A porta

A porta

Era apenas escuridão e silencio.

Levantou se de repente do local onde era acostumado a se deitar,nunca havia escutado um som que não fosse o que ele mesmo produzia.Ficou estático por algum momento,confuso pensava se não foi ele que produzira o som, sua duvida foi esclarecido no momento em que escutou novamente,sentiu algo estranho percorrer seu corpo,chamou isso de ‘’medo’’.

A curiosidade foi maior que tal sensação, caminhou em direção ao som, deu de cara com uma porta, já a tinha encontrada em tempos passados, uma vez ou outra percebia que uma luz passava pelas suas frestas podendo assim perceber todo o desenho da porta e um pouco do mundo em que vivia. Nunca teve interesse pela luz ou pela porta, já que convivia com isso desde sempre entendia como um fenômeno normal.

Desta vez sentiu curiosidade e por algumas vezes bateu na porta, nem luz nem som o respondeu. Continuou ao lado da porta por algum tempo, sem nenhuma resposta voltou e deitou se em seu local de fechar os olhos, chorou e chamou aquilo de ‘’solidão’’.

Muitos fechares e abrires de olhos depois do ocorrido viu novamente a luz vinda da porta, correu em sua direção e se abaixou em uma tentativa de observar o outro lado, foi uma tentativa inútil, pois a claridade era muita. Levantou se e observou toda estrutura da porta, um pequeno orifício no qual era possível a passagem de pouca luz chamou sua atenção. Intrigado voltou e deitou se.

Freqüentemente imagens vinham a sua cabeça quando fechava os olhos e freqüentemente tais imagens era concebida a realidade quando abria os olhos.

Desta vez veio em sua mente à imagem de uma criatura de cabelos longos, olhos cintilantes e traços que o fez remexer. Essa criatura segurava uma chave, levou a até a boca e engoliu.

Abriu os olhos ainda com a imagem do ser em sua mente, sentiu uma gostosa sensação percorrer seu corpo, chamou a sensação de ‘’amor’’. A sensação passou e começou a sentir espasmos, contraiu seu corpo e regurgitou uma chave.

Passado os espasmos percebeu que a luz o contemplava novamente, a claridade era suficiente para perceber o objeto que acabara de sair de seu interior. Pegou a chave e foi até a porta, percebeu que orifício que o intrigou possuía a mesma forma da chave, a introduziu no orifício, nada aconteceu. Introduzia e retirava a chave freneticamente, até que em certo momento girou a chave sem querer. A porta se abriu.

Final 1:

O ambiente externo era apenas um infinito de luz, a não ser por uma janela flutuante. Estremeceu do pé a cabeça quando viu um ser parecido com o de sua visão entrando pela janela, correu na tentativa de encontrar a criatura, foi tarde, o ser entrou pela janela e a fechou. A escuridão e o silencio se fez novamente.

Final2:

O ambiente externo era apenas um infinito de luz.

Pulou por entre a porta até o mar de luz, seu corpo foi imerso pela claridade e se tornou da mesma constituição dela. A partir desse momento entedia tudo e sabia de tudo, e assim começou a moldar a luz de acordo com o seu conhecimento infinito.

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Nando Paiva
Enviado por Nando Paiva em 11/08/2009
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