Return to the sea
O ar se ia, a água entrava mais e mais. Ela conseguia sentir suas narinas tentando parar, mas era impossível, elas puxavam e sugavam mais líquido, enquanto o pulmão se enchia cada vez mais. Seus braços e pernas se moviam em ritmo frenético, enquanto ela tentava se manter na superfície. Seus esforços não produziam resultado: as ondas fortes do mar revolto a atiravam para dentro da imensidão de água, como se fosse um trapo.
Seus olhos estavam abertos, esbugalhados, e ela conseguia enxergar os raios e relâmpagos lá fora iluminando tudo com uma luz azul fantasmagórica. Aquilo era o inferno.
O pânico dominava cada vez mais seus sentidos, a impulsionando a lutar para respirar ar outra vez.
Já se sentia fria e começava a ver que seus membros enrijeciam, como os braços e pernas de um cadáver recente.
Tentava gritar, mas o som não se propagava na água. Além disso, quem poderia ouvi-la?