Ninfa da Terra da Luz
Há tempos não me assentava à mesa para degustar um bom vinho, não que houvesse parado com a bebedeira, dei preferência à cevada que regavam as conversas em rodas de bárbaros em suas discussões sem fim. Em uma mesa redonda Mnemose brindou-me com a presença de uma nova ninfa, a Ninfa da Terra da Luz.
Ela era enorme em sua meiga pequenez, e, sua simples beleza assumida era gigante. Tinha um sorriso, desses que iluminava a escuridão mais densa, e, quando sorriu, arrancou-me as raízes do chão. Seu corpo era divino, com contornos perfeitos, provando mais uma vez que as ninfas foram esculpidas para seduzir os deuses, visto que, são divindades fora do Olimpo. Havia um detalhe rosa em sua cintura quase à mostra que atiçou-me! Seus ombros de fora deixavam à vista uma tira rosa do mesmo tom ao detalhe em sua cintura, causando em nós, mortais, uma volúpia tão intensa à ponto de querer colocar a própria vida em risco só para invadir aquele colo.
Enquanto a ninfa me servia o doce vinho de sua conversa, sua voz enchia-se de vigor, lembrando-me Zeus orquestrando seus trovões e relâmpagos. E quando sorriu, foi como se Apolo passasse com sua carruagem do sol para abrir a flor do dia que já era alto. Desejei deitá-la em meus ombros, mas como fazer sem ofender aos deuses?
Confessou-me a ninfa ter os olhos do medo. Eram grandes seus olhos, grandes olhos negros, daqueles que se convida a entrar em sua alma. Apesar das portas abertas não era preciso entrar, pois floresceu de tal jeito seu espírito que deixou descoberta a alma tão límpida. Fiz-me réu confesso, e, para tanto, que se escreva nos anais da história; adorei tê-la mesmo sem a ter.
Querida Ninfa da Terra da Luz, que capturas o momento eternizando-os com lampejos de flash, seu sorriso, sua voz, seus olhos cheios de lágrimas e seu choro preso, sacramentaram o ritual da conversa. Que Mnemose permita-me cristalizar sua imagem.