ASAS DA ESPERANÇA

Asas da esperança

As águas caem permitindo que um véu de fumaça se faça presente, e elas correm sempre em frente; as plantas desfazem-se de suas flores e as doam ao riozinho que as recebe com carinho.

Em seus vôos desconcertantes e incertos , sempre em busca de algo, aquela borboleta travessa um tanto menos trapalhona sentindo sede pousa ás margens do riozinho.

_ Belíssimo lugar aqui, água limpinha e fresquinha... Silêncio quebrado pela paz, mas não posso me deter, tenho pressa, preciso partir... Mas qual será o caminho?

Como de costume as coisas não se lhe apresentam com nitidez, sempre há uma nevoa a pairar no ar, ora cobrindo o sol, ora cobrindo a lua.

_ Muito bom aqui... Mas sinto frio!

De repente uma folha cai sobre suas asas e ela sente que o frio diminuirá de intensidade, curiosa olha para cima e surpreende-se com o que vê... Um pássaro acabara de pousar em um galho, provocando assim a queda da folha.

_ Nem sempre pássaros gostam de insetos vou me esconder.

..., aquecida pela folhinha ela adormece, meio intranqüila, sentindo dores nas asas com cicatrizes que insistem a relembraram o passado afinal as batalhas que enfrentara sempre lhe mutilara em algo, principalmente o coração... ouve então uma suave melodia que vem anunciar-lhe o nascer do dia, atreve-se a sair de seu abrigo e olha na direção de onde parte o som.

_ Nossa! Aquele pássaro ainda esta lá! A luz do dia posso ver que seus olhos não me causam medo, são tristes por que será? Bom... Não tenho muito tempo preciso encontrar o caminho.

_ Eu posso ajudar!

Ela então fica intrigada, pois como consegue aquele pássaro entender a sua fala? São grandes e visíveis a diferença entre ambos, porém...

Ele canta, e seu cantar suave, invade espaços, como asas de esperança a lhe convidar a segui-lo... E ela pensa:

_ Bom... Predadores sempre existirão, mas... apesar das diferenças temos algo em comum, temos asas e elas nos foram dadas para voar... Voar alto... Voar pra frente.

Em sua trajetória, muitos espinhos lhe feriram e apesar de suas trapalhadas ainda é atrevida, até porque os desafios tem que ser encarados de frente, jamais com fugas; não se pode perder tempo pois lá na frente este lhe fará falta, então responde ao pássaro:

_ Por acaso, conhece um lugar onde a paz e a luz sejam constantes? É pra lá que eu quero ir.

_ Sim! É meio complicado chegar lá, porém não impossível.

E assim, ora enfrentando rajadas de ventos fortes, ora tempestades voam nas asas da esperança.

Stéla Lúcia
Enviado por Stéla Lúcia em 09/07/2010
Código do texto: T2367794
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.