... Continuação dos capítulos anteriores postados aqui no Recanto.
 
A lenda de Hiphitusi


14. A divisão do grupo

 
Na capital chilena passaram outras duas semanas nos preparativos para o andamento dos trabalhos.
Apesar da insistência de Kedaf em não enviar nenhum dos mapas para que peritos avaliassem a sua idade aproximada, Vanuzia enviou um deles mesmo assim. Escolheu aquele que tinha um marco no continente Africano, mas este ainda não havia retornado quando estavam prontos para prosseguir com a expedição.
Os objetos coletados anteriormente na área do Lar da Pedra não trouxeram nenhuma novidade para o grupo, pois não fora possível determinar a época exata, nem aproximada, a que pertenceram, e o mesmo deduziram que aconteceria com os mapas, mas por via das dúvidas a exploradora resolveu não arriscar. Até porque -- justificou ela – os mapas tinham que estar no mesmo patamar desconhecido dos demais objetos que cercavam a sua antiga moradia, criando assim um vínculo fundamentado na lógica.
Nesse meio tempo em que permaneceram em Santiago conseguiram convencer novamente a imprensa de que nada de concreto ainda havia sido descoberto, mas que aguardassem a publicação de um material valioso sobre todos os trabalhos realizados pelo grupo até aquela data.
Então, quando estavam somente aguardando o retorno do mapa, Kedaf convocou uma nova reunião.
-- Não podemos mais ficar por aqui, estamos levantando suspeitas demais! Então tive uma idéia para que a nossa missão possa ser cumprida de forma mais rápida: vamos dividir o grupo em dois, Vanuzia vai para a América do Norte com uma parte e vou para a Ásia com o restante do pessoal.
-- E quanto a mim? – Questionou Roi de pronto.
-- O meu amigo aguarda o retorno do mapa e depois segue para a África. Lá você encontrará uns contatos meus que lhe ajudarão em sua exploração. Nos reuniremos depois num local que irei definir em Londres.
Roi não gostou de como toda a liderança estava se centralizando nas mãos de Kedaf, mas concordou que seria um risco para toda a missão continuarem num grupo tão grande instalado na capital, sem ação definida, e com isso chamando a atenção de todos em demasia.
Sendo assim na manhã seguinte despediu-se deles e continuou hospedado na cidade por mais uma semana, quando finalmente o mapa retornou com o resultado já esperado por ele: data de origem desconhecida.
Partiu no novo amanhecer para o continente Africano, precisamente para a região da Angola. Ao chegar à cidade de Namibe, foi atrás dos contatos fornecidos pelo príncipe, mas acabou se deparando somente com portas na cara. Ninguém mais queria fazer negócios com Kedaf por ali, o qual eles tratavam por um bandido traiçoeiro que os havia abandonado ao deserdar para ter uma vida repleta de aventuras pelo mundo.
Roi não precisou investigar muito para descobrir que Kedaf era tão príncipe quanto ele próprio. Tudo não passara de uma tremenda encenação dele. Na verdade todas as informações que colheu apontavam que o falso príncipe era na verdade um ladrão e o pior, um assassino sem escrúpulo algum.
Entrou em desespero e teve o desejo de abandonar tudo e ir atrás de Vanuzia, apesar de agora estavam envolvidos demais com o projeto que evoluiu demais com todas as descobertas feitas. O que o acalmou foi saber que muito tempo Kedaf não tinha contato com aquela gente, então havia uma remota chance de que ele tivesse abandonado aquele tipo de vida e dado uma razão para a sua existência.
Essa era uma das maiores qualidades ou em algumas horas defeitos que Roi possuía. Sempre acreditava que uma pessoa, por mais má que fosse, conseguisse um dia trocar de lado. Já havia se deparado ao longo de sua vida com esses dois tipos: pessoas com atitudes questionáveis que passaram a praticar boas ações e pessoas que só produziam dor e ódio continuando a fabricá-los cada vez mais.
Não sabia em qual desses grupos podias enquadrar Kedaf, mas era um risco a se correr, e a sua fama atual no resto do mundo demonstrava que no mínimo ele seguia em outro caminho. Se tudo não passava mesmo de uma atuação desmedida, somente o tempo iria dizer com certeza, mas um detalhe martelava em sua mente como uma pergunta que não quer calar: porque Kedaf o enviara para um lugar que, sem sombras de dúvidas, o desmascaria? Só encontrou duas respostas: ou queria que Roi soubesse que ele também já tivera um passado obscuro, mas agora era outra pessoa ou estava mostrando realmente quem era de fato para que Roi tomasse cuidado e fizesse exatamente o que fora proposto por ele, sem assim colocar em risco ninguém que ele amasse. Preferiu ficar logicamente com a primeira opção, a qual se agarrou com todas as forças que seu coração permitiu.
Almejava a todo custo cumprir a sua parte e reencontrar os outros dois, principalmente o seu grande amor, como um vitorioso que sempre se sentira. E quando isso acontecesse o falso príncipe e ele teriam que ter uma demorada e esclarecedora conversa. Com essa inspiração em mente conseguiu formar um pequeno grupo com três homens do deserto e após comprar somente o mais necessário partiram rumo ao seu destino.
 

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15. Abaixo de zero

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JGCosta
Enviado por JGCosta em 12/01/2010
Reeditado em 13/01/2010
Código do texto: T2024642
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