Violência Urbana
Final de ano. Nossa! Como o tempo passou!
Semana que vem, já é Natal. E, rapidinho, o ano novo.
Saio pelas ruas para olhar as vitrines.
Como elas ficam bonitas nesta época do ano, com todas aquelas luzes brilhantes, multicoloridas, cuja energia que as mantém luminosas é auto-suficiente para muitos anos, e substituíram aqueles antigos pisca-piscas. Parece que têm vida. Muito bonito de se ver.
Vou andando pela calçada, não sei por quê, mas um tanto taciturno. As lembranças voam pela minha cabeça. Paro em frente a uma loja.
Gosto muito de ver as novidades da informática. Parece que essa história começou ontem com aqueles aparelhos enormes, cheios de fios, hardwares, periféricos e coisas assim. Hoje, com a evolução da tecnologia, os processamentos são instantâneos. Novidade em cima de novidade.
No ano passado, a novidade era a ausência do teclado. Tudo com comando de voz. Para este ano, o comando passa a ser apenas pelas ondas cerebrais. Quanto avanço, em questão de um mínimo tempo.
E nos meios de transporte então! Desde que não existe mais a gasolina (lembra-se?) que as mudanças não param de acontecer. Só está faltando usar a voz como combustível, por que até o lixo já foi usado!
Os veículos, extremamente práticos e confortáveis, são feitos de uma matéria que tem comportamento sólido, mas com uma grande capacidade de ocupar os espaços como se fosse líquido, onde qualquer dano é reparado quase que automaticamente.
Também, pudera, com os novos pisos das ruas, uma tal de uma resina sintética que é colocada como fosse uma simples mão de tinta, torna-os perfeitos, sem possibilidade de danos, os veículos trafegam sem nenhum problema.
No meio dessas minhas divagações continuo caminhando pelas ruas.
De repente, assusto-me com um esbarrão. Um grupo de moleques rapidamente me cerca.
___ É um seqüestro relâmpago – falou um dos adolescentes, apontando-me uma daquelas armas modernas que emitem raios energéticos deixando-nos completamente atordoados.
As pessoas continuavam a andar pela calçada como nada estivesse acontecendo.
Um outro moleque ainda disse em tom de desdém:
___ Não faça nenhuma gracinha... Como você, já assaltamos três hoje. Você vem com a gente até o banco.
Ainda atordoado, muita coisa ainda passa pela minha cabeça.
Numa cidade como São Paulo, a maior metrópole do mundo atual, são muitos os assaltos por hora. Os cidadãos procuram defender-se como podem...
Engraçado... Acho que não estava com medo! Afinal, estou ficando acostumado...
Puseram-me à frente e caminhamos como se fosse a coisa mais natural destes tempos.
A sede do banco era no quarteirão seguinte. Fui devidamente identificado pela minha íris, e, junto à respeitável Instituição Bancária, à prova de todos os roubos possíveis e imagináveis, todos os meus créditos foram subtraídos.
Eles mantinham o faiser na cintura, sob a vestimenta. Sem dúvida não queriam chamar a atenção exibindo a arma e, além disso, perceberam que eu não iria reagir, obrigado que estava a não mais olhar para trás sob pena de ser aniquilado ali mesmo.
Já tendo obtido o que queriam, fizeram-me retornar pelo mesmo caminho da ida.
Sem saber o que pretendiam, pois, afinal, dessas turmas de rua tudo se espera, quando um fato extremamente surpreendente aconteceu.
Um outro grupo de adolescentes, que provavelmente já haviam praticado outros assaltos, entraram em conflito com os meus assaltantes!
Na confusão, entrelaçados pela disputa do poder das ruas, fui por eles esquecido e deixado à minha própria mercê.
Isso foi o suficiente para, com forças obtidas pelo enorme susto, conseguir dobrar a esquina e desaparecer por entre as outras pessoas.
Fora a perda dos meus créditos bancários, nada mais a lamentar. Afinal, eu já estava mesmo acostumado.
Sigo então, o meu passeio, agora com uma coisa a me preocupar.
Todos os avanços tecnológicos obtidos pela espécie humana, com máquinas que tornam o homem cada vez mais senhor de si, como ainda não resolveram os inúmeros problemas sociais por nós enfrentados?
Nesta sociedade que tanto preza as qualidades científicas, quantos anos mais deveremos esperar por alguma mudança na sociedade para que finalmente possamos andar tranqüilamente pelas ruas sem correr nenhum risco de violência?
Semana que vem, já é Natal. E, rapidinho, o ano novo. Feliz 2025...
