Crítica de jazz

1

Genghis Gato esperava seu comparsa, Enxada de Assis, no Largo dos Paranhos. Depois de quinze minutos, ele enfim chegou de carro. Genghis entra no veículo e ambos seguem em direção do local onde é provável que o alvo esteja. Passaram pelas Pitangueiras, pela entrada da Estação de Brotas (metrô), pela D. João VI... Quando passaram pela frente de um colégio que oferecia Educação de Jovens e Adultos, Genghis comentou:

- Estudei aí. Pouco antes de sair desse colégio, eu disse: “nunca mais coloco os pés aqui”. Acredita que as lembranças brilham em cores cintilantes na minha mente como se esse evento fosse recente?

- Na verdade, foi recente. Na semana passada. – respondeu Enxada.

- Caralho! É verdade! Está acontecendo tanta coisa nos últimos dias que parece que meses se passaram, e não dias.

Depois de terem descido a Ladeira da Cruz e Redenção e passarem pelo Itaigara, finalmente chegaram no local onde ocorreria a missão designada, um clube de jazz na Pituba. Há alguém lá dentro, de uma facção rival, que precisa ser “apagado”. O alvo estava ciente de que estava sendo caçado e por isso foi se esconder em um lugar onde imaginou que “bandidos incultos”, “burros” e “ignorantes” nunca chegariam nem perto. Mas ele se enganou, pois foi descoberto.

- Entra lá e mete bala nele. – disse Enxada.

- E por que tem que ser eu e não você? – questionou Genghis Gato.

Genghis Gato ganhou esse “codinome” ou apelido por causa de sua paixão por gatos. Era um cara conhecido como “amigo dos animais”. Em uma chacina, tomou cuidado para não metralhar um gato que estava no sofá na hora da ação. E conseguiu convencer os comparsas a ter o mesmo esmero. Em um assalto a domicílio, um colega de “profissão” ia atirar em um cachorro, mas Genghis não deixou. Uma vez deu um sermão sobre a “canalhice” em deixar um gato com fome enquanto esfaqueava o dono do bicho. “Não se faz isso com gatos! Seu canalha desgraçado!”. No entanto, Genghis era criticado pelas costas, pois seria “suscetível”. O Chefe dizia que se ele se apaixonasse por uma mulher, por exemplo, era possível que tentasse abandonar o crime. Outros colegas diziam que era como se ele estivesse atrás de uma “paixão”, algo que acionaria o “novo homem” dentro dele.

Enxada de Assis era diferente de Genghis. Seu apelido foi inspirado em um ocorrido brutal: ele assassinou um homem com golpes de enxada. Era um cara da roça, possuía ambições, dizia que iria “sair do mato” para a “vida boa”. O caminho que ele encontrou foi a criminalidade de Salvador. Não demorou para conseguir comprar um carro (este em que ele e Genghis estão dentro). Ele estava tão embrenhado na vida criminosa que a sua vida perderia o sentido fora dela. É por isso que ele é visto como uma “antítese” de Genghis: nada é capaz de tirá-lo da criminalidade. Pessoas até tentaram convencê-lo a sair e se deram mal: um pregador evangélico tentou convertê-lo e acabou “sumindo”; uma namorada que o queria no “caminho certo” teve o mesmo destino. Há um local, um matagal na beira de uma rodovia em Salvador, que seria o lugar de “descanso” das vítimas de Enxada.

- Olha para aquela mesa. – apontou Enxada. Era uma mesa cujo cliente tinha um gato em seu colo. – Você sabe como sou porra-louca, Genghis. Não vai querer que eu atire no pobre bichinho, não é?

- Isso é apelação! – contestou Genghis. – Mas eu sei qual é a sua. Bairro nobre e tal. Sabe que se houver morte em um lugar como esse, a polícia vai te caçar como você fosse um bicho. Você é um bundão e quer arriscar meu pescoço.

- Bobagem. – discordou Enxada.

- Porém, eu vou mesmo assim. – disse Genghis enquanto checava a pistola. – Assista e aprenda como mata sem chamar atenção.

