... Continuação dos capítulos anteriores postados aqui no Recanto.
 
A lenda de Hiphitusi


21. Do gelo ao fogo

 
Iniciaram uma descida difícil pelas paredes que sustentavam a cratera. Por sorte, eram paredes com diversas plataformas naturais criadas pela ação do tempo ou outra força da natureza.
Os acessórios dos alpinistas foram fundamentais para o progresso do trabalho, que não seria viável sem eles. Impossível seria a melhor palavra para descrever a descida até aquele poço sem fundo onde se encontravam.
Conforme seguiam rumo ao centro da montanha, perceberam um ligeiro aumento da temperatura e grossas roupas começaram a ser guardadas nas mochilas, dando lugar a camisetas.
Antes de avistarem qualquer indício de solo, o calor que Roi sentia já ultrapassava e muito o do deserto da Namíbia, e começou a questionar se também não seria a hora de fazer um novo pequeno grupo, que ficaria à frente dos demais, prosseguindo com atenção redobrada. Porém a excitação era geral e ninguém, sem exceção, queria ficar para trás.
Prosseguiram então e após mais de duas horas depois, foi um dos alpinistas o primeiro a detectar que não tinha mais apoio para os pés, pois vinha saltando velozmente na parede e avançou para um vazio, chocando parte do ombro contra a parede. Deu um sinal para todo o grupo, que parou de imediato, cada qual onde se encontrava.
Deste ponto em que paralisaram a descida já era possível observar uma coloração avermelhada muitos metros abaixo.
-- Chegamos ao inferno! – Berrou um dos carregadores que agora se transformara num escalador amador. De pronto Vanuzia pediu silêncio através de um gesto.
Com toda a certeza haviam descido muito para o interior da montanha e o fato de não encontrarem uma base sólida começava a incomodar e assustar muitos deles.
Baixaram calmamente um dos alpinistas preso em sua corda até que esse pediu para ser puxado de volta. Kedaf aguardava ao lado dos mais próximos que o içavam.
-- O que tem lá embaixo? – Perguntou ele antes mesmo que o alpinista já tivesse seguro, junto a parede.
Assim que respirou um pouco e voltou ao normal, disse para todos que o cercavam.
-- Larva! Larva corre como um rio interminável! – E após respirar mais profundamente completou – Qualquer coisa que existiu lá embaixo já não existe mais!
Um misto de frustração tomou conta dele e contaminou ao demais. Kedaf não se deu por vencido.
-- Procurem por todos os lados, qualquer pista que deixamos passar!
Alguns subiram um pouco, pois da forma que se encontravam amontoados, poderiam mais se atrapalhar do que ajudar.
Passado quase uma hora foi novamente Roi que como sempre salvou o dia.
-- Creio que quem desceu até a larva está enganado!
Alguns se viraram, mas a princípio não o conseguiram ver, pois estava dependurado no ar, abaixo do fim da parede, com um dos carregadores a segurar a corda que prendia o seu gancho. Como não havia encontrado nenhuma novidade, resolveu explorar onde a parede terminava, pois as opções se esgotavam.
-- Estou aqui em baixo! – Chamou ele – Venha até aqui Kedaf.
O falso príncipe, que aprendera a respeitar a competência de Roi, não perdeu tempo. Por estar do lado oposto teve primeiro que escalar a parede do seu lado, depois foi andando lateralmente na parede como aprendera com os alpinistas, prendeu seu gancho em outra corda e começou a descer na direção de Roi.
-- Olhe, bem aqui...
O que Kedaf viu o surpreendeu e mudou novamente o foco da missão.
 
 
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22. O Atlântico Norte

 

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JGCosta
Enviado por JGCosta em 20/01/2010
Reeditado em 22/01/2010
Código do texto: T2040177
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