Ninfa das Danças
Como falar em arte e negar a beleza. Como falar em beleza e negar a arte. Na historia estética da arte os dois estão intrinsecamente ligados, perdoe-me os monstros consagrados da arte, mas vocês não conheceram a bailarina.
A bailarina, menina mulher encantadora, com seus passos leves a desafiar a lei da gravidade, como se estivesse a andar com seus bailados sobre a superfície lunar.
Adoro vê-la andar sutilmente por esse palco chamado vida. Adoro ver os olhos curiosos de quem a vê saltitar vindo de encontro a meus braços, adoro imaginar a inveja dessas centenas de olhos. Adoro, em verdade, simplesmente adoro tê-la em meus braços, que seja por um segundo, ou quase menos, não importa.
Ter minhas mãos em sua cintura de boneca, mesmo que de passagem. Ter meus olhos em seus olhos que correm ligeiramente até sua boca marcada de lápis enchendo minha boca de água. Meus olhos, meus carrascos, são verdadeiros algozes que percorrem seu corpo em uma velocidade alucinante. Seu corpo, seus seios, sua cintura, seus quadris, suas coxas provocam minhas mãos.
Queria tateá-la para esculpi-la com a perfeição dos gregos, queria beijá-la para seduzi-la com a ousadia dos franceses, queria tê-la por bem mais que um segundo só para convencê-la que em verdade sou um homem encantado pela historia das ninfas, em particular pela da ninfa das danças.
Dos olhos que te devora, da mente que te consome, das mãos que te desejam. Você me hipnotiza ninfa das danças.