Em busca do meu caminho
Hoje, eu acordei disposta a pensar, pensar bastante e decidir o que fazer acerca da minha vida. Eu vi que a minha existência não estava me satisfazendo,que eu não tinha liberdade nem mesmo para comprar eu mesma as minhas roupas, algo tão banal na vida de outras pessoas. A verdade é que eu vivia sujeita a um pai opressor, que nunca fizera nada para que eu fosse livre, que não me deixava em paz e sempre dizia que eu tinha que ser o satélite dos meus irmãos. Então, a minha vida não tinha um sentido, pois eu existia apenas para ser um suporte para os outros e estar disponível para quando precisassem de mim. Se eu dizia que queria ir embora viver minha vida, ele falava que minha família era os meus irmãos, de quem eu tinha que cuidar.
Uma vida tem que ter um objetivo, um sentido único. A pessoa, antes de ser boa para os outros, tem de ser boa para si mesma. Eu queria sair da casa do meu pai, ir para longe de sua presença nefasta, porque ele só me fizera mal, obrigara-me a ser subalterna aos meus irmãos, tratava mãe como um lixo e não nos deixava viver. O que eu precisava fazer? Buscar um caminho, não um físico, mas um interior, que me levasse a encontrar o sentido da minha existência. Mas eu precisava, antes de tudo, exercitar a minha força, a confiança e aprender a me defender, porque, em todo caminho novo, há o desconhecido. Seria difícil achar este caminho, mas eu tinha que começar. Começar para só assim encontrar a liberdade. Uma pessoa que não é livre e vive somente para corresponder ao que os outros esperam dela vive uma mentira. Viver uma mentira é viver como se fosse indigno. Assim, resolvi me preparar. Que meu pai dissesse que eu saberia o que era bom ao me ver longe dele. Bem, a liberdade traz perigos. Mas era melhor estar livre do que me submeter à prisão imposta por sua tirania