CASA >>> EM >>> RUÍNAS...
CASA VELHA EM RUÍNAS
Aquele velho casarão... outrora já fora mansão,abrigara muitas
vidas!
Haviam sinhás e senhor! Muitos sonhos e muito amor ,rondando naquele lugar.De fora,eu espiava e na minha mente rodopiava... idéias , pensamentos mil...
Pela janela se via, bem abaixo às galerias... velhos quadros... velhas estórias.
Estórias como a de Aninha, menina doce e suave... contava uns quinze anos, era filha de DOM ZÉ e FILOMENA, esta pequena e franzina senhora,não combinava ( quase em nada) com aquele homenzarrão, com quem casara e tivera três lindos filhos... HENRY, MARCEL e ANINHA.... a derradeira.
Moravam na casa grande... cheia de estórias... ZÉ...
JOSÉ EUSTÁQUIO MASCARENHAS DE ALBUQUERQUE , era filho de um barão muito conhecido , por aquelas bandas... Conhecera FILOMENA, menina pobre, mas graciosa .E pouco depois ... se deu o
enlace...
Primeiro... veio HENRY... (nome- herdado do avô paterno, assim como a personalidade... e que também deixara como herança aquele pedaço de chão e a casa cheia de estórias...
HENRY... sempre fora um menino determinado e mal acabara seu curso de direito, casara-se com GILDA... linda rapariga de Minas Gerais(Ouro Preto).Também formada em direito... embora não fosse dado o costume às mulheres da época.
Já,MARCEL o mais retraído, era dado a poeta... apaixonado pela vidae principalmente por Milena, uma bela morena, filha de um fazendeiro local, que rendeu-lhe , duas lindas filhas... TEREZA e RUTH.
Tudo ia muityo bem, na vida daquela velha casa cheia de estórias... na casa grande onde todos pareciam felizes. Uma bela família... , isso era muito natural naquela época... famílias imensas e felizes.
ANINHA... ia crescendo naquele meio... trazendo aos que a rodeavam o frescor de sua tenra idade... A alegria, sua singular companheira, enchia a todos de orgulho!
Com o passar dos tempos, ANINHA , tornara-se uma linda donzela de dezessete anos! Cheia de sonhos e princípios... estudava a ESCOLA NORMAL, seria em breve , uma professora.
Ocupava também seu tempo, além da escola com a música e a
pintura. Sentava-se , naquele imenso jardim com sua tela e daquela exuberante natureza... retirava todos o matizes possíveis. Quem via os seus trabalhos, parecia ouvir o rumor das àguas e a leveza das borboletas sobrevoando o regato com todos os seus tons...
Perdida em meio aqueles afazeres prazeirosos... ANINHA... divagava em seus sonhos de adolescente... entregando-se , cada vez mais aos coloridos das telas que pintava.
À noite ANINHA, sentava-se ao piano... de onde tirava alguns acordes de BEETHOVEN... e outros do gênero: entretendo assim seus familiares.
Numa tarde,enquanto pintava no jardim, ouviu alguns ruídos...
pareciam,galhos quebrados.. olhou ao redor... e ... nada viu,além do seu cãozinho Pavarroti que aliás circulava por lá... talvez, atrás do Max - (o gato)... molenga do quintal.!
Embora ANINHA,não maliciasse... haviam dois lindos e grandes olhos verdes que a fitavam... cenas assim, em muitas outras tardes.
Foram passando os dias... os meses... anos.Até que chegou o dia em que ANINHA, receberia o seu diploma de professora... e era também o dia em que estaria completando os seus dezoito aninhos.
A família,preparou então uma festa, onde honrosamente a jovem seria apresentada ,à sociedade mineira.
As janelas todas refletiam as luzes cristalinas daqueles lindos lustres, também de cristais... O som, suave daquela orquestra..Tocava... " Danubio Azul... ", tudo era impecável... de um bom gosto simples , porém imparcial.
Os primeiros convidados,chegaram... elegantes, assim como: os seus anfitriões.Cuprimentaram-se gentilmente e logo os homens passaram ao alpendre onde saboreavam os "HAVANAS - cheirosos", ... Trocando gentilezas, como era costume da época.
Anunciada a presença de ANINHA... todos o s convidados se reuniram ao pé da escada para saldá-la... a orquestra entoava..."AMORES CLANDESTINO..."
O coração de ANINHA... batia descompassadamente, com seus olhos grandes e negros cintilantes, descia lentamente os degraus... , como que querendo estender aquela magia para o resto de sua vida!
Os longos cabelos , lisos e negros.. constratavam com a alvura se sua pele e o tom de seu leve vestido... esvoaçante...
O pai, aquela figura gigantescas e terna ,cheio de orgulho toma a filha pelos braços para dançarem ... a primeira valsa de ANINHA.
Rodopiava... pelo salão... embevecida pela música...
Num determinhado momento mágico...aqueles olhos verdes que a muitoa observava no jardim, cruzara pela primenra vez com os olhos negros de ANINHA... esta sentira algo ... que jamais pudera imaginar sentir...
Aquele jovem mancebo,aproxima-se do pai da jovem e pede-lhe de forma gentil que lhe conceda a honra da próxima dança.. com a bela morena.
A doce menina... levita ... perde o chão! Sente-se flutuando... nos braços fortes do jovem ,louro de pele queimada pelo sol e de cabelos da cor de mel.
Desse momento de maravilhosa magia... surgia um novo idílio amoroso, naquela velha mansão.
Casaram-se , tiveram três lindos filhos... JOAQUIM,EDUARDO e CIBELE...
... e as vidas... naquele lugar..., parece que sempre decorreram, na mais perfeita paz. Foi o que deduzi... depois de muito espiar pela janela... daquela ... "CASA EM RUÍNAS..."