Socos no Boi Bumbá
Objetivo e matreiro. Tal era o cartaz que anunciava a nova atração presente à cidade: "Circo de Pulgas Don Marleone, pululantes e sagazes".
Sucesso de público na certa. Faça-se presente, campeão!
A entrada do circo era atentamente guardada por um segurança que mais parecia um queijo Minas Frescal: branco e gorduroso. Ludibria-lo-ei-o-vos para curtir esta maravilha mambembe. De leve, no sapato, o bon vivant deu a letra.
- Buenos dias mister. Bon voyage.
- Let's go kid.
- All right man. Protect yourself from my dildo!
- Malditos franco-ianques-palestinos. Podes entrar, mas tens de me presentear com esta camisa do Richard Pryor que envergas. Já é?
- Demogô lindão!
Já dentro da lona circense, acomete-lhe: "Caraleo, não seria hoje a transmissão do campeonato de pebolim para cegos na Rádio Tupaciguara-Manguaça?". Sua mãe se decepcionaria se soubesse que não colocara as fraldas do bebê na lava louças...
Na mesma fila em que encontrava-me sentavam também dois fuzileiros navais cambojanos, um cambista com vários convites válidos para o show do INXS, duas irmãs siamesas com seus respectivos namorados, e uma senhora acompanhada de seu esposo, este em cinzas, dentro de uma lata de biscoitos amanteigados dinamarqueses. A vida é triste. Ainda bem que ainda podia comer jujubas antes de verter lágrimas.