GENI
Uma noite dessas, quando conversava pelo msn com uma pessoa querida que mora em Santa Catarina sobre parapsicologia, lembrei-me de um fenômeno que aconteceu comigo no ano de 1994.
Eu dizia a ela que raramente sonho. Entretanto, quando isso acontece, é como se fosse uma premonição. Algo de sobrenatural acontece.
- Eu conheço uma senhora de nome Geni, que é uma pessoa sombria – disse eu a Adriana – ela é uma pessoa difícil e rabugenta. Faz questão de ser antipática com quase todas as pessoas que dela se aproximam. Entretanto, comigo é diferente. Ela se mostra sempre gentil e afetuosa.
- Quando a visito, ela faz questão de preparar pratos deliciosos para me agradar.
- Apesar de não termos nenhum parentesco, temos uma ligação espiritual. – dizia eu
- Adriana disse sentir um arrepio a percorrer-lhe o corpo, como se sentisse a presença dela. E comentou comigo. O que me deixou bastante intrigado.
Então continuei a narrativa: - certa noite, eu estava sem sono e fiquei vendo tv até a madrugada, até que o sono chegasse.
Deitei-me ainda sem sono e levei muito tempo para adormecer. Quando adormeci, suponho eu, tive uma visão, ou sonho, onde eu via a Geni subindo uma escadaria de pedras trabalhadas e que parecia não ter fim. Só que ela subia de costas, com os braços abertos e chamando o meu nome.
Não era um semblante de medo ou sofrimento. Ela parecia estar feliz. E chamava o meu nome com ternura...
Adriana me interrompeu dizendo: ela está aqui... Posso sentir sua presença! - Como pode ser isso – perguntei – eu não sei. – respondeu Adriana.
- É uma presença boa – disse ela – me transmite um sentimento de paz...
O que me deixou impressionado foi o fato de eu não haver terminado a minha narrativa. Adriana ainda não sabia que ela havia falecido naquele ano.
Então perguntei: - você é médium? – não – respondeu ela – sou sensitiva... Ela está se comunicando comigo... Diz que está muito bem e que gosta muito de você. E que um dia você compreenderá essa ligação.
- Desculpe, interrompi você... Pode prosseguir!
- Como eu dizia, ela subia a escadaria e eu tentava seguí-la, mas por mais rápido que eu subisse, ela distanciava-se cada vez mais. Até que ela desapareceu. Então, acordei transpirando muito e sobressaltado.
No dia seguinte, liguei para ela para saber se estava tudo bem. Ela ficou feliz com a minha ligação e disse estar tudo bem. E pediu para que a visitasse.
No dia seguinte eu a visitei, como havia prometido. Ela estava ótima e me preparou um cento de rissoles de camarão com massa de leite. – ela sabia que eu adorava aqueles rissoles.
Passei uma tarde inteira com ela. Conversamos sobre diversos assuntos e rimos bastante.
Quando me despedi, tive a impressão de que aquela seria a última vez que a veria. Mas procurei afastar aqueles pensamentos mórbidos da minha mente.
- E o que aconteceu? – perguntou Adriana – na semana seguinte ela faleceu. – respondi.
- Ela estava se despedindo de você – disse Adriana – certamente vocês tinham uma ligação de vidas passadas.