- Vai lá, canastrão. – disse Enxada.

Genghis saiu do carro, andou em direção ao clube, mas parou por instante e pareceu refletir. Depois ele deu meia-volta e caminhou em direção ao carro.

- Que foi? Desistiu? Você nem chegou na entrada! – provocou Enxada.

- Não, idiota! Faça um favor para nós dois. – afirmou Genghis. – Quando o alvo me avistar dentro do clube, ele vai fugir e sair pela porta dos fundos. Espera lá e acaba com ele.

- Como sabe que ele vai fazer isso?

- Sabendo. Vai logo.

Enxada seguiu a recomendação. Genghis entrou no clube. Estava bem vestido, mesmo assim o segurança desconfiou. Então, Genghis tirou algumas notas de dinheiro e deu a ele. Dentro do clube de jazz, ele olhou cada mesa, inclusive aquela em que o cliente estava com um gato em mãos. Um homem que estava na mesa ao fundo o viu e, como previsto, saiu apressado pelos fundos. Era o alvo. É provável que Enxada acabe com ele. Genghis ia saindo quando começou a tocar “Psalm”, de John Coltrane. É uma faixa do lendário disco “A Love Supreme”.

Genghis ficou paralisado. Ele queria sair do clube. Porém, não conseguia. Estava dominado, encantado, embasbacado e muitos outros adjetivos que remetem ao fascínio. Genghis Kahn, a figura histórica, era conquistador. Genghis Gato, o executor a serviço do tráfico de drogas e apaixonado por gatos, agora estava sendo conquistado. O jazz de Coltrane entrou na sua alma até então impenetrável. Descodificou a natureza do “novo homem” que estava ininteligível no espírito de Genghis.

- Que música é essa? – ele perguntou ao dono do gato, que respondeu.

Ele fez questão de anotar o nome em um guardanapo. Enxada já havia apagado o alvo e não entendia por que o parceiro ainda não havia saído no clube. Ele não imaginava que estava acontecendo uma metamorfose que mudaria a relação dos dois para sempre.

Genghis se tocou que precisava sair. Ele lutou consigo mesmo e conseguiu triunfar, momentaneamente, sobre o fascínio. Saiu do clube e voltou ao carro.

- Por que demorou tanto, porra?! – bradou Enxada. – Eu ia vazar e deixar você lá. Você acha que ninguém ouviu os tiros? O que deu em você? Foi o gato?

- Não, cara! Vamos dar um fora daqui!

2

Horas depois, em casa com seus dois gatos, Genghis resolveu pesquisar sobre a música, descobriu o disco de Coltrane e fez o download dele. Escutou a noite inteira, ficando plenamente imerso nas canções de um álbum universal. Nesse período de apreciação, é como se uma redoma se formasse ao redor de Genghis, em que tudo que estava do lado de fora não importasse mais. Ele não se sentia tão bem em muitos anos. O “trabalho” como executor lhe incutiu uma paranoia nociva a si mesmo e ao seu redor. Quantas namoradas o deixaram? Porém, A Love Supreme era capaz de aliviar o seu espírito e de provocar nele sentimentos bons e inefáveis.

Contudo, Genghis queria expressar o que o jazz de Coltrane provocava. Criou cadastro em um site onde os usuários publicavam resenhas de álbuns de jazz. Escreveu um pequeno texto de cinco linhas em que explicava por que gostava tanto de A Love Supreme. Depois de algumas horas, cinco pessoas responderam à sua resenha. Em síntese, diziam que, apesar de alguns erros, a resenha de Genghis era “muito boa” e que ele tinha talento para a coisa. Pela primeira vez, em muitos anos, ele sentiu que poderia seguir um caminho legítimo, que não tinha nada a ver com o crime. Entretanto, ficou um pouco desanimado quando percebeu que a carreira de crítico de jazz não era nem um pouco lucrativa no Brasil. Isso significava que ele precisaria continuar no crime ou arrumar algum emprego indigno enquanto produzia suas resenhas. Se ele tinha notebook, era por causa do dinheiro do crime – ele nunca teria smartphone ou celular se trabalhasse lavando privadas. E por isso não seria, para ele, uma escolha difícil a se fazer.

