Abrolhos
Do outro lado do balcão os olhos esbugalhados laçaram-se em minha direção. Bêbados mal conseguindo manterem-se fixos , engoliam-me.
Oscilavam em longas piscadelas daquelas que quase não voltam, mas iam se reabrindo lentamente.
Às vezes pareciam distantes, mas voltados para mim. Outras, mais intimidativos, me assediavam trôpegos.
Eram olhos de olhar evasivo, perdidos embora me seguissem.
Desequilibrados pelos enormes e seqüenciais goles de vodca os olhos passaram a vagar em sua órbita. Pesados fecharam-se num sono ébrio esquecendo-se de mim.