Universo

Calma. Face lisa. Um escuro perpassando indizíveis brilhos. Aqui se encontram desde partículas subatômicas até os superaglomerados galácticos, a Ursa-Maior e lindos olhos.Não sei o tamanho ao certo, a única certeza é o ir e vir eterno, que diariamente passa rente aos olhos da nebulosa do amor. Meu universo é feito de um halo de luz tão forte e intenso que chega a ser quase uma estrela na grande imensidão. E foi assim que tudo começou... Nada havia pra fazer e então uma generosa fonte de calor se propagou, ainda posso sentir aquele forte sopro que tudo criou, a grande bola densa se firmou e esfriou... Brinquei de ir e vir por bilhões de anos, quando de me dei conta, luzes espoucavam na grande imensidão negra e passei a conhecer a verdadeira luz e claridade, deu-se o tempo de ser uno... Galáxias, satélites e estrelas vieram a habitar o que nomeei de cosmos sideral... Milhares e centenas de milhares de minúsculas luzes passaram a povoar meu universo romântico, como zilhões de vaga-lumes vagalumiando por aí... Suspiro e posso dar uma descansada, será breve. Meu tempo é surreal e a velocidade da luz chispeia numa fração de segundo o mundo afora. Sonhando e filosofando eu formei miríades estelares só pra contemplar meu bem querer. Acordei e fui passear pela via-láctea, uma paragem tão bonita que ainda se modifica, uma verdadeira diva vaidosa, totalmente linda e glamourosa, esplendorosa... Ela me falou sobre o sistema solar, achei interessante, até que enfim um pouco de regra, lei e ordem, mas sem muito exagero, que é pra não chatear. Anoiteceu e meu pensamento foi conhecer plêiades azuis e alaranjadas, que lindo espetáculo! O gás resplandeceu e a nebulosa maior originou estrelas tão harmoniosas que passaram a circundar todo o espaço. Era o sistema solar que há pouco havia se manifestado, formaram o amor uno... O sol e tudo aqueceu... Mercúrio, resistência e orgulho... Vênus e um repente inocente... A Terra, meu doce sonho que acalenta odes e idílios dos mais variados pensamentos... A Lua que ilumina a minha doce Terra, que de tanta terra vive... Marte e uma grande indagação... Será re(ação)?... Júpiter e um vento que alude um acorde de som... Saturno e a sincronicidade de anéis que bailam na suavidade poética... Urano e uma profusão de luas pessoais... Netuno, muito profundo... Plutão e a falta de informação... Meio que de repente nesse bailar de luz e força, enxerguei um pontinho longínquo a me observar... Abri os olhos que estavam semi-cerrados e vi que me estudavam... Pequenas criaturas narravam estorietas sobre meus órgãos e organismos, ri baixinho pra não assustar e passei a ajudar, deixei a mostra pedaços que até então estavam escondidos, criei um diálogo especial e algumas das pequenas criaturas passaram a me entender... Foi uma alegria! Pra mim era tudo muito divertido... Postulados e descobertas... Mas, por um infeliz caso do acaso, uma sombra de ignorância eclipsou a órbita terrestre e outras pequenas criaturas passaram a perseguir meus diálogos, nada entenderam e prenderam os que me entendiam... Foi um terror, muito triste, demorou mas passou...

Outros bilhões de anos e uma pura poesia vem habitar meu coração, que alegria e satisfação... Meu universo sou eu mesma quem crio... Meu universo sou eu mesma a firmar meu pensamento pelo andar do tempo, posso expressar tudo com frases técnicas ou com frases ritmadas num poemeto interessado em unificar a razão e a emoção de se uno, de ser amor profundo... As miríades estelares revelaram o meu eterno bem querer... A lua ilumina a noite e o céu tão azul me faz lembrar de como tudo aconteceu... Universo... Meu inverso... Reverso...

Sandra Vaz de Faria
Enviado por Sandra Vaz de Faria em 06/09/2008
Código do texto: T1164549
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