3

Outra missão em bairro nobre. Dessa vez, Genghis e Enxada teriam que invadir uma boca – que estava dentro de uma residência no Corredor da Vitória -, matar quem estiver lá dentro e roubar toda droga e dinheiro. Alguém passou a informação para os traficantes e os executores poderão pegar uma bolada se tiverem sucesso.

No caminho para o local, Genghis estava com fone de ouvido.

- Está escutando o quê? – questionou Enxada.

- “For No Reason at All in C”, de Trumbauer e Beiderbecke. – respondeu Genghis.

- Quê!? Que merda é essa? Ha ha ha!

- Chama-se “jazz”.

- Você gosta dessas músicas? Por isso não pega ninguém!

O carro dos dois parou a alguns metros da casa. Eles também receberam a informação de que alguém entraria de carro na casa às 22 horas. Às 22h01, o tal veículo chegou. No momento em que a porta da garagem se abriu, Genghis e Enxada aproveitaram para invadir. Mataram logo o dono do carro usando armas com silenciadores. Em seguida, foram para dentro da casa. Em um cômodo, havia um laboratório de drogas com duas pessoas, que foram apagadas rapidamente. Em outra sala, duas mulheres contavam o dinheiro. Genghis e Enxada acabaram com elas. Depois de supostamente matar todos, eles começaram a pegar o dinheiro e as drogas quando alguém saiu de dentro do guarda-roupa e atirou neles com uma uzi. Errou todos os tiros.

- Que porra! Enxada, você disse que olhou todos os cômodos!

- Eu olhei, caralho!

- E por que esse merda ainda está vivo?

- Não vai estar daqui a pouco.

Enxada atirou nas duas pernas do homem.

- Não vamos matar ele aqui, não. – disse Enxada, demonstrando uma estranha excitação. – Há um lugar especial para ele.

- Tá falando do lugar onde você some com as pessoas? – questionou Genghis. Enxada apenas riu.

Os dois colocaram o infeliz no porta-malas do carro. O dinheiro e as drogas ficaram no banco de trás. Era para os dois levarem os “espólios” para o Chefe, em vez disso desviaram o caminho por um instante, para o matagal onde Enxada sumiu com as pessoas que tentaram convencê-lo a sair do crime.

Enxada e Genghis arrastaram o homem para dentro do matagal. O cara berrava palavras ininteligíveis. Era espanhol ou coisa parecida. Havia covas preparadas.

- Sim, meu amigo, eu reservo covas para desafetos. – afirmou Enxada.

Dois tiros na nuca calaram o homem para sempre. A terra o encobriu logo em seguida.

- Ouvi dizer que o tráfico de Salvador está recrutando refugiados venezuelanos. Talvez esse desgraçado fosse um deles. – disse Genghis.

4

Mais tarde, em casa, Genghis ficou refletindo. Ele esteve muito perto de morrer naquela noite. O cara atirou nele com uma pistola-metralhadora e errou todas as balas. Um milagre? Mas o que importava não era uma suposta ajuda sobrenatural. Ele preocupou-se em nunca mais ouvir música. Morto não escuta nada. Inspirou-se no autor de Eclesiastes para elaborar o aforismo: “na sepultura não há jazz”. Por muito pouco, ele seria separado do jazz para sempre. Se o gênero musical o inclinou para deixar o crime, ter quase sido assassinado o deixou com ainda mais vontade de sair do banditismo. Mas sabia que não seria tão simples. A facção não ia permitir que ele fosse embora. Pelo amor ao jazz, ele teria que enfrentar seus antigos aliados. Contudo, isso seria suicídio, pois seu poder de fogo era menor. Para ele, só restava uma alternativa: fugir. Colocou suas coisas numa mochila, pegou seus dois gatos e, sem se despedir do parceiro, mudou-se para um município vizinho de Salvador com a intenção de começar uma nova vida longe da criminalidade.

