Realidade x Sonhos II
Noite comum...Diria ,até mesmo,sem graça.Ainda mais pacata que as de costume.Fim de semana,nada na TV,jogo de futebol no rádio...O que fazer?
Dormir.
Ela,que outrora descuidei-me e esqueci de citar o nome: Maia,deitou-se após sair de uma conversa engraçada,onde o bom humor e a fantasia fizerem o que bem quiseram do diálogo.
Alta temperatura,clima abafado...
Blusinha branca,short verde relva (colado e batido,como Maia gostava daquele short,não entendo nem o porquê-talvez por ser uma palmeirense lunática...Crus credo! )
Como dormir em meio a tanto desconforto?
Na cama,só o travesseiro e ela.Não havia lugar se quer para a,aparentemente,inseparável almofada azul.
O suor criara gotículas salgadas em sua pele...
Levantou bebeu meia garrafa d’água.Todos dormindo,luzes apagadas mas não estava tão escuro pois havia deixado a porta da geladeira aberta.
Voltando à seus aposentos tropeçou em um banco,na sala.Que sem tecer maldizeres ao banco...saiu com o dedo latejando.
Pegou seu celular e o colocou dentro da fronha,tocando suas músicas favoritas.Encostou a cabeça no travesseiro e desmaiou...
Acordando num cenário conhecido ,por ela.A escuridão total da outra vez,fora modificada pela Lua e as milhares de estrelas,que enfeitavam um céu,que surgiu de repente.
Estava mesmo no lugar de costume?
Pessoas...havia pessoas.Até mesmo reconhecera algumas,que por sua vez não a viram.
Também música e alta,a mesma música que tocava no seu travesseiro.
- Aff...O que faço aqui?Ao menos a música é boa!
Sentou na guia,bem longe do portão onde aglomeravam-se as pessoas.De frente,uma praça com belas árvores cuja beleza não podia contemplar por completo.
Se levantou e dirigiu-se até lá.Numa mesa marcada com um tabuleiro de xadrez,baixou a cabeça a fim de dormir ou simplesmente pensar na vida.
Ouvia gargalhas...e agora passos que ficavam cada vez mais próximos.
Pensou...
Quem quer que fosse,logo iria embora.Não há de ser ninguém conhecido e se for,eu é que estou irreconhecível e quase escondida!
Garota...você se enganou!
Um rapaz foi chegando,ao emparelhar-se à Maia,encostou os lábios em sua orelha e murmurou seu nome.
Assustador...
-Como sabe meu nome?Quem é você?
Foram suas perguntas internas.
Mas a resposta foi:
-Olá!
-Quer dançar?
-Não.
-Não curte a música?
-É ótima,para se ouvir.
Quanta aspereza...
Agia assim porque não o reconhecia e receava perguntar,acabando por ofendê-lo.
-Ok...O que faremos ?
-Nada,estou indo pra casa.
Beijou-o no rosto e saiu andando...
-Tchau,até qualquer dia.
Adiante o jovem correndo,põem-se a gritar:
-Espere eu lhe acompanho.
-Não precisa,é perto!
-companhia,por esse curto tempo então.Será apenas isso,já que minha pessoa te desagrada.
-Olha,não é isso.O problema é que não te conheço.
-Não me conhece?Como não?
-Sei lá,me desculpe.Não lembro.
-Beleza...Não se lembra,eu lhe mostro de novo.
-Hum...Está bem.
Caminho deserto...
Assuntos diversos e intermináveis.
A guria identificara o gentleman e se transformara.
Despojada,segura,sedutora,atirada,comunicativa,desenvolta...
Mas em algum lugar,continuava sendo ela.
E ele?
Estava no lugar e na situação,que sempre desejou.
O que,de fato,estava acontecendo?
...Desembucha Maia!Quero detalhes,preciso de maiores detalhes.
Relutou em continuar me contando,mas eu insiste.
É...realmente não conseguiu se expressar na maneira mais clara possível.
Mas compreendi o recado.E sinceramente acredito que não posso transmiti-lo com maior eficiência que Maia.
Usarei de sua imaginação.
Reproduza a cena a seguir.Para deduzir o que houve,o que deixou de haver,o que provocou a circunstância,o haver e não haver.
Está na cena de um crime já vivenciado.Baixa iluminação,sozinho(a),pareces escuras,úmidas e arranhadas (típica cena de terror).
Mexe nos objetos pertencentes a vítima.
Sente algo estranho.Não sei se posso dizer que é medo,mas quer sair dali o mais rápido possível.Está desconfortável e pensa que é observado.
Mas a curiosidade,o anseio pela descoberta,a busca por qualquer prova ou indício...Por qualquer coisa que confirmasse sua teoria,acalentasse seu coração,era maior.
Dentre os pertences que cutucava,um relógio antigo,ainda à corda.Interessante,a muito tempo não via um desses.Pega-o com ambas as mãos.E de repente...e desperta.
O susto foi tamanho,que não gritou.
Tremeu-se por completo,modificou-se até a cor de sua pele.O coração disparou,o estômago congelou...
As pernas bambearam, os olhos se fecharam apertadamente.Os pelos do seu corpo puseram-se de pé.Seu organismo todo se desesperou.
Um desespero infinito,que durou cerca de 7 segundos.
Deixando uma grande sensação de alívio e os “sintomas” ,anteriormente citados,amenizados de uma forma até que prazerosa.
O efeito havia se tornado benéfico,a ponto de ambicionar que se repetisse.
Respira fundo,coloca a mão sobre o peito,sentindo os batimentos cardíacos se acalmando.
Contudo,não é o que deseja...
Qual minha função?
Interpretar sonhos?
Creio que não.
Já não sei,ela me conta essas coisas e eu tento dizer o que penso.
Encontrar alguma lógica,sem utilizar-me,por completo,da razão.
Pensando e filosofando....( rsrs como se isso fosse possível)
Mas o que dizer sobre isso?
Apenas:
ACORDA!!!