'' E ERA CARNAVAL.....
.....e minha fantasia era um '' toureiro, Juca era um "" pirata da perna de pau "", tinha mesmo uma perna so' , mas dancava melhor que todos nos, Marcos era um '' palhaco'' tambem na vida real, era alegre demais, Joao Marcos era '' arlequim'' vestido de cetim, Paulo era o mais lindo '' pierro'' que todos ja' tinham visto, e uma lagrima grande e preta caida do seu olho direito , escorrendo na face branca e quase '' pingando na roupa alva, e Branca era a '' colombina'', amada por todos nos e Diana era mesmo a '' diana '' a cacadora, que amava Paulo que amava Branca que amava Joao Marcos, e Luis Felipe era a morte que amava Diana, a cacadora.
....e logo no primeiro dia de carnaval , no primeiro baile do Clube Comercial, chegamos todos juntos e junto conoco veio o grupo de amigas vestidas de odaliscas...eram 13, uma de cada cor, nenhuma cor se repetia, todas se mesclavam...eram lindas, estavam lindas, pareciam arco-iris irradiando suas cores e no meio do salao nos envolviam , faziam roda e o conjunto ficava lindo de se ver...tiravam fotos, jornais, revistas, tvs...e a taca foi nossa...e a linda bruxinha Erina foi busca-la la' em cima do palco...Erina era a bruxinha mais linda do baile...a roupa toda preta, um vestido curtinho, um chapeu de bico longo, um botinha preta lindinha, meias de seda preta , a maquiagem aumentando seus olhos, boca vermelha e na mao um pequeno caldeirao, soltando fumaca do gelo seco e na outra uma cobra de plastico, vermelha e negra, enrolada no braco, a boca escancarada a lingua dividida, em duas, uma vibora mesmo...e trouxe a taca para nos...demos a volta no salao..vitoriosos..
Erina entregou a taca para Luis Felipe, a morte..e brincando profetizou...quem sera' a proxima vitima morte? e a morte, Luis Felipe respondendo:- Diana, a cacadora e saiu pulando com a taca na mao...
Saimos, fomos embora a pe'...eramos uma turma grande, riamos, brincavamos e de repente um grito...viramos todos para tras e vimos Diana, a cacadora caida no chao...corremos, me lembro bem que vi Paulo o pierro tentanto reanima-la e diziam:- esta' bebada, nada disto...dizia outro,...talvez seja o coracao, dizia outra....e a constatacao...estava morta, uma ambulancia e a policia foi chamada, choros, lamentos, desesperos de todos nos...estavamos tao alegre e de repente...bummmmmm!!! esta bomba...e alguem procura por Luis Felipe..ninguem encontra e procura que procura alguem acha a roupa, a fantasia de '' morte'', a que ele vestia, ate' a cueca estava junto, sapatos e meias...estranho, estranhissimo diziam e Diana foi levada embora, morta e Luis Felipe nunca mais foi encontrado.
Tudo foi feito, por nos e pela familia dele, policia, investigacoes, processos foram instalados e nunca mais ele foi achado..tinha sumido do mapa de vez e no laudo de Diana a cacadora, constava:- perfuracao de lanca direto no coracao e soubemos que na autopsia foi encontrada a ponta de lanca que ela levava como complemento de enfeite da fantasia e que nao havia perfuracao de pele...apenas a lanca no coracao. E a lanca era de plastico pintada como se de ferro fosse...ferro negro, enferrujada lanca!!!
50 anos sao passados e nunca , nunca , este '' misterio'' da noite de sabado de carnaval, foi desvendado...durante semanas, meses, jornais, revistas , tvs..noticiavam e com o tempo outros novos '' misterios foram aparecendo e este do nosso carnaval, tao lindo carnaval, tanta preparacao, caiu no esquecimento..nao no nosso, mas nunca mais nenhum de nos se reuniu de novo para brincar
'' de carnaval''...era tao bom, tao inocente mas a morte intrometida, invejosa, ciumenta acabou com nossa festa...levou dois de nos embora, uma esta' no cemiterio...onde andara' Luis Felipe?
Nossa!!! me deu ate' um arrepio...sentiu? um tambem?...credo!!! dizem os antigos que quando sentimos arrepios assim ao falar de morte, e' que ela esta' por perto...credo!!! em cruz....parece que senti um sopro na nuca ao pensar em Luis Felipe...sera' que foi ele que assoprou?...uiiiiiiiiiii de novo? que arrepio, de frio...da morte?.....desconjuro!!! toc toc toc, na madeira treis vezes. sai morte, de mim.
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