O SOM DISCURSIVO DA SELVA

Caminhava na selva tranqüilo,

ora parando e ouvindo

O som que surgia da selva.

Isso me deixava mais alegre,

um pouco mais sozinho,

E em um instante só,

difuso som único,

diferente de todos já ouvido.

Parando sério e assustado,

de onde teria surgido?

O som em mim tudo indagava

Se era preciso ser escutado procurava qualquer sentido

Se a mim era destinado o estranho som que havia ouvido.

Parado tentava definir a estrutura

começou fraquinho, distante,

ritmado no dissonante

atraído pela sua ilógica,

não sabia pensar direito,

muito menos como defini-lo

foi intensificando tornando-se mais forte

quase o vi tão perto, acreditei que encontrava-se ali

do lado, apenas virá o rosto

procurei tentando encontrá-lo,

e o olhar nada percebia.

Fiquei assustado

no meu medo não mais movia-se

As pernas ficaram todas inquietas, não suportei e caí.

Do chão da selva me encontrei caído

Procurando retirar a poeira,

da terra batida do caminho

aos poucos, rindo do que havia acontecido

levantar

escutando o eco ao longe

Deixava-me dominar por algo que imaginava,

só imaginava

Não vi para onde seu destino,

de onde partia, para onde ia

Nem que existia, não conseguir pôr meu olhar nítido

Só existia no meu pensar, fazia acreditar

Que do meu sonho havia surgido.

Fez-me ter tanta raiva, quão não agüentei

e dei um

grito,

apenas ouvia-se o eco repetindo-se

Uma pessoa foi surgindo, vindo do meio das árvores

Deu-me para notar, era agora nítido,

caminhando terna, tranqüila

Procurando a origem do grito,

procurando bem perto indagou-me:

"foi você quem gritou agora?"

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 08/02/2009
Código do texto: T1427700
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