Contos do Vento - Não existe tristeza
Eu ainda não sei porque aquele garoto sempre teve uma atração pela tristeza. Todos os dias se remoendo por dentro, chorando e querendo sempre mais. Porque? Ele tem os melhores amigos que qualquer pessoa no mundo gostaria de ter. Ele tem o emprego dos sonhos. Ele tem um grande amor, ama e é amado.
Sinceramente, hoje em dia as pessoas reclamam de barriga cheia, cheguei a esta conclusão. Eu sei que muitas vezes sou o culpado da discórdia e dos desastres. Mas tudo que faço é pelo bem, ou pelo mal merecido das pessoas. Para vocês que estão lendo, um dia é um dia, para mim um dia é um segundo. Então até hoje, pessoas pagam pelos seus antepassados. Enfim, isso não é para ser discutido ou abordado agora.
Um belo dia, nublei o tempo na capital onde o garoto mora. Ele chegou em sua casa foi direto para o banheiro tomar seu banho. Colocou o celular para tocar uma música dançante. De repente, começou a ouvir barulhos dentro de casa mesmo sabendo que estava tudo trancado e ele somente dividia o apartamento com um outro amigo. Na verdade, era eu fazendo barulho por entre as portas e janelas. Mas o menino coitado... entrou em pânico, e quando foi desligar o chuveiro, escorregou e caiu no piso. Bateu a cabeça na beirada do vaso sanitário e parou de respirar na hora.
Uma amiga bateu na porta no exato momento. Eu sentia muita pena do rapaz naquele momento. Ele estava triste, sem motivo. Paranóico, sem motivo. Na verdade ele precisava de uma lição. Então, entrei em ação. A porta estava trancada, mas a janela não. Com minha força, abri a janela e disse no ouvido da menina para ela pular a janela e ir ao banheiro. Ela foi. E eu quando quero, luto com todas as minhas forças contra qualquer um. Sendo assim, me empurrei com todo meu poder para dentro do pulmão do garoto, e ele voltou a respirar.
A amiga sem entender muito, o pegou e levou ao médico. Lá, tomou uma anestesia forte e dormiu no ato. Não sei se ele se lembra, mas batemos um longo papo no seu mundo dos sonhos, e enfim acho que ele aprendeu. Hoje em dia, temos uma ligação forte e sempre que ele me sente, esboça um sorriso no canto do rosto.
"Quando eu entrar, deixe-me sair. E quando eu sair, por favor, me puxe de volta."
Contos do vento - Não existe tristeza
Por Renan Florindo