Uma Prostituta
Estava de bom humor aquele insolente. Acabou de confiar a vida a uma desconhecida, adormeceu em seus braços. Quando acordou não tinha mais um tostão, ela fugiu e levou todo o dinheiro e cartões, pelo menos pagou a conta do hotel.
Ao sair do hotel, olhou a lua que fugia e levava consigo uma legião de estrelas. Sorriu. Lembrou-se da desconhecida enquanto caminhava no calçadão a beira da praia. O sol aparecia timidamente no horizonte tocando o mar. Aquele sol amarelo reinava absoluto no céu, enquanto que, no mar, um azul claro transparente e sereno, fez-lhe lembrar do verde dos olhos dela, a desconhecida, uma prostituta que mal sabia o nome, mas uma coisa sabia, tinha um tom de esmeralda em fusão aqueles olhos.
Alegrou-se aquele insolente. Alegrou-se e lembrou-se: “Não sou mais virgem”, e sorriu. Olhou para o dia que sorria para ele e sorriu novamente, dessa vez um sorriso maior que o sorriso do dia. Então, encheu o peito de ar como se a atitude de respirar não fosse vital, mas sim, fosse parte daquele prazer que acabou de descobrir, e seguiu assobiando uma canção.