Folhas de Outono.

Esperava ancioso enquanto os pássaros regozijavam folhas secas em leves timbres que não pude indentificar o que é. Secase douradas as folhas caiam uma a uma, num balé mágico de entregar-se ao céu do fundo d'alma dos pássaros, onde o outono impuro, impiedoso e desgraçado fazia-me esperar.

Acabado o minuto definitivo da ausência das cores, dos sentidos, da vida, eu levantava a andar com pernas podres. A madeira de meu ser estava infestado de cupins da desgracença humana. E eu com meu corpo de madeira tornava a nadar n'água da tristeza humana, aonde os pés podres iam afundando aos poucos, mas sempre que tornava a tirá-los de lá eles retornavam, cada vez mais podres e fracos.

Em dados momentos eu era os pássaros, eu era as folhas que caiam, eu era a reunião dos deuses, eu sou o verbo, eu não era o verbo eu o sou. Más não sou Deus, eu não sou esse maldito verbo Deus e não acredito que esse cretino possa ser eu. Eu sou a fauna e a flora brincando de amar, eu sou os animais, as plantas, eu era as estações do ano, eu era tudo o que estava em mim para não dizer que era Deus e que Deus era essa metamorfose errante chamada humanidade.

Os pássaros que despiam as árvores faziam parte de mim, as folhas que eles derrubavam banhadas a ouro era uma parte de minha cabeço, minha icógnitiva e mera cabeça, a janela do meu ser, era isso o que manifestava pequenas formas de vida que manifestavam-se para fazer-me cair.

A TV da vida está ligada no canal da porcaria, onde minha TELENOVELA metamorfoseada estava sendo totalmente metafísica para iludir pequenos ignorantes, pequenas almas humanas que não sabem direito o que querem.

Tive várias formas de viver enquanto minha Tv ilusória da banalidade real estava ligada. Minhas quimeras estavam sangrando olhos roxos, meus medos: olhos verdes. Meus sentimentos: olhos cinzas.

Minha maneira de sentir, viver, de esperar sangrar adegradável realidade mítica do EU, sendo meu Deus comigo em pássaros.

Cortei-lhe as asas com diamantes de vidros. Atirando assim ao céu sangrando meus olhos verdes, roxosm cinzas, cortei tudo, guardei, inventei por um tempo, depois joguei fora.

Como outrora deixei de ser, estar, de viver, de sonhar, deixei de cair ao léu com minhas formas de não ser, esperando o lindo outono com sua forma dourada, meu cadáver de folhas secas e mortas, como esperança de um dia enraizar-se em mim.

Deimien Deinch
Enviado por Deimien Deinch em 09/09/2008
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