Mitologia inventada
Quando somente a fauna e a flora reinavam na terra, muitas estranhas figuras surgiram para compor o cenário de divindades e dar sentido a existência dos seres.
Na região onde hoje está situada a América Latina havia muitas cordilheiras que cercavam grandes áreas e formavam fortes correntes de vento propiciando que as sementes fossem levadas de um canto para outro sem haver planejamento para isso. Foi nessa época que, das folhas secas caídas de uma estranha e enorme árvore isolada num terreno árido, surgiu uma figura azulada com quatro mãos e corpo longarino: AVANHIR.
Deus da Semeação: Essa divindade utilizava a agilidade de suas mãos para espalhar sementes e propiciar que um grande número de árvores fosse plantado numa mesma região para alimentar e produzir sombra aos outros seres. Era o Deus da contemplação da terra.
Trabalhou arduamente na região da Amazônia brasileira. Exagerou criando uma flora quase impenetrável, uma mata fechada e sombria, e foi condenado a caminhar em lamaçais sob sol quente por espalhar mais vegetação que animais na terra. Por conta desse castigo, deixou aflorar em si a ira do Deus PRIFIO e fez surgir animais estranhos aos existentes que passariam a coabitar nesse ambiente pantanoso e sombrio sem que entrassem em confronto uns com os outros. À noite preocupava-se em assombrar outros bichos que não eram dali para que se evitassem conflitos.
Não estava satisfeito, AVANHIR com essa criação de animais estranhos e foi pedir conselho ao Deus PRIFIO cujo lhe transferira esses poderes. Este por sua vez, passou a dar mais e mais poderes a AVANHIR, inclusive o de fazer com que animais répteis e peçonhentos pudessem comer e engolir inteiros animais terrestres de grande porte que viessem se refrescar no pântano. Outra tristeza para AVANHIR, mas assim exigia PRIFIO, e assim se fez.
Os animais passaram então a comer uns aos outros na ânsia de se estabelecerem e marcarem território, mas as árvores ficaram intactas. A seleção de bichos foi se estabelecendo, restando sobrevivência aos mais fortes e mais espertos. Foi quando os animais começaram a sofrer mutações para que pudessem se sobrepor aos outros da mesma espécie ou de espécies diferentes. O Deus da Semeação temia pelas espécies.
AVANHIR assistia a tudo sem poder interferir. PRIFIO ria da desordem que se formou e também não interferia, gostava de colocar em prova a competência de AVANHIR.
AVANHIR teve que interceder. Foi quando um grupo de animais em mutação corpórea obteve forma de um ser que se assemelhava ao homem de hoje. Tinham muitos pelos pelo corpo todo, boca enorme, eram altos e largos, Ficavam em pé sobre duas patas traseiras e as duas patas dianteiras se assemelhavam às mãos de AVANHIR. Duas mãos inteligentes que passaram a construir abrigos de folhas para se safarem do calor intenso, e a represar água em buracos que abriam próximos dos abrigos. Dessa maneira poderiam se instalar tanto em regiões áridas quanto pantanosas. Não entravam em conflito com outros animais, mas buscavam com ordem a sobrevivência pacífica. Procriaram e multiplicaram-se, pois assim permitia AVANHIR. Tinha então surgido um ser perfeito para reinar na Terra. AVANHIR rendeu-se ao GORILUS, o maior de todos os deuses já surgidos na terra, o mais inteligente e apaziguador de todos os seres.