Foi em um dia de Inverno

Numa noite deserta de sonhos, meus pesadelos vieram me encontrar,

Sozinha nesse quarto vazio, meu tormento eram as luzes apagadas que no escuro faziam-se brilhar como tochas acesas, iluminando o caminho de volta...

Ao abrir meus olhos e levantar a cabeça, meu medo multiplica-se; fecho meus olhos para tentar despertar daquele pesadelo, mas ao abrir meus olhos novamente a paisagem a minha frente continuava a mesma ou tornara-se cada vez mais tenebrosa, cinzenta e gelada...

O céu estava ali logo acima da minha cabeça, e as estrelas ofuscadas pela neblina, eu estava ali como em um filme de terror... Levantando-me daquele chão úmido, as folhas secas voavam ao meu redor e o vento sacudia meus cabelos, com meus pés no chão tinha a sensação de estar pisando em agulhas afiadas...

Comecei a girar e olhar para aquela paisagem ao meu redor, segurava meu vestido preto que levantava com o forte vento que tocava em minha pele e fazia doer, estava confusa, não entendia porque estava ali; era como se tivesse sido levada para um cenário de horror...

As lágrimas começaram a rolar lentamente pelo meu rosto, elas iam caindo e antes que chegassem ao chão, congelavam-se. Certamente iria morrer ali congelada se não encontra-se algum lugar para me proteger daquele frio congelante.

Não tinha nada em minhas mãos, usava apenas um medalhão no pescoço que ganhara do meu noivo falecido. Sozinha naquele lugar, tentei controlar todo meu pavor e derrepente ouvi um estrondo ensurdecedor que fez o chão tremer e me jogou ao chão antes que eu pudesse me equilibrar...

Levantei-me depressa e comecei a correr com as mãos nos ouvidos sem olhar para trás, a partir daquele momento percebi que a menor das minhas preocupações era o frio, e que não estava sozinha e que além de me proteger do frio precisava me proteger de algo que me fez cair sem me tocar...

Meu coração batia disparadamente, coloquei a mão no peito com medo do coração sair para fora, correndo pela aquela floresta cheia de arvores enormes, já estava cansada, mas sabia que precisava correr o máximo possível para tentar salvar minha vida...

Meu corpo estava quente e molhado pelo suor do meu corpo, cansada e com sede encostei-me numa árvore enorme e por um momento fechei meus olhos e suspirei longamente, ainda estava viva, meu sangue estava quente e escorria pelas minhas veias...

Quando abri meus olhos, vi algo estranho que passara rapidamente por mim no exato momento em que abri meus olhos, era como se eu estivesse sendo observada por algo misterioso, segurei na árvore fortemente e senti a presença de um ser sobrenatural...

Não tive medo naquele momento, mas resolvi seguir em frente para achar um lugar aonde pudesse descansar até o dia amanhecer. Comecei a caminhar e a neblina aumentava, eu ia andando e segurando nas árvores que faziam o caminho ficar mais confuso e estreito, meus olhos estavam fechando sozinhos...

O sono era um inimigo naquele momento, pois não podia parar de caminhar, lugar estranho: nenhum ser vivo na floresta...parecia que todos tinham ido embora. Cheguei em um penhasco, teria que descer para chegar ao outro lado...

A paisagem era linda, escura, alta, ouvia-se o som do vento indo e vindo...batendo nas folhas das árvores, fiquei ali por alguns minutos olhando aquela ribanceira, sabia que deveria seguir mais estava cansada e com sono...

Quando resolvi encostar numa árvore para descansar, avistei um ser humano, um pouco distante, lá embaixo...naquele instante uma esperança se acendeu e as forças me voltaram...

Minha reação de defesa era gritar, comecei a descer correndo...totalmente descontrolada, não podia deixa-lo sumir naquela neblina...

Comecei a gritar...ei, ei, ei; me espere, por favor...não me deixe aqui! e quando me dei conta, ele parou e olhou para trás, eu parei e fiquei ali imóvel com a mão estendida...

E derrepente algo estranho aconteceu, parecia que as árvores abriram caminho para aquele homem e a neblina ia sumindo conforme ele avançava em minha direção, o vento havia se calado, o barulho da noite tornou-se silencioso...

Era um momento estranho, e eu não tive nenhuma reação contrária, não pensei em correr e também não tinha medo. Aquele homem usava uma roupa clara que fazia a luz penetrar no tom da sua pele e quando a luz da noite a tocava o deixava com a aparência de um anjo protetor....

Ele parecia voar na imensidão daquela floresta, e quando menos percebi o vento o trouxe para perto de mim, meus cabelos voaram na mesma intensidade do vento, e meus olhos estavam o olhando lentamente....

Era como se de uma maneira natural aquela paisagem de terror tivesse sido transformada em uma paisagem de amor, aonde dois seres sozinhos em uma floresta tivessem sido deixados para lá se encontrar e viverem juntos para se amar.

(**O que acham de uma continuação?)

Vivinne Pinto
Enviado por Vivinne Pinto em 04/07/2010
Reeditado em 04/07/2010
Código do texto: T2357874
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