... Continuação.
A lenda de Hiphitusi
12. O plano de Kedaf
Ao saírem do templo as estrelas já ajudavam a lua a iluminar o céu. Pediram para que todos se refugiassem no canto extremo, pois não sabiam o que estava para acontecer.
Vanuzia não conseguia tirar os olhos da entrada do Lar da Pedra, esperando que Roi surgisse a qualquer segundo, mas sentia que ele estava demorando demais e angustia que tomava conta dela começava a sufocá-la.
...
Roi estava a um metro da parede, para iniciar a descida. Devido à pressa que tinha, para sair da posição incômoda em que se encontrava, enroscado como estava nas estacas do teto, ao mudar para a parede acabou errando o balanço do corpo e perfurou a perna esquerda na ponta de um estaca.
Não foi uma lesão profunda, apenas superficial, mas que o fez perder segundos valiosos, pois as estacas agora desapareciam ainda mais rapidamente para dentro da parede.
Começou enfim a descer.
...
-- Precisamos voltar lá dentro! – Implorou a exploradora para Kedaf – Ele vai precisar de nossa ajuda, eu sinto isso...
O príncipe a olhou e viu nela todo o amor que ela demonstrava sem receio, todo um sentimento que ele nunca havia experimentado antes. Isso lhe deu uma idéia de como agir no futuro, para facilitar todos os trabalhos que ainda estavam por vir. Mas para isso precisava do guia vivo.
-- Espere aqui! – Disse ele – Eu vou ajudá-lo!
...
A cerca de quatro metros do chão acabara-se as estacam que serviriam de apoio para descida.
Nos poucos instantes que ele levou para perceber isso, ao tentar segurar no vazio, outro estalo o despertou e ele caiu, quando as estacas onde se agarrava desapareceram para dentro da parede.
Caiu sobre a perna ferida e uma dor alucinante o fez ficar zonzo. Com muito esforço se pôs em pé e saiu mancando, não sem antes olhar e ver que as estacas que sumiam já haviam alcançado o teto.
-- Não vou conseguir! – Falou alto para si mesmo!
Estava atravessando a primeira passagem quando as últimas oito estacas sumiram de vista.
...
Quando Kedaf entrou no templo viu Roi chegando pela outra passagem.
Um novo tremor, mais violento que o primeiro, começou a sacudir tudo.
As tábuas que serviram como ponte começaram a se mover e teriam caído se o príncipe não as tivesse segurado a tempo, fazendo um esforço descomunal para isso, além de manter o equilíbrio devido o tremor.
-- Pule Roi, vai cair tudo!
Ele obedeceu e saltou, mas a perna machucada atrapalhou o impulso e se viu engatinhando na tábua que Kedaf apoiava.
O tremor aumentou e pedras começaram a descer do teto que se dissolvia. Uma destas pedras, do tamanho de um melão, acertou o braço do príncipe que soltou momentaneamente as tábuas, que cederam e começaram a cair com Roi quase chegando.
Num puro reflexo estendeu a mão na direção de Roi, que a segurou e ficou dependurado.
Foi por apenas um milésimo de segundo, mas ele viu um brilho maligno saltar dos olhos de Kedaf, como se toda aquela situação o excitasse.
Ele o puxou para fora, agora com o apoio do outro braço, e o apoiou no ombro para chegarem à entrada, enquanto agora terra e grandes pedaços de pedra despencavam sobre o piso.
Foram caminhando o mais rápido que puderam assim, com Roi apoiado em Kedaf, e ao se sentirem seguros, viraram-se para ver o templo sumir para dentro da terra, envolto numa nuvem de poeira que chegou até eles, fazendo com que se protegessem com as mãos nos rostos.
Assim que o silêncio voltou a reinar, Roi sentou-se no chão.
-- Pensei que fosse me deixar cair!
Kedaf nem se deu ao trabalho de olhá-lo.
-- Está me julgando mal Roi! Eu não sou um assassino! – Mentiu ele.
-- Foi só uma impressão que tive! Mas eu estava apavorado, no fundo tenho que lhe agradecer por ter voltado, eu teria morrido lá dentro, sem dúvida alguma...
E dizendo isso estendeu a mão para Kedaf que a agarrou forte, puxando-o do chão.
Juntos caminharam até o grupo que ansiosamente os aguardava, mas ambos sabiam que não haviam conseguido convencer um ao outro.
