PRAZER!FUI TEU MARIDO!
■
(Esta história,é uma história de amor surreal)
■
Hoje tinha um rapaz batendo na porta de minha casa às seis da manhã. Meu marido já havia saído para trabalhar e levado as crianças para a escola. Desci as escadas até o primeiro andar da nossa casa, e fui até a porta. Quando a abri, um homem muito abatido, suado e parecia ter corrido muito para estar ali.
Assustei-me com aquela figura estranha. Nunca o havia visto em minha vida. Na verdade. No fundo, no fundo eu achava que o conhecia de algum lugar. Ele estendeu a mão e esboçou um sorriso tímido. Foi então que disse com palavras leves e voz suave: “Prazer, fui teu marido!”. Nesse instante eu dei um pulo para trás de susto. O salto foi tão grande que caí sentada no sofá que havia comprado na noite anterior com o Valter, o meu marido de verdade, contra vontade dele. Se eu tivesse seguido o conselho dele, e não comprado o sofá, eu cairia estabacada no chão de azulejos.
Ele entrou pela porta de minha casa como se estivesse pasmo com a situação. Sorria para mim com um olhar de como se não me visse há anos! Foi se aproximando, e eu queria me lembrar onde tinha deixado meu celular. Com certeza era um tarado, e eu estava em perigo!
Nesse instante o sujeito tocou em meu rosto de um jeito que me fez sentir um vazio no peito. Sabe quando você tem aquela sensação de já ter vivido a situação antes? Os déjà vu? Pois é, de algum modo eu conhecia aquelas mãos. Mas ele não poderia ser meu marido. Valter era meu marido há doze anos, desde o colegial! Eu lembrava de tudo que passara com ele. Quando nos casamos,nosso primeiro filho, a segunda filha. A morte dos pais dele. A promoção da empresa que o fez receber o triplo do que recebia. Adorava minha vida, amava minha família.
O estranho se ajoelhou e me mostrou uma foto antiga. Eu então o reconheci, era o Artur. Meu amigo de escola. Fazia anos que não o via!Acho que duas décadas. Mas o mais impressionante estava por vir. Na foto, eu e ele nos beijávamos. Não me lembrava de tê-lo beijado um dia. Namorei Valter durante todo o colegial. Mas Artur me contou algo tão bonito que foi impossível não me emocionar. Ele disse que era muito pobre na época, e só não era mais pobre que apaixonado por mim. Nós nos casamos e, depois de anos eu,durante uma briga,disse-me arrependida de tê-lo escolhido como marido,já que haviam outros mil que me daria coisas melhores.Então, ao ver que havia mil outros rapazes que me dariam o mundo, ele tomou uma decisão baseada em uma história que seu avô lhe contava. Disse que se ao começo do horário de verão, ao invés de adiantar uma hora, você voltasse duas, o número de anos também voltaria. Se voltasse duas horas, voltariam dois anos, três horas, três anos, e por aí vai. Ele voltou vinte anos, ao início de tudo.E nós nunca fomos namorados.Eu nunca o conheci. Eu conheci o Valter.
Depois de me contar isso, ele apenas foi embora. Disse apenas que sentia muito e que viera de muito longe só para ter certeza de que eu estava bem. Continuei minha vida, mas agora pensando em Artur. E todo horário de verão, eu ficarei com uma enorme vontade de ver minha vida por outro caminho. Ao lado de quem não tinha nada, mas que faria tudo por mim.
■■
FIM
■
(Esta história,é uma história de amor surreal)
■
Hoje tinha um rapaz batendo na porta de minha casa às seis da manhã. Meu marido já havia saído para trabalhar e levado as crianças para a escola. Desci as escadas até o primeiro andar da nossa casa, e fui até a porta. Quando a abri, um homem muito abatido, suado e parecia ter corrido muito para estar ali.
Assustei-me com aquela figura estranha. Nunca o havia visto em minha vida. Na verdade. No fundo, no fundo eu achava que o conhecia de algum lugar. Ele estendeu a mão e esboçou um sorriso tímido. Foi então que disse com palavras leves e voz suave: “Prazer, fui teu marido!”. Nesse instante eu dei um pulo para trás de susto. O salto foi tão grande que caí sentada no sofá que havia comprado na noite anterior com o Valter, o meu marido de verdade, contra vontade dele. Se eu tivesse seguido o conselho dele, e não comprado o sofá, eu cairia estabacada no chão de azulejos.
Ele entrou pela porta de minha casa como se estivesse pasmo com a situação. Sorria para mim com um olhar de como se não me visse há anos! Foi se aproximando, e eu queria me lembrar onde tinha deixado meu celular. Com certeza era um tarado, e eu estava em perigo!
Nesse instante o sujeito tocou em meu rosto de um jeito que me fez sentir um vazio no peito. Sabe quando você tem aquela sensação de já ter vivido a situação antes? Os déjà vu? Pois é, de algum modo eu conhecia aquelas mãos. Mas ele não poderia ser meu marido. Valter era meu marido há doze anos, desde o colegial! Eu lembrava de tudo que passara com ele. Quando nos casamos,nosso primeiro filho, a segunda filha. A morte dos pais dele. A promoção da empresa que o fez receber o triplo do que recebia. Adorava minha vida, amava minha família.
O estranho se ajoelhou e me mostrou uma foto antiga. Eu então o reconheci, era o Artur. Meu amigo de escola. Fazia anos que não o via!Acho que duas décadas. Mas o mais impressionante estava por vir. Na foto, eu e ele nos beijávamos. Não me lembrava de tê-lo beijado um dia. Namorei Valter durante todo o colegial. Mas Artur me contou algo tão bonito que foi impossível não me emocionar. Ele disse que era muito pobre na época, e só não era mais pobre que apaixonado por mim. Nós nos casamos e, depois de anos eu,durante uma briga,disse-me arrependida de tê-lo escolhido como marido,já que haviam outros mil que me daria coisas melhores.Então, ao ver que havia mil outros rapazes que me dariam o mundo, ele tomou uma decisão baseada em uma história que seu avô lhe contava. Disse que se ao começo do horário de verão, ao invés de adiantar uma hora, você voltasse duas, o número de anos também voltaria. Se voltasse duas horas, voltariam dois anos, três horas, três anos, e por aí vai. Ele voltou vinte anos, ao início de tudo.E nós nunca fomos namorados.Eu nunca o conheci. Eu conheci o Valter.
Depois de me contar isso, ele apenas foi embora. Disse apenas que sentia muito e que viera de muito longe só para ter certeza de que eu estava bem. Continuei minha vida, mas agora pensando em Artur. E todo horário de verão, eu ficarei com uma enorme vontade de ver minha vida por outro caminho. Ao lado de quem não tinha nada, mas que faria tudo por mim.
■■
FIM