A COR DO VENTO
Não era uma estrela, isso eu já sabia, porque não tinha luz própria e sim uma luz que estava nos olhos ou até mesmo nos dentes, sim tinha uma luz, a vela talvez, mas tinha.
Tinha um cheiro, às vezes agradável e às vezes um pouco gostoso, mas sempre saudável, sempre dando a idéia de uma flor, talvez fosse uma flor do deserto ou até da montanha, mas não era uma flor qualquer, se fosse seria uma flor estranha e inocente e as vezes indiferente e triste.
Não tinha uma forma definida, as vezes nem era notada, e as vezes ninguém percebia, e quando isso acontecia, não murchava como todas as flores, sem folha, sem forma, sem flor, sem idéia. Não era uma vida só, talvez, se fosse, pudesse viver mais tranqüila, mas rinha várias vidas, não era um mundo, era apenas uma quantidade grande de vida, que não sai de um corpo quente, sai dos ventos e não era o vento. Não sabia, as vezes, nem o que falar, mas falava e não era a voz, se fosse, talvez nem tivesse uma expressão, mas era uma expressão verdadeira.
Não era árvore, talvez se preocupasse apenas em ser uma folha, mas não era uma folha, as folhas tinham cores e formas, apesar da forma ser verdadeiras e desiguais, não era uma folha. Queria ser tudo, mas não conseguia o que queria, talvez nem soubesse ser o que realmente era, não entendia de margens ou de rio e, no entanto se banhava se cobria e sabia que podia, apesar de não se interessar em saber, apesar de tudo queria o que podia, mas não era o saber, nem o rio e talvez não fosse a água incolor do dia. Se o dia não durasse tanto, talvez fosse o dia, mas o dia não morre e a cor do dia é rosa, como o dia tem cor, não era o dia, nem a noite poderia ser, não era um complemento, era um começo, um interesse e mais nada, ou talvez uma era. Talvez conhecesse a lua de perto, e não conhecia a terra, estava voando, talvez fosse o sonho, e talvez o sonho não fosse real, mas se fosse não teria graça alguma se a vida nem real é. O que poderia existir sem cor e sem forma? Não, não era incolor, não tinha cor, tinha um mundo de cores sem cor, então não existe, então não era o que era, era tudo, sem conseguir ser o que é. Talvez fosse justamente isso o que era, talvez não existisse, mas apesar de ser sem cor, se via no espaço. Sim era como a vida, e a vida são assim, sem mostrar, mostra o que poderia existir e não existe.
Não era uma estrela, isso eu já sabia, porque não tinha luz própria e sim uma luz que estava nos olhos ou até mesmo nos dentes, sim tinha uma luz, a vela talvez, mas tinha.
Tinha um cheiro, às vezes agradável e às vezes um pouco gostoso, mas sempre saudável, sempre dando a idéia de uma flor, talvez fosse uma flor do deserto ou até da montanha, mas não era uma flor qualquer, se fosse seria uma flor estranha e inocente e as vezes indiferente e triste.
Não tinha uma forma definida, as vezes nem era notada, e as vezes ninguém percebia, e quando isso acontecia, não murchava como todas as flores, sem folha, sem forma, sem flor, sem idéia. Não era uma vida só, talvez, se fosse, pudesse viver mais tranqüila, mas rinha várias vidas, não era um mundo, era apenas uma quantidade grande de vida, que não sai de um corpo quente, sai dos ventos e não era o vento. Não sabia, as vezes, nem o que falar, mas falava e não era a voz, se fosse, talvez nem tivesse uma expressão, mas era uma expressão verdadeira.
Não era árvore, talvez se preocupasse apenas em ser uma folha, mas não era uma folha, as folhas tinham cores e formas, apesar da forma ser verdadeiras e desiguais, não era uma folha. Queria ser tudo, mas não conseguia o que queria, talvez nem soubesse ser o que realmente era, não entendia de margens ou de rio e, no entanto se banhava se cobria e sabia que podia, apesar de não se interessar em saber, apesar de tudo queria o que podia, mas não era o saber, nem o rio e talvez não fosse a água incolor do dia. Se o dia não durasse tanto, talvez fosse o dia, mas o dia não morre e a cor do dia é rosa, como o dia tem cor, não era o dia, nem a noite poderia ser, não era um complemento, era um começo, um interesse e mais nada, ou talvez uma era. Talvez conhecesse a lua de perto, e não conhecia a terra, estava voando, talvez fosse o sonho, e talvez o sonho não fosse real, mas se fosse não teria graça alguma se a vida nem real é. O que poderia existir sem cor e sem forma? Não, não era incolor, não tinha cor, tinha um mundo de cores sem cor, então não existe, então não era o que era, era tudo, sem conseguir ser o que é. Talvez fosse justamente isso o que era, talvez não existisse, mas apesar de ser sem cor, se via no espaço. Sim era como a vida, e a vida são assim, sem mostrar, mostra o que poderia existir e não existe.