Reencarnação em São Paulo
Ás 18h30 do dia 17 de dezembro de 1976, Eliane voltava do trabalho
para a casa, num ônibus. Passava pela Avenida do Estado quando observou um edifício antigo, que chamou sua atenção pela luminosidade de seus vitrais.
Atravessava diariamente essa avenida, mas, como costumava ler durante o trageto, não abservava oque a rodeava. Naquele dia , porém seus olhos ardiam e Eliane voltou com o livro fechado, comtemplando a paisagem.Quando viu o prédio , o local pareceu familiar. Imaginou então que depois do prédio havia trilhos.
O ônibus avançou um pouco e , para o espanto de Eliane, lá estavam as linhas de trem. Seu coração disparou: Desenhava-se na sua memoria a continuação daquela estrada de ferro.
Era como se recordações antigas, ocultas no inconsciente , voltassem á sua memória. Sentiu que já havia passado ali antes. As cores escuras, os armazéns, os trilhos desordenados e espalhados a considerável distância-Tudo pra ela dizia respeito. Reviveu cenas de pavor presentes em seus sonhos de infância. Eliane lembrou-se que sonhar com trens era , pra ela , uma constante.Se via no meio dos trilhos, lutando desesperadamente para atingir o outro lado. Trens vinham de todos os lados, em alta velocidade. Fugia deles, mas logo outros apareciam.
Acordava apavorada . Rezava para não ter mais esse pesadelos e suas orações de criança foram atendidas. Não pensou mais neles.
Mas a ocorrência do dia 17 trouxe esses sonhos de novo á tona.
Aquele lugar era o mesmo de seus pesadelos, ou outro muito parecido.
Eliane relacionou tudo isso com o fato de que , quando tinha vinte dias de nascida, sua mãe percebeu que ela estava toda cortada, como se tivessem passado uma faca entre as dobras de seu corpo. As feridas sangravam com frequencia. Foi levada á médicos , mas eles nunca descobriram a causa da enfermidade. Contudo , depois de um tratamento intensivo , as lesõoes acabaram cicatrizando.
Eliane tinha razões, portanto, para acrediatr que havia desencarnado dilacerada sob as rodas de um trem e que os estigmas provocados pela separação das partes de seu corpo ainda hoje se refletem em sua vida.