DESEJANDO A MORTE

Noite Adentro...

No obscuro céu, banhado por um luar cheio e prateado.

Está ele em seu grande castelo, onde as trevas reinam soberanas.

O som de seus próximo passos já que lhe faziam mal.

Sente falta de alguém com quem dividir a solidão.

O dia está próximo, não pode mais esperar!

Mas qual seria a dama capaz de oferecer a ele alma e coração?

Tocou uma imensa porta que ao abrir-se revelou um grande espelho no qual ele podia observar todas as pessoas do mundo.

Observava nervoso todas as donzelas, mas nenhuma estava a altura do que desejava.

Não desistiria! Passaram-se dias,meses...

Finalmente encontrou, a noite caia no bosque e lá estava a dama que desprezava a vida e desejava a morte.

Seria ela!

No mesmo instante materializou-se no bosque ao lado dela.

ela sorriu era bela, seus ruivos cabelos curtos eram como o fogo, sua pele alva, fria e delicada como um floco de neve.

Era a combinação perfeita!

seduzio a dama com toda sua beleza, recitou-lhe poemas de amor, cobrio-lhe de flores e encanto.

Quanto era gentil o cavalheiro!

Ao iniciarem os primeiros raios de sol, voltou a seu castelo.

Na noite seguinte a donzela estava novamente a sua espera.

e assim aconteceu por um certo tempo.

Então enquanto se amavam ele lhe perguntou:

você me ama? me daria sua alma e coração?

E a donzela já apaixonada respondeu que sim!

O cavalheiro transportou a amada em seu negro cavalo alado, até seu castelo entre as nuvens.

chegando ao castelo foi tratada como uma rainha, ele a seguia por toda parte não estava só nem por um momento.

Mas, uma tristeza lhe consumia via que seu amado a cada dia parecia mais velho e cansado seu negros e longos cabelos estavam grisalhos.

mas, não havia se passado nem mesmo um mês, mas, amava aquele belo e misterioso homem e aquele grande castelos cheio de segredos.

Numa Brilhante noite de lua cheia, ele estava a sua espera no imenso leito macio iluminado pela lua e pela fraca luz das velas.

Seu sorriso não era o mesmo seus cabelos ainda mais brancos, sua pele mais pálida.

então o cavalheiro lhe disse ao ouvido:

Meu bem, hoje lhe darei o que desejas tanto!

aquela voz suave fez com que ela se entregasse por completo, a espera de algo valioso.

Iniciou e beijá-la, acariciá-la, amá-la, sinti-la, tocá-la.

As velas apagaram-se, ela estava embriagada com seu amor quando ele tirou de uma bela caixa um punhal de prata e iniciou a cortar o peito da dama ignorando seus gritos de pavor e dor. ele adorava isso!

E repetia ao ouvido da donzela:

Você me prometeu sua alma e coração, vocÊ desejava a morte meu amor, porque estás com medo?

Os gritos cessaram e ele já segurava o coração em suas mãos.

Seus cabelos longos estavam negros novamente. Bebeu o sangue, sentiu-se forte, o resto do sangue recolheu em uma taça.

O quarto iluminou-se com fogo, a morte havia chegado. Entregou o coração e a morte sugou a alma da pobre donzela adormecida eternamente.

O macabro ritual estava apenas iniciando.

Recolheu o corpo da donzela e com o mesmo punhal ensanguentado cortou seu corpo em pequenos pedaços.

Arrancou-lhe os cablos e guardou em uma caixa de vidro, já cheia de tantos outros comprimentos e cores de cabelos.

Arrancou-lhe os olhos e com um alfinete e os pregou em uma das paredes dos seu aposento de leitura e lá haviam tantos outros pares de olhos.

O ritual estava quase terminado.

E então iniciou a comer a carne e beber a taça de sangue a lua brilhava no céu.

Seu castelo sobre as nuvens estava novamente deserto, mas, agora era diferente, ele estava mais belo e forte que nunca.

Pronto para enfrentar a solidão que era o preço da imortalidade.

Uiara Mariani
Enviado por Uiara Mariani em 30/10/2009
Reeditado em 06/12/2012
Código do texto: T1896634
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