Sete dias da semana - Cap I
Conto
Sete dias da semana
Cap I
Segunda feira
Ser gerente de uma empresa do ramo comercial pode ter suas vantagens, principalmente no aspecto financeiro, ter uma sala, seus subordinados, mas nunca esquecendo que você também tem um superior, é a hierarquia! Agora então, onde nosso país passa por uma instabilidade na economia, 2010 é o ano de crescimento, teremos logo a frente copa do mundo e olimpíadas. Nossa moeda esta crescendo, o Brasil já virou à principal potencia no MERCOSUL, e a próxima escala é o mundo.
Nessa situação temos um homem, ou melhor, um gerente de uma rede de hipermercados conhecido em nosso país. A pena que é uma multinacional. Na segunda feira o gerente tinha que estar no seu serviço às oito horas da manha, acordava sempre da mesma forma, relaxando em direção da luz que refletia da janela, era um ritual! Morava sozinho (pela idade do individuo seria normal), seus pais já tinha morrido em um acidente na Bahia, exatamente em Vitória da Conquista, o seu pai cochilou e bateu o seu veiculo violentamente na estrada Rio – Bahia... Dois longos anos já se passaram, ele superou com muito aperto no coração, lógico que teve por trás um bom tratamento psicológico. Mas para sempre ele terá a imagem dos corpos de sua família na sua mente e alma, foi uma dor insuportável ainda mais para ele que caminhava sozinho em sua estrada de vida!
Seu apartamento era bem estruturado e organizado, preferiu o alto a o baixo como sempre dizia: “gostava do ninho dos passarinhos do que dos felinos”. Após seu banho, tomava seu café reforçado e iria para sua rotina da vestimenta. O seu estilo é social, gostava de cores alegres em tons pastéis a gravata era da cor berinjela, suas camisas tinham colarinhos estreitos com ar retro. O sapato sempre era italiano!
Logos após o ritual estava pronto, ia até a garagem onde estava seu carro um Ford Fiesta, comprou faz uns meses de uma amiga que estava se desfazendo do automóvel. Estava tranqüilo enquanto o horário, sempre chegava mais cedo, ajudava a abrir a loja, um exemplo de ética profissional, mas justamente naquela segunda o carro não funcionou, o homem não entendeu o porquê, mas enfurecido começou a chutar seu veiculo, ele é impulsivo e descontrolado. O porteiro de longe, (melhor exatamente da sua guarita) notou a cena e perguntou se ele precisava de alguma ajuda! O homem aceitou e tentou acalmar-se, mas minutos depois ele já estava bravo novamente, ele era escravo do tempo e seu capataz o relógio o acelerava. Perguntou ao porteiro;
_ Como é vai demorar muito?
O simples empregado olhou para ele respondendo secamente_ Seu carro hoje não funciona, o motor esta fundido!
Sem controle o homem esbraveja;
_ Como assim fundido, eu nada fiz, você não sabe o que fala seu “mero” porteiro, não preciso do seu conselho de mecânico.
O porteiro sem ter onde colocar a sua face;
_ Desculpe senhor, só queria ajudar!
Ele levantou-se e voltou para portaria, o homem entrou novamente no carro e tentou sem parar... Cansado e já atrasado, resolveu ir de ônibus. Não era muito longe sua casa do serviço!
Antes de ir para na portaria. Pergunta como chegava ao seu serviço, o porteiro o respondeu;
- O Senhor desce pela rua, no primeiro ponto pega o ônibus do numero 066 parque novo mundo! Sem agradecer o gerente lhe da um bom dia e segue o caminho.
Pensa em como é bom ser superior, tratou o porteiro mal e o mesmo teve que engolir e ajuda-lo a encontrar o caminho, mas são muito burras essas pessoas vazias de conhecimento “vou descer por onde pelo céu”. Pensa o Gerente.
Em outra mente, a do porteiro vemos: “ele me paga por ser mal educado, é tão sem noção que dei o numero do ônibus errado inventei o nome, nem sabe que hoje é meu último dia, depois entro de férias”.
Chegando ao ponto começa a esperar, e nada do ônibus, olha ao relógio, nota que já esta super atrasado, nunca tinha estado atrasado, muito menos chegado! Então estranhando a demora e sem alternativa pergunta para uma moça que ali estava;
_ O ônibus Parque Novo Mundo demora muito?
A moça mal olhando em seus olhos diz que este ônibus não passa naquele lugar.
_ Como não, o Numero é 066, e você poderia olhar para mim quando eu falo!
