A lenda de Hiphitusi

... Continuação.

 
6. O Terceiro Quarto
 

 
Kedaf era a “pedra no sapato” de Roi quanto ao seu relacionamento com Vanuzia.
Quando eles pensavam em ficar um pouco a sós e falar sobre coisas diferentes do que a missão atual, ele surgia do nada com alguma nova idéia e o casal acabava por mudar os planos.
Não era segredo que os dois se amavam para ninguém do grupo, que no momento era composto pelos três, sete carregadores e quatro seguranças armados. Constantemente eram pegos de mãos dadas e ao acontecer de serem, de certa forma, atrapalhados por Kedaf, este fazia questão de frisar que o relacionamento dos dois mais poderia prejudicar do que ajudar nesta expedição.
Roi, apesar de já ter se acostumado com este jeito de ser do príncipe, ainda não tinha plena confiança nele. Mas para não arranjar um conflito desnecessário, principalmente nos dias em que ficaram ociosos em Santiago e ele queria ardentemente preencher estes momentos ao lado de Vanuzia, resolveu se concentrar em alguma outra coisa.
Foi quando, mesmo não sendo a sua área, começou a tentar desvendar de onde poderia ter vindo a linguagem que dava nome às partes que formavam a pedra Hiphitusi.
Vasculhou com autorização em todos os trabalhos elaborados previamente por seus companheiros, de onde os dois não saíram da estaca zero. Já haviam enviado o nome do possível artefato em sigilo para os maiores especialistas em linguagens antigas do mundo, que informaram não existir tal língua.
Então um estalo surgiu na mente de Roi.
Imaginou se o que estariam buscando pudesse não ser uma linguagem e sim algum tipo de código e comentou com os dois, que a princípio rejeitaram totalmente a idéia, partindo do princípio de que nos povos antigos não se havia registro da utilização de códigos elaborados a partir de uma linguagem local. Roi concordou com eles, mas rebateu com o argumento de que com sinais e pequenas imagens existiram códigos de todos os tipos, e sendo assim várias línguas de que tiveram conhecimento não eram compostas por sinais e imagens?
Kedaf teve que concordar que ele tinha razão e então enviou o agora possível código para outro especialista nesse campo e aguardaram.
Uma semana foi o suficiente para uma carta registrada retornar com uma informação positiva. Visdiosu Ryesvu era um código simples que significava “Terceiro Quarto”.
Com essa descoberta concluíram que tudo apontava na direção de que estavam certos em prosseguir. Havia mesmo quatro partes que formavam a pedra e isso foi motivo de comemoração entre eles.
Mas a maneira como o nome foi codificado acrescentou mais um ponto de vista a ser levado em conta. O especialista explicara que fora utilizado o alfabeto conhecido atualmente como base para tal codificação, andando-se uma casa para frente, diferenciando-se somente esta ação entre as vogais e consoantes, ou seja, explicou ele, quando se tratava de uma vogal somente seria utilizada a próxima vogal em seu lugar e o mesmo procedimento era utilizado no caso das consoantes.
O alfabeto conhecido datava aproximadamente do século IV a.C., com a inclusão das vogais pelos gregos no alfabeto criado pelos fenícios por volta de 900 a.C. e que ainda só se compunha de consoantes. Com essa informação em mãos tinham uma idéia da idade máxima que teria o código batizado pelo três de Hiphitusi. Ele o batizaram temporariamente com este nome para somente facilitar a comunicação entre eles e tentaram utilizar o código na palavra Hiphitusi, mas o resultado, Gengesore, não os levou para lugar nenhum.
Outro aspecto que levaram em conta foi se caso a utilização deste código tivesse ocorrido nos quatro cantos do mundo, onde a lenda dizia que as outras partes da pedra estariam, daria como resultado a possibilidade de que houvesse uma linguagem em comum, não de todos os povos conhecidos, mas destes que criaram os códigos. Ou ainda poderiam ter escolhido somente uma língua ao acaso para servir ao seu propósito, mas tudo não passava de meras suposições.
O que sabiam ao certo no grupo era que a lenda conhecida na América do Sul tratava do Terceiro Quarto. Isso era uma informação importante, não tinham dúvidas, mas aparentemente não ajudava na indicação do caminho a seguir para achar a sua localização. Só não sabiam que estavam equivocados!
 

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7. A exploração no Peru
JGCosta
Enviado por JGCosta em 03/01/2010
Reeditado em 11/01/2010
Código do texto: T2008497
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