... Continuação.

A lenda de Hiphitusi 
 

7. A exploração no Peru

 
Conseguiram acalmar os ânimos exaltados da imprensa que queria a todo custo informações, prometendo uma coletiva assim que fizessem o último estágio de seu trabalho iniciado, caso houvessem dados a serem informados.
Sobre o código descoberto, fizeram novo contato com o decifrador, pedindo a verificação de alguma outra utilização do mesmo na história ou ainda alguma referência que tivesse sido publicado a respeito. A resposta foi clara: não havia registro conhecido de sua utilização anteriormente!
Sem o assédio da imprensa rumaram para o Peru e iniciaram uma nova exploração na área que menos foi cogitada nos estudos realizados como sendo o possível esconderijo do Terceiro Quarto.
Não era também, a exemplo do Chile, uma área extensa, a qual foi coberta em duas semanas.
Foram em dois jipes e dois caminhões até onde foi possível chegar, depois se embrenharam numa mata virgem na parte central do país, seguindo a leste sentido a região da Sierra Divisor, na divisa com o Brasil, num trecho que nem mesmo o experiente e nativo Roi já havia executado algum trabalho antes.
Depois de varrerem toda a área prevista, acabaram saindo num planalto que servia de ligação aos rios da região, mas erraram o ponto previsto por cerca de um quilômetro e meio.
Como teriam de retornar pela floresta, a não ser que quisessem enfrentar os rios e aproveitando para ter certeza de que nada de importante havia sido deixado para trás, Roi conduziu o grupo pelo trecho que não fora explorado devido o pequeno erro na rota e dois dias depois retornaram aos veículos sem novidades.
A decepção era visível em Vanuzia e Kedaf, mas Roi os encorajou a iniciarem um novo estudo assim que chegassem à cidade mais próxima dali, Contamana, gerando agora um mapa mais abrangente. Eles concordaram.
No caminho de volta encontraram um vilarejo e resolveram passar a noite e na manhã seguinte prosseguiriam na viagem. Acabaram encontrando uma casa que servia de hospedagem e se instalaram.
Kedaf resolveu finalmente dar um pouco de sossego para Roi e Vanuzia e saiu, procurando um bar para tomar algo que o ajudasse a tirar o pó da garganta. Encontrou um lugarzinho escuro onde alguns homens tomavam em pequenos grupos suas bebidas, com uma bela morena vestida de índia atrás de um balcão simples.
-- O que a senhorita me recomenda? – Pediu ele a atendente que o olhou sobressaltada.
-- Não esperava que falasse o nosso dialeto!
-- Sei vários! – Se gabou Kedaf em voz baixa.
-- Pode tomar pisco, é muito boa! É uma aguardente de uva. Ajuda depois a pegar no sono, se esse for o seu interesse – disse ela com um olhar malicioso e completou – Também não causa ressaca.
Kedaf aceitou a sugestão e ela serviu uma dose. Como a educação que recebera na Inglaterra o transformara num homem que sabia educadamente conquistar as pessoas, de uma forma sutil acabou pagando bebidas para todos que se encontravam no bar, recebendo dezenas de elogios.
Iniciou um bate papo com a atendente, sem compartilhar das mesmas intenções que ela demonstrava e já estava na terceira dose quando ela disse algo que lhe chamou a atenção.
-- Estão indo para Mesfeqifse? Seu grupo é grande com vários veículos. – Disse ela baixo, quase sussurrando.
-- Nunca ouvi falar deste lugar! – Disse ele no mesmo tom.
-- Não é muito conhecido, quase ninguém vai lá! – Completou ela – Tem que atravessar uma boa parte da mata fechada até chegar num pequeno lago. Fui lá uma vez com meu pai há muitos anos. Ele me contou que se trata de um lugar sagrado.
-- E o nome, o que significa?
-- Ninguém sabe, mas os antigos chamam o local assim.
Kedaf anotou o nome, pediu todas as indicações possíveis para encontrar o lugar e conseguiu milagrosamente escapar da atendente, que queria agora declaradamente duas coisas: uma boa noite de sexo com um homem encantador e uma aventura com o grupo por dentro da mata.
Ele se desvencilhou educadamente dizendo que estavam num trabalho sério envolvendo diversas questões que exigiam um enorme sigilo, mas prometeu que ao terminarem essa nova exploração ele passaria pela vila para a recompensar pela informação, mas agora precisava urgentemente deixar os demais a par do que havia descoberto, o que era verdade.
Voltou para o local que servia como hotel, o qual ele definira em sua mente como espelunca, e foi entrando no quarto de Vanuzia, flagrando-a nos braços de Roi.
-- Que bom estarmos os três aqui! – Disse ele sem se importar com o olhar raivoso de Roi que caiu sobre ele. – Creio que tenho uma pista que não custa investigar!
Arrancou um papel do seu bloco de anotações e passou para que eles olhassem enquanto sorria. Tinha uma idéia do que eles iriam descobrir.
 

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8. O Lar da Pedra
JGCosta
Enviado por JGCosta em 04/01/2010
Reeditado em 11/01/2010
Código do texto: T2010479
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