As aventuras de um músico

J L, é assim que todos o chamam. Músico violonista. Iniciou a sua carreira ainda menino. Tinha apenas sete anos de idade.

Amante incondicional da arte, em especial a música, e pela qual abandonou tudo e se dedicou com exclusividade.

Considerado em sua região, um dos melhores. Tendo sido premiado várias vezes, como o melhor violonista do ano.

Levado através dos shows, a conhecer outros Estados brasileiros e a vários Paises do mundo.

Mas como toda a outra profissão, durante o seu trajeto, encontrou muitos desafios.

Sonhos e mais sonhos envolve um artista.

Alguns desses sonhos ... Viajar, conhecer lugares e fazer intercâmbio da arte.

Foi numa dessas viagens aventureira, podemos dizer assim, que tudo aconteceu.

JL. Mesmo enfrentando todas as dificuldades do mundo, comprou uma passagem só de ida, por que não desejava voltar tão cedo do Rio de Janeiro... Berço dos artistas.

Ligou para mãe...

Mãe, eu estou indo amanhã para o Rio de Janeiro.

A mãe que não se surpreendia mais com as suas aventuras, sentiu só o aperto no coração.

Mas se sentindo tranqüila falava baixinho__ Vá com Deus filho!__Ela confiava, porque ele se cuidava bem.

Era um bom rapaz, nunca havia lhe dado nenhum desgosto, nem quando era mais jovem.

O músico convive, como todas as outras profissões, com pessoas de todos os tipos. Muitos deles viciados. Ele nunca havia provado nenhum tipo de drogas. E nem podia, pois sempre conversou abertamente sobre tudo com a mãe. Ela dava abertura pra ser discutido todos os assuntos em casa. Inclusive DROGAS.

No dia seguinte tomou o avião para o Rio de Janeiro.

E assim os dias foram passando e o pouco dinheiro acabando e nada de encontrar um lugar pra trabalhar.

A cantora que havia lhe convidado pra trabalhar, teve um problema de saúde e parou de cantar.

Ele tentou por tudo conseguir outro trabalho e nada.

A cada dia que passava a situação ficava mais difícil.

Os parentes... Fizeram o que podiam por ele__ A situação deles, também não era das melhores.

Imagine isso, uma família toda pobre...

Sem ninguém poder ajudar um ao outro__ É difícil acreditar__ Mas existe.

Um dia ele totalmente sem saída_ Pensou__vou embora.

Mas tinha que conseguir a passagem de volta . URGENTE!

Pois não tinha mais grana nem pra comer.

Pedindo a um e a outro empresário, conseguiu a passagem de volta.

Só que a passagem era São Paulo > São Luis.

E ele estava no Rio de Janeiro. E com pouco dinheiro.

Não houve como arrumar uma que fosse do Rio de janeiro> São Luis.

Ou era São Paulo > São Luis ou nada...

E para dificultar mais a sua situação, a passagem tinha dia e hora marcada pra sair de São Paulo. Era pegar ou largar.

Ele falou com seus botões__ Nem pensar em largar.

Arrumou as suas tralhas enormes. Instrumentos musicais, roupas, instrumentos eletrônicos, que auxiliavam nos shows. Etc. E pegou o ônibus rumo a São Paulo.

Chegando na rodoviária de São Paulo, dentro do horário previsto, isso pra tomar outro coletivo ate o aeroporto. Pois o dinheiro que lhe restava, só dava pra pegar coletivo. E o seu vôo era 5:00 horas da manhã, rumo a São Luis.

Mas esqueceu de investigar os horários dos coletivos.

Quando chegou na rodoviária, o ultimo ônibus que fazia linha ate o aeroporto em São Paulo, havia acabado de sair.

Imaginem só...

A primeira atitude foi perguntar o preço do táxi ate o aeroporto.

Aproximou do posto de táxi e perguntou. Hei! Senhor, quanto custa o táxi até o aeroporto?

O taxista coçou a cabeça pensou um pouco e falou. 75,00.

JL meteu a mão no bolso retirou a carteira, contou as cédulas só tinha 25,00.

Colocou o dinheiro na bolsa e meio envergonhado, retornou a carteira ao bolso, e voltou onde estavam as bagagens.

Lá coçava a cabeça e perguntava as horas.

Sentava nos bancos levantava... E o tempo passando...

Voltou ao ponto de táxi, e revelou toda sua estória a outro taxista... Desde o momento que saiu do RIO e a situação que se encontrava. E tinha que pegar o avião 5:00 horas da manhã. Se perdesse aquela passagem estava liquidado.

O único bem que tinha era o seu instrumento de trabalho. Esse ele não podia deixar .. até porque valia muito e não era justo.

O motorista respondeu que não podia fazer nada.

Ele retornou ao lugar onde estavam as bagagens...

O tempo ia passando e ele não encontrava uma solução. E pensava__Nunca na vida, havia ficado sem solução para os seus problemas__ Tinha que haver um jeito.

E o tempo passava ...

Após falar com vários taxistas. Ate pedir que fizessem a corrida pelos 25,00 Ninguém aceitava... E o problema continuava.

Desesperado...cansado, com fome, e sem saída, baixou a cabeça e começou a chorar.

As lágrimas escorriam torrencialmente.

Soluçando alto...

Chamou atenção dos transeuntes e dos motoristas de táxis. Todos já haviam ouvido a sua estória.

Naquele momento não havia como não se emocionar... Olhando um homem chorando desesperado, em plena rodoviária.

Um dos motoristas aproximou-se e confortou-lhe. Dizendo que ia fazer a ultima corrida daquela noite. E como residia pras bandas do aeroporto não custava nada lhe deixar lá, apesar de ser muito distante de onde ele residia. Que ele o aguardasse. Quando voltasse ele o deixaria no aeroporto.

E ao mesmo tempo, ele lhe prometeu que se fizesse aquela caridade__ Que confiasse nele__ Logo que chegasse em casa depositaria o valor na conta dele.

E o taxista assim fez...

Logo saiu com passageiro... Demorou... e o tempo passava. E nada...

Quando ele já não imaginava mais chegar a tempo no aeroporto, o taxista chegou apressado. Jogou tudo dele dentro do táxi , e saiu em alta velocidade.

E ele pensava __ se chegarmos vivos será um milagre.

Mas por sorte chegaram vivos e a tempo de ainda pegar o avião. Encima da hora. Mas tudo deu certo.

E quando chegou em casa ...O primeiro dinheiro que ganhou tocando foi pra enviar ao taxista.

E hoje, a todos que encontra em dificuldades, tenta ajudar. Pois nunca esqueceu o que passou, naquela fatídica noite.

Hoje quando conta essa estória em rodas de amigos, não há como não arrancar lágrimas, e sorrisos ao mesmo tempo.

Zaía Cruis
Enviado por Zaía Cruis em 08/07/2008
Código do texto: T1070411
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