5

Seis meses depois, Genghis estava “limpo” e totalmente envolvido com o jazz. O dinheiro que ganhou com os homicídios o ajudou a se estabelecer. Voltou a frequentar a escola e isso fez ele melhorar sua escrita de forma significativa. Ele começou a ganhar dinheiro (pouco) com resenhas sobre discos de jazz lançados recentemente.

Sua maior conquista, no entanto, foi ter conhecido a sua namorada Letícia, uma professora de saxofone que estava morando com ele há três meses. Conheceu-a em um aplicativo de relacionamento. Letícia era como um complemento “técnico” ao talento de Genghis – suas resenhas eram “subjetivas” e usavam de metáforas que construíam imagens da música que era objeto da análise. Ele inspirou-se em Murakami para escrever textos assim, enquanto Letícia tinha musicologistas como referências. Apesar disso, Letícia entendia que o jazz era, sobretudo, improviso. Sua personalidade talvez fosse fundada no improviso. Desde a infância, Letícia tinha a capacidade de se virar em situações complicadas. Porém, não era uma habilidade relacionada ao raciocínio e à rigidez da lógica ou ao planejamento e, sim, à intuição, à espontaneidade, à invenção melódica. Daí a vocação e a propensão para o jazz. Ainda assim, ela temia que sua vida tornasse algo análogo ao free jazz, que ela compreendia como um “extremo” do improviso. Ao conhecer Genghis, ela notou que ele poderia ser um fator equilibrante. Um complementava o outro.

6

O casal andava nas ruas de Lauro de Freitas quando Genghis pensou ter visto alguém conhecido. “Será que...?”, questionou-se.

- Que foi, coração? – perguntou Letícia.

- Nada, amor. – respondeu Genghis.

Mas isso não a convenceu, e em casa, ela fez mais perguntas.

- Eu te conheço. Sei que há algo errado, Genghis. – disse Letícia. – Eu consigo perceber. Sua alma estava em ordem. Então aconteceu algo e sua alma está bagunçada, como se fosse um free jazz sombrio.

- Não é nada, já disse! – ele afirmou e depois a beijou. Ela sorriu, embora ainda estivesse ressabiada.

Dois dias depois, um homem que Letícia nunca tinha visto apareceu na sua aula de saxofone. Havia algo nele que a assustava. Ela o via como se ele fosse uma antítese do seu namorado. Quando terminou a aula, o homem se aproximou dela.

- Você é a mulher do Genghis? Entregue isso a ele. – disse o homem, que deu a Letícia um papel com um número de telefone anotado.

Mais tarde no mesmo dia, Letícia deu o telefone a Genghis e contou sobre o ocorrido. Genghis jogou fora o papel com o número de telefone.

- Na próxima vez que esse cara aparecer, chame a polícia! – disse Genghis.

- Quem é ele? – questionou Letícia.

- Não sei.

- SABE SIM, PORRA! Por que você não quer me contar? – disse Letícia. – Acha que sou alguma idiota? Uma bobinha? O cara fala como se te conhecesse e você fala como se conhecesse ele. Se não sabe quem é, como sabe que é perigoso?

Genghis ficou em silêncio. Letícia acendeu um cigarro e sentou no sofá.

- Preciso que me ajude em uma resen... – ia dizendo Genghis.

- Você acha que eu vou esquecer se você mudar de assunto? Não vou!

Na noite deste dia, Genghis dormiu no sofá. O dia seguinte foi de silêncio. Eles não se falaram.

Mas na noite do dia posterior, as circunstâncias forçaram o casal a se falar novamente. Dois homens, usando máscaras, tentaram invadir a casa de Genghis e Letícia.

- Acorda, Leti. – Genghis foi até o quarto. – Dois caras mascarados estão tentando entrar em casa e acho que querem nos matar.

- Meu Deus... – disse Letícia, expressando um horror que quase se torna choro.

