A inveja

“Somente aqueles que não conseguem se edificar vingam-se tentando demolir os outros”. (José de Alencar)

Durante algum tempo Celeste se mostrou. Sim ela sentiu naquela amizade segurança para falar de si, de suas emoções, de seus segredos. Mas, com o tempo, percebeu que naquela voz havia prazer em criticar, em julgar, em diminuí-la com palavras que provocassem incertezas diante das situações que ela estava vivenciando.

Passou a sentir-se insegura, aos poucos percebeu que a inveja queria atormentar seu mundo, com sua perturbada maneira de envenenar os outros.

Inteligente ela usava palavras doces, mas os gestos eram falsos e as conversas passaram a não ter nenhum fundamento, misturando seus próprios conflitos aos de Celeste. Tentando transferir sua inseguraça a ela.

Embora chateada Celeste teve maturidade para enxergar a realidade. Aprendera a ouvir a si mesma, ela acreditava em sua capacidade de sair da situação sem marcas, sem machucar-se, sem alterar suas emoções e sentimentos.

Com habilidade se desvencilhou das provocações doentias dessa amizade. Retomou o equilíbrio sem nenhuma ajuda externa. Ela confiou na voz interior, que lhe mostrou a saída, e voltou a viver segundo seus pensamentos.

“Autonomia tem que ver com o valor que outorgamos à nossa própria aprovação, ou até onde continuamos dependendo da opinião dos outros ou do meio social onde nos desenvolvemos...” (Walter Dresel)

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 05/06/2009
Reeditado em 05/06/2009
Código do texto: T1633034