... Continuação dos capítulos anteriores postados aqui no Recanto.

A lenda de Hiphitusi
 

20. Rumo ao topo

 
Com uma excelente equipe montada, agora composta por seis alpinistas, quatro seguranças, oito carregadores e também um médico, perfazendo um total de 22 pessoas, o grupo se dirigiu a China e após a devida autorização para exploração dentro do país, foram para o norte de Sikkim, em solo indiano.
De Sikkim iniciaram a mais longa jornada que a expedição faria desde que meses atrás iniciaram a missão. Primeiro foram para o norte enfrentando as primeiras montanhas para retornar à China. De lá seguiram para leste acompanhando a fronteira com o Butão, transpondo mais montanhas geladas e rios.
Dias depois, como esperado, não encontraram problema em transpor a divisa, pois o local não era apropriado para uma base de nenhum dos dois países, na verdade era até difícil determinar onde exatamente terminava a China e iniciava o Butão. Seguiram então ao sul sem maiores dificuldades até aproximadamente 4000 metros de altitude.
Nessa altura o grupo começou a sofrer os efeitos do ar rarefeito e do frio intenso, sendo necessário o início da utilização de máscaras de oxigênio em quase todo o grupo. Kedaf e Vanuzia, que já haviam feito um tipo de estágio ao se aventuraram antes em temperaturas abaixo de zero, até que não reclamavam muito, apesar do vento cortante e constante. Agora Roi, cuja última aventura o levara ao deserto e tinha por natureza aversão ao frio, tremia constantemente de forma até descontrolada em alguns momentos, inspirando atenção especial de todos. Começou com uma leve adição de vitaminas assim que começaram os calafrios e não chegou a adoecer, ao contrário, acabou surpreendendo a todos ao se adaptar ao frio dias depois, de uma forma fantástica.
Como trouxeram barracas resistentes e de fácil montagem, sempre que a temperatura baixava demais ou o vento atingia uma velocidade muito alta, montavam acampamento.
Continuaram nesse ritmo até os 6000 metros, quando numa pequena clareira que se formava na rocha ficou claro que o risco de deslizamentos ou desmoronamentos seria a partir dali uma constante, então Roi e os alpinistas seguiram num grupo isolado para traçar a melhor rota que os restantes poderiam seguir, eliminando assim riscos desnecessários.
E assim, com esse novo método implantado, acabaram tendo que avançar mais lentamente e numa manhã que até respirar era um ato que consumia muita energia, Roi retornou com seus comandados dizendo terem alcançado o topo, que possuía, segundo ele, o comprimento de aproximadamente 1 quilômetro quadrado. Mas informou também que antes de subirem com os demais, precisavam arrumar ou preparar um local mais amplo e seguro que comportasse a todos.
De volta ao cimo da montanha o pequeno grupo estava quase por acabar de fazer uma exploração por quase toda a área, quando escutaram um grito de socorro. Um dos alpinistas ficou preso na neve até acima da cintura. Ao ser retirado de lá, como não haviam encontrado local melhor, aproveitaram o início do buraco que se abrira e começaram a escavar ali mesmo, mas por mais neve que tirassem o buraco parecia não ter fim. E quando encontraram o seu final, quase foram tragados para dentro da montanha, que aparentemente em outras épocas havia sido um vulcão.
Uma tempestade de neve assolou o grupo, que se protegeu acampando dentro de uma parte mais segura dentro da área escavada e assim que o mau tempo deu uma trégua, retornaram com as novidades.
Com o grupo todo no topo, conseguiram limpar boa parte da neve do local recém descoberto, numa velocidade muito maior. Em pouco tempo o que restou no final da tarefa foi um enigmático e profundo buraco, que não parecia ter fim, por onde certamente teriam que descer.
 
 
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21. Do gelo ao fogo

 

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JGCosta
Enviado por JGCosta em 19/01/2010
Reeditado em 20/01/2010
Código do texto: T2038421
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