... Continuação dos capítulos anteriores postados aqui no Recanto.


A lenda de Hiphitusi

 
13. Três mapas e um quarto
 

Para comemorar o trabalho, com o saldo negativo de dois feridos, mas com muitos pontos positivos para contar, fizeram uma pequena confraternização que foi até a madrugada.
O único a não participar da festa foi Kedaf, pois passou a noite toda analisando o conteúdo da bolsa que Roi retirara do templo, composto por três mapas do tamanho de um atlas comum e uma parte de um quarto mapa, que foi divido em quatro partes aparentemente iguais.
Vanuzia fez questão de tratar do ferimento que Roi fizera em sua perna e dormiram separados do grupo igual fizeram noites atrás, com a diferença que agora estavam à margem de uma grande cratera.
Pela primeira vez ele teve vontade de falar sobre sua desconfiança a respeito de Kedaf, mas vendo a felicidade que ela demonstrava ali envolvida em seus braços, resolveu deixar esse assunto para um momento mais propício.
Na manhã seguinte, os três líderes se reuniram e com as explicações de um Kedaf de olhos vermelhos, ficaram a par dos próximos passos que o grupo poderia dar.
-- Temos três mapas distintos, feitos há muito tempo, mas não podemos nos dar ao luxo de nesse momento pedir uma verificação da data aproximada de sua fabricação, pois levariam semanas, por mais que isso me seja atraente, principalmente para sanar algumas dúvidas que vou expor adiante.
-- Cada um deles revela a possível localização das partes que faltam para completarmos a pedra Hiphitusi, através de pequenos marcos. Mas existe um grande detalhe acerca deles que me intrigou e com certeza vai intrigá-los também!
-- Percebi logo de pronto que eles não estão representando os continentes como os conhecemos hoje, pois o que vi nos mapas foi somente um grande aglomerado de terras, cercado de águas por todos os lados.
-- Com base nos estudos de Vanuzia, os quais indicavam ser a lenda de Hiphitusi da época em que somente existia um único e gigantesco continente, vi aí uma relação contendo uma certa lógica e encontrei em meus livros um estudo mais profundo ainda feito sobre o tema, inclusive com um esboço de como teria sido o formato deste continente, o qual se mostrou muito similar aos dos mapas que temos em mãos.
-- Estamos falando, como devem saber, do super-continente conhecido como Pangéia e que foi dividido devido a Deriva Continental, num processo que levou décadas e décadas. Até aí tudo bem, mas o que me deixou estupefato é que essa grande transformação ocorreu há cerca de 220 milhões de anos atrás, portanto é meramente impossível que esses mapas tenham sido confeccionados pelas civilizações antigas que temos conhecimento.
Rói e Vanuzia se olharam espantados.
-- Mas devido a exatidão contida nos mapas, foi fácil descobrir que cada um deles retrata fielmente uma área que podemos coincidir com as que conhecemos atualmente, então não será impossível prosseguirmos com a nossa missão.
-- Quanto a este pedaço de mapa, ele é idêntico aos demais e dá a impressão que vai formar um mapa igual, com a localização eu creio do local mais importante de todos bem no centro, que com certeza é o nosso objetivo principal. Mas não poderemos fazer nada sem ter em mãos todas as partes deste mapa, pois pelo que entendi ele só dá uma parte das informações que precisaremos para chegar até esse lugar e é claro, esses dados também só podem ter sido divididos em partes iguais.
-- Mas se analisarmos friamente, descobriremos que não vamos conseguir nada se também não obtivermos todas as partes da pedra Hiphitusi, então uma coisa está ligada à outra. Sendo assim sugiro que comecemos a trabalhar imediatamente.
-- Nesse ponto eu discordo – Interveio Vanuzia – Precisamos de um outro local com mais recursos para novos estudos. Além disso, a imprensa espera um retorno nosso para que não volte a nos incomodar. Poderíamos retornar para Santiago onde tenho excelentes contatos, fazer a coletiva que prometemos à imprensa de uma forma a enrolá-los por mais algum tempo, assim como fizemos antes, e de lá partir para os próximos passos.
-- Concordo com ela Kedaf, precisamos também renovar nossos estoques de equipamentos e gêneros alimentícios. Os carregadores me alertaram sobre esse fato antes de iniciarmos essa nossa reunião.
Kedaf concordou com os dois e naquele mesmo dia desfizeram o acampamento. Antes disso, porém, fizeram uma última exploração nos escombros que sobraram do templo, mas nada de importante encontraram.
Após atravessarem a floresta decidiram por sugestão de Kedaf pernoitar novamente no vilarejo que os acolhera antes. E como numa reprise o príncipe foi ao bar onde a bela atendente dera a informação valiosa sobre o Lar da Pedra.
Já era tarde e ela estava quase fechando, mas ficou encantada ao vê-lo aparecer de surpresa.
-- Pode fechar – disse ele sorrindo – Hoje eu vou pagar sua recompensa merecida!
E saíram os dois abraçados pela noite.
Ela nunca mais foi vista, desapareceu. Ainda dizem até hoje que ela fugiu com um belo príncipe que por ali passou. 
 

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14. A divisão do grupo
JGCosta
Enviado por JGCosta em 11/01/2010
Reeditado em 12/01/2010
Código do texto: T2022778
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