No ritmo dos tambores (O milésimo texto)
Os tambores batiam num ritmo certo. E convidativos. Havia um outro chamado insistente, e dentro dos olhos do homem. A mulher cochichou com uma das amigas. Apontou para o meio do salão enfeitado de bandeirinhas de cores variadas. Ela movimentou o braço até que as mulheres pudessem ver claramente as velas acesas por todo o ambiente. E sussurrou: “preciso ir, ou meu corpo não se aquieta...”
E viram quando ela entrou na roda, entre o homem e uma morena de saia azul rodada. Os cabelos longos soltos, num remexido silencioso do corpo e, os olhos num sorriso tão livre que se julgou ver a luz do sol neles.
Nunca tinham reparado que ela ouvia os tambores. De noite, ficava na calçada da casa em fofocas dos vizinhos com a prima. Agora, a cintura fina marcava o calor de uma dança nos quadris faceiros...