02:32
Corro,tento fugir de algo que me persegue.Apenas me fere,ainda que longe,não perde a oportunidade.
Não sei qual o poder que tem,mas me persegue.Adentro floresta á fora,a noite cada vez mais densa,tento identificar onde piso,mas há só escuridão.Pelas frestas das copas das arvores,a luz da lua.
Grito,mas parece que ninguém me ouve.Guio-me apenas pela claridade da lua cheia,que dos céus parece me guardar.
Minha respiração já ofegante,pedindo para eu párar,mas tenho receio.Não sei qual o mal que me persegue.
De repente,silêncio...
Sinto o pulsar do meu coração,o suor frio desce pela minha face,mãos e pernas trêmulas.Olho ao redor,procuro o que me persegue,sei que seja lá o que for,não desistiu,talvez eu tenha apenas saído de seu campo de visão provisoriamente.
Ouço o sibilar do vento...
Vejo entre clarões,um ser de semblante sombrio,não parece humano,me fita com olhos frios,vem ao meu encontro.
Ergue sua espada para aniquilar-me,não sei como defender-me.É algo inusitado.Fecho meus olhos,não serei sacrificada sem lutar,me levanto,de arma eu só tenho a vontade de manter-me viva.Aguardo o desfecho do golpe,pensando em como evitá-lo.
Ouço um estrondo,vejo sua espada tombar-se junto com seu corpo.Me toco,procuro ferimentos,mas não há.
Vejo então um ser de grande luz,um mago?Um anjo?Não consigo ver seu rosto.
Sei que não é mau,pois me estende a mão e aniquilou o mau que me perseguia.Ele brilha com um fulgor que eu nunca vi,me ergue,me mostra um caminho,é hora de eu partir.
Mas preciso saber o que ou quem ele é.
Agradecê-lo por salvar minha vida.
Ele me mostra novamente o caminho.Não quero partir sem saber o que houve.Ele segue seu caminho,eu corro atrás dele,ele some,eu caio.Escuridão,não enxergo nada,não chego ao fundo,apenas caio,onde estou?
Enfim percebo que toquei algo sólido,o chão?
Abro os olhos,são 02:32 da manhã no relógio de cabeceira.
Estou em casa,em meu quarto.
Foi um sonho?
Não sei...
Porém olho minhas mãos,o brilho do ser que me tocou estava lá...