Ela nem dando atenção para ele sobe para o ônibus que para no ponto. Já imaginando que o porteiro tinha brincado com ele resolve voltar e obrigar o síndico a mandá-lo embora!
Foi quando do nada parou um ônibus no ponto... Ele voltou, viu que era o seu! Subiu no veiculo que estava vazio, apenas uma moça no fundo! Como era detalhista percebeu coisas estranhas naquele ônibus, o motorista e o cobrador todo de preto e com óculos escuros, imaginou: - Belo uniforme pelo menos não suja tanto. E os vidros eram espelhados, como não tinha costume de andar de transporte publico não achou nada esquisito. Antes de passar a catraca pergunta ao cobrador o tempo de demora para chegar, o cobrador de cabeça baixa e sem levantar a mesma diz: “Toda nossa viagem é rápida”.
O gerente passou a catraca refletindo,
_ Mas que pessoa esquisita trabalha no funcionamento publico com essa voz horrível, parecia que estava engasgado com algo, vou me sentar próximo do fim do ônibus já que vou descer logo.
A viagem continuava sem parar, ele não estava conhecendo os lugares que estava sendo feito pelo motorista, mas não quis perguntar deveria ser caminhos diferentes do seu habitual. Começou a olhar para o tempo e notou que seu relógio não funcionava, ficou intrigado com isto! Já se incomodando com a viagem e porque também as ruas estavam desertas e pela sua cabeça já fazia uns trinta minutos que estava no veiculo, de carro mal fazia quinze. Resolveu ir até o motorista, mas ouviu uma voz;
_ Aonde vai? É melhor não incomodam-los eles gostam de fazer o serviço em paz!
Ele olhou para trás e viu aquela moça, logo percebeu o quanto era linda! Seu olhar era encantador e penetrante, seu sorriso um convite, à linguagem corporal era tão sensual, e o pior que ela estava sentada! Naquele momento se auto indagou; _ “A ignorância é bela ou a beleza é cega”. Que ser era aquele que o homem tinha se deparado, a tempo ele não sentia um frio na barriga, em momentos rápidos venho em sua mente lembranças do amor ou da última pessoa que tinha tido este contado, lembrou de como era gostoso o sexo.
_ Bem... Posso então perguntar algo a você moça.
_ Claro que pode! Ela respondeu.
_ Vai demorar chegar a meu serviço?
O homem não tinha notado que perguntava sem informar o endereço que queria descer.
_ Não a viagem é rápida!
_ Então esta bem! Respondeu rápido e sentou no banco, seu coração acelerou, sua mão suou, e sua boca não queria calar-se olhou para trás puxando assunto para falar;
_ Sabe, hoje minha segunda não começou bem, e quando inicia assim vai até domingo. Ela apenas olhava para seus olhos. Ele pensou “que droga, ela quer ver minha alma”.
_ Cuidado que se pensar assim sua vida pode acabar em sete dias, e no cemitério vai estar! Disse a ele rapidamente.
_ Mas porque diz isto? Curioso o Gerente estava.
_ Esta cálido aqui não acha? Pergunta a mulher? Ele sem saber o que fazer ou dizer só pensava em como seria um bacanal com aquela mulher.
_ Realmente esta muito quente aqui dentro, deve ser porque o vidro é desse jeito.
Naquele momento o ônibus parou, e as portas abriram. A mulher o olhou e disse_ Desça que chegou ao seu lugar.
_ Foi mesmo rápido. Sei que posso ser ousado, mas saiba que você é ditosa demais e gostaria de vê-la de novo. Sem vergonha ou timidez ele olhava para ela como um leão cobiçando sua presa.
_ Desça logo eles estão olhando feio para você. A mulher fazia referencia ao motorista que nem se movia e o cobrador que continuava de cabeça baixa.
_ Sim, mas como posso... Ela o interrompe _ Como o percurso da cachoeira vamos nos encontrar, nem que seja no fim dela, agora desça!
Sem entender muito e incomodado com a imagem dela ele desce, pensando apenas que o colóquio que tinha com aquela moça tinha sido instigante e estranho. Ele lembrava do olhar que não desviava de sua mente, ou ate mesmo o corpo dela que ao andar o chamava, uma fada? Mas, não acreditava em tão asneiras, mas quem era então?
Olhou e percebeu que estava em frente o serviço, entrou e viu que não havia chegado atrasado! Bem como tudo tinha sido estranho apenas continuou sua rotina diária.
Na volta para casa pegou carona de um amigo, e desceu no prédio onde morava, ao adentrar na sua consciência via apenas ela, tudo, um novo mundo. Mas quem era ela, uma facínora talvez?