Acqua

No teclado sem acentos...

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Era uma praia e uma mesa de madeira com dois bancos compridos, mas so estavamos eu e voce observando as pessoas brincando no dia quente e tentando aliviar a quentura das entranhas na agua morna.

Gritos. Gente correndo. Uma brisa salgada que pos um fim ao calor momentaneamente. Uma baleia orca surfando na crista daquela onda enorme, que ia me engolir e engolir voce.

Duas reacoes diferentes. Um pensamento de como sobreviver e uma atitude desesperada. Ai, meu Deus! E agora? Bloqueie a boca, o nariz e so abra os olhos quando tudo ja tiver passado. Voce nao conseguia fazer nada disso. Um bloqueio mental, nao fisico.

A onda veio, azul turquesa, com a baleia no topo, tao grande e alcancando tao longe, que foi capaz de chegar ate a rua de onde as pessoas assistiam a tudo boquiabertas. Mal sabiam que aquela distancia nao era segura, porque a natureza eh mais.

Mil corpos dancando esquisitamente no meio do azul, esperando que a onda se cansasse e finalmente se deitasse na areia. Quando foi embora, ainda deixou agua capaz de formar um lago.

Eu subi a superficie, mas voce nao estava la. Aih o desespero foi meu. Mergulhei deixando que a agua salgada ferisse meus olhos, mas queria que voce estivesse ao meu alcance. Ah, sim. Voce estava entre as farpas de madeira que sobraram do banco comprido, inconsciente.

Tentei te tirar de la e so consegui depois de ganhar um arranhao que tingiu a agua de vermelho, formando uma bonita mancha roxa. Tive um medo estupido de que um tubarao cheirasse meu sangue e nao me deixasse te salvar.

Enquanto me recuperava do esforco, voce abriu os olhos e me jogou um olhar confuso. Era o olhar que eu nao queria perder.

Acordei muito antes da hora e nao dormi mais. Meu estomago tremia e minhas maos reviravam.

Mesmo que tudo queira me afastar, eu vou sempre te buscar.

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