Diário de Renata - Parte IV - Final
Frio... Renata sentia muito frio... eram já 3:50h da terça-feira. Tomou consciência de si; estava nua, completamente nua sobre a cama. Havia somente o lençol por debaixo dela... sentiu-se só.
Pior que o frio, era a sensação de que havia algo estranho no ar. Não sabia bem o que era... o que havia acontecido?! Lembrava-se de bem pouco...
Henrique chegando, rasgando sua roupa, a violação de sua boca, o tapa! Sentiu que ainda ardia um pouco... mas não era só o tapa que ardia... ardia-lhe todo o sexo... lembrou-se então do jantar; comeram muito, beberam mais ainda... foram 2 garrafas de vinho aquela noite...
Sentia o ardor... era bom... levantou-se... sentou-se sobre a cama, pisou o chão, descalça... sentiu o frio sob os pés... acalmava-lhe a alma...
Depois do vinho? Não conseguia lembrar com certeza... eram flashes devaneios, imagens soltas... era um álbum de fotografias desconexo... sem sequência... ardia gostoso... tudo ali embaixo ardia...
Pôs-se de pé! Caiu sentada sobre a cama... Tonteou-se...
Preocupou-se pelo que sentia...
Respirou fundo, apoiando-se à cama levantou-se de novo. Agora sim! De pé, procurou pelos chinelos, aqueles macios e quentinhos. Achou-os do outro lado da cama, calçou-os ao mesmo tempo em que vestia o roupão... ainda sentia frio... estava arrepiada...
Foi até a sala... tudo normal por lá...
Banheiro; normalíssimo...
Na cozinha; surpresa!
Restos de suas roupas pretas sobre o chão, lembrou-se então que Henrique a colocara sentada sobre a mesa e sentara-se na cadeira em frente... tocava-a com a boca... beijava-a... lambia desde a entrada ao mais fundo de sua feminilidade... O ardor deu lugar às sensações que sentira naquele instante...
Lembrara ainda que queria sufocar Henrique com as coxas,prendê-lo prá sempre alí... daquele jeito...
Sorriu... um sorriso leve, quase Gioconda...
Água, queria água... ápesar do frio que sentia ainda, tinha sede!
Serviu-se de um copo d´água e foi para a sala... Olhou a janela, fechada. Chegou-se mais para perto... olhou prá fora... nada... ele não estava lá!
Olhou o chão, próximo à porta... a chave não estava lá... correu para saber se a porta estava trancada... estava... suas chaves penduradas... Idiota, pensou! Deu uma cópia da chave para ele...
Sossegou-se...
Jogou-se ao sofá... tinha agora na lembrança tudo mais claro... Naquela noite entregara-se de toda a alma... sentira-se usada e abusada... e gostara daquilo tudo!
Lembrou-se, lentamente, de que Henrique penetrara-lhe em todos os seus segredos... já não eram mais secretos... a lembrança aquecia-a onde antes ardia...
Levou as pontas dos dedos ao clitóris.. tocava-se nas lembranças... um orgasmo leve, sutil e reconfortante tomou conta dela...
Deixou-se alí, sentada no sofá, lembrando...
Olhou para o relógio, marcava 4:32h...
Pensou que um bom banho seria bom, bem quente, naquela noite fria.
Levantou-se e só então percebeu uma folha dobrada sobre a mesa de centro. Tomou-a nas mãos e leu:
"Renata, Amor da minha vida,
hoje tive a certeza de que amo você, demais,
tenho para mim que nossos momentos
serão nossos para sempre e
cada vez melhores.
Beijos,
Henrique"
Sorriu quando leu e concordou com aquilo tudo. Também achava aquilo tudo...
... só ficou um pouco triste quando leu que deveria parar com a narrativa...
Gostava de se expor assim... para muitos... para ninguém...
E foi assim, que Renata mandou-me um beijo por e-mail e pediu que finalizasse seu Diário...
Triste por não poder continuar, encerro aqui a narrativa de uma mulher incomum... sensual, forte, alegre e maravilhosa... tal qual todas as mulheres do mundo!
***************************** FIM (prá nós, mas pelo que sei deles, vivem muito bem...)