Minutos que Levam à Eternidade
Já faziam alguns minutos desde que passei a observá-lo. Chovia muito. E ele, debaixo destas águas purpúreas, fumava. Meus olhos fotografavam o seu cigarro e o nome impresso no filtro tentava me afastar da realidade.
De maneira explícita o pequeno pedaço cilíndrico não se consumia. Quadro à Quadro eu observava.
Creio que no fim, aquele agrilhoar de idéias representado pelo homem que se consumia no lugar do cigarro apenas existiu para que pudesse manter meu vício. Acendi outro. Venci.
Porém, meu outro “eu”, materializado em cartas postadas à ninguém, se consumia em idéias ao vento.