No cálice dos bêbados
No cálice dos bêbados bóia a lua. Dos olhos negros da noite brotam lágrimas tintas de vinho.
Na rua dançam mariposas e casais, por entre os carros que não aguardam o farol.
O mar, reclamando, quebra-se em ondas rugentes na praia.
Enfim, a cidade está como sempre esteve, só dessa janela se vêem detalhes tão pequenos.
É hora de apagar o derradeiro cigarro, a noite se desfaz em luminosas ondas de sol e eles, os bêbados, esvaziados seus cálices, tem que dormir sobre os muros, pois em vão esperam a porta se abrir.