Como Genghis ia se defender? Ele não tinha mais armas. Quando disse a si mesmo que ia sair do crime, estava falando sério. Gritos vindos da sala interromperam a reflexão. Eram gatos agonizando. Genghis e Letícia foram correndo para o cômodo. Os dois gatos foram mortos. Um aviso escrito com o sangue dos bichinhos: “não pode escapar, Genghis”. Genghis foi tomado por uma fúria silenciosa. Seu cenho manifestava um misto de tristeza e raiva. Os olhos lacrimejavam, mas as lágrimas não desceram para molhar sua expressão intacta. Letícia, chorando, o abraça. Ele retribui o carinho. Logo em seguida, começa a contar sobre o passado para ela. Omitiu muita coisa, suavizou sua história criminosa. Ele fez coisas horríveis e não queria que Letícia soubesse. E parece que a suposta transparência do namorado a fez se aproximar ainda mais. Ela disse que o passado não importava.

- Importa, Leti. – disse Genghis. – Tenho que resolver isso.

Uma hora mais tarde, mandou Letícia pegar o carro e deu a ela um mapa para que ela fosse a um lugar específico. Ela estava relutante e sem entender.

- Isso é improviso, Genghis? – perguntou.

- Talvez, amor. – ele respondeu. – Apenas vá para esse local e espere duas horas.

Beijaram-se e ela se foi. Em seguida, ele procurou, no lixo de casa, o papel com o telefone que o homem deu a Letícia. Depois que encontrou, fez a ligação.

- Ora se não é o amante de jazz e gatos! – disse a voz no outro lado da linha.

- Enxada, mataram meus gatos.

- E se você não se entregar, eu vou matar sua namorada.

- Eu vou me entregar. Mas vai ter que ser você.

- Ao chegar no local, não tente reagir.

Marcaram o local e a hora do encontro. Era de madrugada. Genghis foi até o lugar.

- Você nunca foi covarde, Genghis. – disse Enxada.

- Você sempre foi um bundão. – respondeu Genghis.

Enxada aponta a arma para Genghis. Revista-o e percebe que ele não tem arma alguma.

- Você está mesmo disposto a morrer para proteger sua namoradinha. Que nobre.

Enxada dá uma coronhada em Genghis e o obriga a entrar no carro. Dentro do veículo, ele coloca Miles Davis para tocar e diz para Genghis aproveitar o jazz “enquanto ainda pode”. Enxada estava levando-o para algum lugar.

- Você não tinha que fazer isso, Genghis. Quando você entra, não tem mais como sair. – afirmou Enxada.

- Você vai sumir comigo, Enxada?

- Sabe que sim. Mas eu gostava de você, cara. Me diga: o jazz se fundamenta no improviso. Por que não tenta improvisar agora, hein? Nem vai tentar fugir?

- Matar meus gatos foi a maior sacanagem. – disse Genghis, cujo tom da fala era uma mistura de tristeza e ódio.

- O plano A era matar sua mulher. Porém, percebemos que ia doer mais se acabássemos com os felinos.

Chegaram no local. O mesmo matagal onde Enxada matou o suposto venezuelano, o pregador e outras pessoas. Havia uma cova especial para Genghis. Tudo escuro e o ambiente estava muito mais assustador do que aquela vez em que Genghis esteve lá para matar uma pessoa. O som do rádio do carro estava alto e desta vez tocava o álbum Ascension, de Coltrane. Enxada manda Genghis se ajoelhar.

- Acabou para você, Genghis.

- O improviso é interessante, Enxada. Mas eu gosto é de previsibilidade.

Letícia saiu de dentro do mato e, usando um saxofone, dá um golpe na mão de Enxada, que deixa a arma cair. Genghis pega a arma e dispara no peito de Enxada. Ele cai e começa a cuspir sangue. Está agonizando. Genghis dá um fim ao sofrimento dele. Depois de matá-lo, enterrou-o na cova que ele mesmo havia preparado.

FIM

RoniPereira
Enviado por RoniPereira em 02/12/2024
Reeditado em 05/12/2024
Código do texto: T8210318
Classificação de conteúdo: seguro
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