UM PÁSSARO ME CONTOU

Estava alegremente a saltar e a cantar nos galhos das arvores, de uma maravilhosa e intensa floresta, quando de repente apareceram eles, os homens malvados, caçadores de animais e destruidores das aves, que sem culpa nenhuma vivemos a gozar da liberdade que Deus nos deu.

Por alguns instantes fiquei como uma estátua, paralisado e intrigado com tão mesquinho comportamento dos homens.

Fiquei ali extasiado enquanto eles passavam conversando, não me vendo falavam com as mais cruéis das ironias.

Lembrei-me que estava longe dos meus amigos, queria fazer alguma coisa, talvez avisá-los para que fugissem, mas não deu, não podia me movimentar, por alguns instante tinha que me fazer de invisível.

Foram andando, andando até que desapareceram atrás daquelas enormes árvores.

Eu continuei com os meus afazeres: a cantar, a pular daqui e dali, procurando alimentos para meus filhotes.

Ah! Esqueci de me apresentar: sou uma canária e estou com meus filhotes ainda recém-nascidos que precisam muitos dos meus cuidados, pois são ainda indefesos.

Dei uma boa andada por ali, depois resolvi voltar para o meu ninho. Pela graça do bom Deus os caçadores não me atacaram, nem a mim e os meus filhotes.

Ao anoitecer, estando eu já no meu ninho, dando guarida as minhas crias, de repente vi ao longe algum sinal de fumaça e de fogo, então mais uma vez fiquei aterrorizado por eles estarem tão perto de nós. Foi aí que eu pensei: tomara que eles consigam outros bichos e outras aves e não nos incomodem.

Assim é a nossa vida, cada vez que um ser humano passa por nós, temos que nos fingir de estátua e não fazermos barulho algum para garantirmos a nossa vida.

Penalizada com a história da pobre canária eu quase chorei e vi quão ingratos são os humanos, principalmente quando resolvem mexer com os animais.

16/11/2009

Djanira Campos
Enviado por Djanira Campos em 17/11/2009
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