Fim trágico de um Monstro do Espaço!

Em um livro de redação, foi pedido que continuasse a historia a partir deste fragmento abaixo:

"Um astronauta de volta a terra depois de uma desastrosa missão nos anéis de saturno, começou a derreter. Enlouquecido, foge da quarentena da NASA e ataca as pessoas no campo, criancinhas brincando, um fotógrafo pornô e sua modelo recalcitrante, um casal de velhinhos..."

Eis a minha versão:

Fim trágico de um Monstro do Espaço

Um astronauta de volta a terra depois de uma desastrosa missão nos anéis de saturno, começou a derreter. Enlouquecido, foge da quarentena da NASA e ataca as pessoas no campo, criancinhas brincando, um fotógrafo pornô e sua modelo recalcitrante, um casal de velhinhos... Enfim. Tudo que encontra em sua frente se torna alvo de sua ira. Por onde ele passa vai causando destruição, chamando a atenção por sua aparência que se modifica a cada hora, se derretendo, se transformando.

As perguntas não cessam. O que? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê? Você viu? Ele é feio? Perguntas que caminham até bater a porta das rádios e emissoras de TV. O caso toma fama nacional.

-ATENÇÃO TODAS AS UNIDADES DE POLÍCIA. O MONSTRO DO ESPAÇO ESTÁ SE DIRIGINDO PARA A ZONA LESTE.

Monstro do Espaço! Até nome o pobre desgraçado já ganhou. E agora se dirige para casa em busca de ajuda, dos únicos que, talvez, não queiram metê-lo numa maca para ser “dessecado”. Pra seu azar, a sua dúvida tinha toda certeza, pois sua própria família já tinha tratado de chamar a polícia. Sorte deste que tinha se casado com uma linda mulher fiel, que perante o altar disse que “estaria ao seu lado, mesmo que um dia ele virasse um monstro!”. Mais do que nunca está provado o poder das palavras!

Então ela pega sua caminhonete, ele não caberia no banco da frente, e rumo à estrada. Ele ainda tenta a aconselhar que pare a caminhonete, dê ré e fuja enquanto ainda lhe sobra um pouco de consciência e lucidez. Palavras sem efeito. Retire o que foi escrito sobre o poder delas, que apenas serviram pra dar mais coragem do que ela já tinha.

Agora o caso se torna seriíssimo quando percebem que vários carros da polícia, juntamente com dois helicópteros, um das forças armadas, e outro para a cobertura dos fatos, estão os seguindo. Pessoas de todo o país assistem em tempo real cada curva feita pela caminhonete desgovernada. Ele respira fundo, abaixa a cabeça, e suas lagrimas regam a tristeza de sua amada.

Pararam o carro e começaram a correr árvores adentro até encontrar uma cabana de praia, onde se abrigam cuja família, ali residente, fugiu de medo. É só uma questão de tempo até que as autoridades os achem.

Ele não sabe que está passando por um processo de reversão, mas percebe que não vai durar muito tempo. Posto essa idéia na cabeça, se despede da mulher que chora. Chora as saudades, a tristeza, a perda inevitável. E este atordoado, irritado, triste e alucinado, começa a correr madrugada a fora, gritando de dor.

Horas depois, perto ao amanhecer, a polícia encontra a cabana, aonde sua mulher se recusa dizer para onde ele foi, pois nem ela mesma sabe. Os polícias começam a procurar por toda a área quando de repente encontram a alguns quilômetros dali, uma criança linda e adorável, porém morta, a beira do mar. Um belo fim trágico, para o perseguido e odiado monstro do espaço.

O Poeta da Meia Noite
Enviado por O Poeta da Meia Noite em 12/04/2008
Reeditado em 22/06/2008
Código do texto: T941985
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