Final de ano. Nossa! Como o tempo passou!
Semana que vem, já é Natal. E, rapidinho, o ano novo.
Saio pelas ruas para olhar as vitrines.
Como elas ficam bonitas nesta época do ano, com todas aquelas luzes brilhantes, multicoloridas, cuja energia que as mantém luminosas é auto-suficiente para muitos anos, e substituíram aqueles antigos pisca-piscas. Parece que têm vida. Muito bonito de se ver.
Vou andando pela calçada, não sei por quê, mas um tanto taciturno. As lembranças voam pela minha cabeça. Paro em frente a uma loja.
Gosto muito de ver as novidades da informática. Parece que essa história começou ontem com aqueles aparelhos enormes, cheios de fios, hardwares, periféricos e coisas assim. Hoje, com a evolução da tecnologia, os processamentos são instantâneos. Novidade em cima de novidade.
No ano passado, a novidade era a ausência do teclado. Tudo com comando de voz. Para este ano, o comando passa a ser apenas pelas ondas cerebrais. Quanto avanço, em questão de um mínimo tempo.
E nos meios de transporte então! Desde que não existe mais a gasolina (lembra-se?) que as mudanças não param de acontecer. Só está faltando usar a voz como combustível, por que até o lixo já foi usado!
Os veículos, extremamente práticos e confortáveis, são feitos de uma matéria que tem comportamento sólido, mas com uma grande capacidade de ocupar os espaços como se fosse líquido, onde qualquer dano é reparado quase que automaticamente.
Também, pudera, com os novos pisos das ruas, uma tal de uma resina sintética que é colocada como fosse uma simples mão de tinta, torna-os perfeitos, sem possibilidade de danos, os veículos trafegam sem nenhum problema.
No meio dessas minhas divagações continuo caminhando pelas ruas.
De repente, assusto-me com um esbarrão. Um grupo de moleques rapidamente me cerca.
___ É um seqüestro relâmpago – falou um dos adolescentes, apontando-me uma daquelas armas modernas que emitem raios energéticos deixando-nos completamente atordoados.
As pessoas continuavam a andar pela calçada como nada estivesse acontecendo.
Um outro moleque ainda disse em tom de desdém:
___ Não faça nenhuma gracinha... Como você, já assaltamos três hoje. Você vem com a gente até o banco.
Ainda atordoado, muita coisa ainda passa pela minha cabeça.
Numa cidade como São Paulo, a maior metrópole do mundo atual, são muitos os assaltos por hora. Os cidadãos procuram defender-se como podem...
Engraçado... Acho que não estava com medo! Afinal, estou ficando acostumado...
Puseram-me à frente e caminhamos como se fosse a coisa mais natural destes tempos.
A sede do banco era no quarteirão seguinte. Fui devidamente identificado pela minha íris, e, junto à respeitável Instituição Bancária, à prova de todos os roubos possíveis e imagináveis, todos os meus créditos foram subtraídos.
Eles mantinham o faiser na cintura, sob a vestimenta. Sem dúvida não queriam chamar a atenção exibindo a arma e, além disso, perceberam que eu não iria reagir, obrigado que estava a não mais olhar para trás sob pena de ser aniquilado ali mesmo.
Já tendo obtido o que queriam, fizeram-me retornar pelo mesmo caminho da ida.
Sem saber o que pretendiam, pois, afinal, dessas turmas de rua tudo se espera, quando um fato extremamente surpreendente aconteceu.
Um outro grupo de adolescentes, que provavelmente já haviam praticado outros assaltos, entraram em conflito com os meus assaltantes!
Na confusão, entrelaçados pela disputa do poder das ruas, fui por eles esquecido e deixado à minha própria mercê.
Isso foi o suficiente para, com forças obtidas pelo enorme susto, conseguir dobrar a esquina e desaparecer por entre as outras pessoas.
Fora a perda dos meus créditos bancários, nada mais a lamentar. Afinal, eu já estava mesmo acostumado.
Sigo então, o meu passeio, agora com uma coisa a me preocupar.
Todos os avanços tecnológicos obtidos pela espécie humana, com máquinas que tornam o homem cada vez mais senhor de si, como ainda não resolveram os inúmeros problemas sociais por nós enfrentados?
Nesta sociedade que tanto preza as qualidades científicas, quantos anos mais deveremos esperar por alguma mudança na sociedade para que finalmente possamos andar tranqüilamente pelas ruas sem correr nenhum risco de violência?
Semana que vem, já é Natal. E, rapidinho, o ano novo. Feliz 2025...