo ponto eles perdem de vista aquele veiculo. Se voltando para frente nota que está um cemitério, não se assusta com aquilo, se sente confortável e forte ao lado da mulher. Os dois entram, sem falarem nada, chegam a uma parte do cemitério que tinha um tumulo, ele não quis reparar no que estava escrito. Percebeu que era um jazigo muito sofisticado, com material de bronze. Havia uma ornamentação de um anjo, com os braços abertos, ao lado uma pequena porta, ela abriu a porta e entrou, chamando em seguida. Quando entrou, ela entregou seu corpo, copularam. A única frase que se ouviu foi a dele. _ Minha vida iria recomeçar.