A Dama e o Vagabundo

Foi num desses dias que a gente fica assim meio distante que parei para entender o comportamento da minha cadela (viralata) chamada Jupira. Ela é pretinha e tem uma listrinha castor e branco ao longo do peito e seguindo por todo o ventre.

Jupira como posso dizer é uma Dama em tudo. Não late muito, mas caça em silêncio e sempre aparece com uma refeição presa pelos caninos. Não come, mas apenas ostenta a condição de cadela caçadora.

Pela manhã quando acordo e enquanto estou passando o café o cheiro a atrai e logo lá está Jupira (JUJU) com a cabeça na soleira da porta me olhando e com aquele olho comprido sem esboçar qualquer gesto, aguarda um pedaço de pão com manteiga, sem latir ou entrar na cozinha.

Juju quando apareceu na minha casa estava grávida e como moro em região de sítios não sei de onde ela possa ter vindo, até porque estava alojada na mata e quando nasceu seus filhotes correu em minha casa a latir até que acolhece seus filhotes e os protegesse. Foi assim que ficou vivendo comigo e seus filhotes os doei depois do desmame.Esse elo de gratidão ficou e talvez por isso sinta-se eternamente grata e não ouse latir ou reclamar para que não se torne incomoda.

Fiquei sabendo que há um cachorro paquerando a Juju e ela também anda meio estranha. Em noite de lua cheia vive uivando buscando sua ancestralidade, mas ainda não sei quem é esse Lord pretendente da Dama Juju.