Clique abaixo para ler a continuação:
13. Três mapas e um quarto
A lenda de Hiphitusi
12. O plano de Kedaf
Ao saírem do templo as estrelas já ajudavam a lua a iluminar o céu. Pediram para que todos se refugiassem no canto extremo, pois não sabiam o que estava para acontecer.
Vanuzia não conseguia tirar os olhos da entrada do Lar da Pedra, esperando que Roi surgisse a qualquer segundo, mas sentia que ele estava demorando demais e angustia que tomava conta dela começava a sufocá-la.
...
Roi estava a um metro da parede, para iniciar a descida. Devido à pressa que tinha, para sair da posição incômoda em que se encontrava, enroscado como estava nas estacas do teto, ao mudar para a parede acabou errando o balanço do corpo e perfurou a perna esquerda na ponta de um estaca.
Não foi uma lesão profunda, apenas superficial, mas que o fez perder segundos valiosos, pois as estacas agora desapareciam ainda mais rapidamente para dentro da parede.
Começou enfim a descer.
...
-- Precisamos voltar lá dentro! – Implorou a exploradora para Kedaf – Ele vai precisar de nossa ajuda, eu sinto isso...
O príncipe a olhou e viu nela todo o amor que ela demonstrava sem receio, todo um sentimento que ele nunca havia experimentado antes. Isso lhe deu uma idéia de como agir no futuro, para facilitar todos os trabalhos que ainda estavam por vir. Mas para isso precisava do guia vivo.
-- Espere aqui! – Disse ele – Eu vou ajudá-lo!
...
A cerca de quatro metros do chão acabara-se as estacam que serviriam de apoio para descida.
Nos poucos instantes que ele levou para perceber isso, ao tentar segurar no vazio, outro estalo o despertou e ele caiu, quando as estacas onde se agarrava desapareceram para dentro da parede.
Caiu sobre a perna ferida e uma dor alucinante o fez ficar zonzo. Com muito esforço se pôs em pé e saiu mancando, não sem antes olhar e ver que as estacas que sumiam já haviam alcançado o teto.
-- Não vou conseguir! – Falou alto para si mesmo!
Estava atravessando a primeira passagem quando as últimas oito estacas sumiram de vista.
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Quando Kedaf entrou no templo viu Roi chegando pela outra passagem.
Um novo tremor, mais violento que o primeiro, começou a sacudir tudo.
As tábuas que serviram como ponte começaram a se mover e teriam caído se o príncipe não as tivesse segurado a tempo, fazendo um esforço descomunal para isso, além de manter o equilíbrio devido o tremor.
-- Pule Roi, vai cair tudo!
Ele obedeceu e saltou, mas a perna machucada atrapalhou o impulso e se viu engatinhando na tábua que Kedaf apoiava.
O tremor aumentou e pedras começaram a descer do teto que se dissolvia. Uma destas pedras, do tamanho de um melão, acertou o braço do príncipe que soltou momentaneamente as tábuas, que cederam e começaram a cair com Roi quase chegando.
Num puro reflexo estendeu a mão na direção de Roi, que a segurou e ficou dependurado.
Foi por apenas um milésimo de segundo, mas ele viu um brilho maligno saltar dos olhos de Kedaf, como se toda aquela situação o excitasse.
Ele o puxou para fora, agora com o apoio do outro braço, e o apoiou no ombro para chegarem à entrada, enquanto agora terra e grandes pedaços de pedra despencavam sobre o piso.
Foram caminhando o mais rápido que puderam assim, com Roi apoiado em Kedaf, e ao se sentirem seguros, viraram-se para ver o templo sumir para dentro da terra, envolto numa nuvem de poeira que chegou até eles, fazendo com que se protegessem com as mãos nos rostos.
Assim que o silêncio voltou a reinar, Roi sentou-se no chão.
-- Pensei que fosse me deixar cair!
Kedaf nem se deu ao trabalho de olhá-lo.
-- Está me julgando mal Roi! Eu não sou um assassino! – Mentiu ele.
-- Foi só uma impressão que tive! Mas eu estava apavorado, no fundo tenho que lhe agradecer por ter voltado, eu teria morrido lá dentro, sem dúvida alguma...
E dizendo isso estendeu a mão para Kedaf que a agarrou forte, puxando-o do chão.
Juntos caminharam até o grupo que ansiosamente os aguardava, mas ambos sabiam que não haviam conseguido convencer um ao outro.
Clique abaixo para ler a continuação:
13. Três mapas e um quarto