Um dia tão esperado...
O jantar seria servido em fina porcelana chinesa, acompanhada a guarnição da prataria lavrada de período imemorial. Brilhante. Conhecera poucas assim.
A baixela, as salvas, a sopeira tudo que não era porcelana fina e antiga e rara, era prata, essa guarnecida em ouro o fundo e as alças. Os pegadores também. Os cálices eram cristais. Os guardanapos, bordados em fios de ouro, o linho branco cegava tanto quanto o brilho da toalha alva imaculada, as franjas também douradas, curtas e desembaraçadas, parecia, fio a fio, como conveniente a recepções daquela estirpe.
Os comensais vestidos conforme a exigência da etiqueta.
O serviço anunciou os pratos: arroz com lingüiça, massa com sardinha e guisado com chuchu. O vinho, um rosé seleção, sem procedência definida.
- Sendo o que há, faz-se o quê? Lastimou-se uma das senhoras, há cinco dias aguardando a vez de aproximar-se de um prato de comida quente.