O Livro Romano das Leis

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Antes de desaparecer, o professor de semiótica e bibliófilo Humberto Allan Leminski deixou um escrito (não se sabe precisamente se é um diário, memória, romance ou um híbrido desses gêneros). O relato a seguir é um resumo dessa obra narrado em terceira pessoa.

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Humberto desejava escrever um romance sobre Santo Agostinho. Uma espécie de romance biográfico focado na juventude do teólogo e filósofo que se tornou um clássico do pensamento ocidental. Apesar de sua erudição, o professor também se inspirava na cultura pop. O seriado de TV Smallville o incentivou a escrever sobre o jovem pensador antes de ele se tornar uma das grandes referências da intelectualidade católica. A obra centraria em Agostinho quando ele ainda era Aurélio de Cartago.

Aliás, esse seria o título do romance: “Aurélio de Cartago”.

O jovem Aurélio estudou retórica em Cartago, cidade que não existe mais. Humberto não conhecia nada sobre essa cidade-estado fenícia, que foi destruída pelos romanos em 146 a.C. e depois reconstruída por Júlio Cesar em 44 d.C. Até hoje existe “resquício” da civilização cartaginesa no subúrbio de Tunes, capital da Tunísia. O semiólogo cogitou ir à região.

Ele levaria a esposa, mas os dois estão brigados. A situação se degradou a tal ponto que eles não conseguem sequer dividir o mesmo cômodo. Humberto dorme no sofá da sala, o clássico castigo para o marido brigado com a esposa. A sua mulher se chama Raquel Graciliana Leminski, professora de literatura da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ela pesquisa a relação entre ficção policial e pós-modernismo. As razões para os dois estarem brigados não estão expostas no escrito deixado pelo professor. Há, inclusive, um breve relato sobre uma conversa que os dois tiveram sobre a futura obra de Humberto. O tom cordial sugere que o diálogo ocorreu antes de eles se desentenderem.

“Raquel, você acha uma boa ideia tentar pensar nesse romance de Aurélio como uma ficção de detetive?”

“Uma ficção histórica de mistério? Tipo ‘O Nome da Rosa’?”

“Algo parecido.”

“Você vai acabar escrevendo um romance pós-moderno.”

“Ih, lá vem…”

“O que você acha que é ‘O Nome da Rosa’, meu bem?”, perguntou Raquel, interrompendo o marido. “O hibridismo é uma característica pós-moderna. Você quer criar um Agostinho detetive? Estará misturando ficção histórica com ficção de detetive”.

“Estou pensando num mistério envolvendo uma obra de Cícero que Agostinho leu quando estava em Cartago”.

O professor não contou o que ocorreu depois do diálogo. Disse apenas que foi sozinho para a capital da Tunísia porque a esposa estava “de mal” com ele. Contou que estava dormindo no sofá, que jantava e almoçava na biblioteca se a Raquel estivesse na cozinha e que eles nem estavam se falando. Depois desses detalhes, relativamente vagos, o leitor do escrito de Humberto é transportado abruptamente para Tunes, onde a trama começa a ganhar contornos misteriosos.

Em Tunes, Humberto visitou as ruínas arqueológicas de Cartago. Ele se dedicou, principalmente, ao Teatro Romano. Na sua mente, ele cogitou utilizar do hibridismo em sua futura obra literária. Por que não dedicar um capítulo inteiro à escrita teatral? O capítulo deveria ficar com a forma de uma peça. Aí ele lembrou da esposa Raquel dizendo para ele: “isso é pós-modernismo”. Essa frase, aliás, era como se fosse o bordão dela.

Ao visitar a Biblioteca Nacional da Tunísia, Humberto veio saber da existência do homem que podemos considerar como o “antagonista” do relato. Depois de conversar com o bibliotecário, o professor acabou descobrindo um site de leilão de manuscritos. O site era hospedado em algum domínio de língua anglófona, mas o vendedor vivia em Tunes.

Humberto vasculha o site em busca da obra “Hortênsio”, de Cícero. Seria uma fonte que enriqueceria seu futuro romance. Ele não consegue achar. Mas encontra um manuscrito igualmente interessante: o Livro Romano das Leis. Teria sido elaborado no Império Romano. Foi encontrado em Cartago. Houve um período da História em que a cidade estava sob jugo dos romanos. Portanto, não seria absurdo encontrar manuscritos romanos em Tunes.

O manuscrito poderia ser acrescentado à obra “Aurélio de Cartago” e também seria capaz de elevar a erudição do livro. O semiólogo procurou o contato do vendedor.

O nome dele: Aníbal Barca. Junto com informações básicas havia o número de contato. Ele falava francês. O professor dominava um pouco o idioma; o suficiente para conversar.

Ao telefonar, outra pessoa atendeu. Não era um contato direto com o vendedor. Era uma espécie de Intermediário. A cautela era patente. Humberto precisou convencê-lo de que estava interessado em comprar. Concluindo essa fase, a ligação foi transferida.

“Bom dia! Sr. Aníbal?”

“Bom dia. Ele mesmo”.

“Você tem algo que me interessa…”

“Algum manuscrito encantou o senhor?”

“Exato. Eu sou professor de semiótica e estou escrevendo…”

“Interessante! O que te chamou atenção?”

“Livro Romano das Leis”

“É… esse livro também é conhecido como ‘Livro dos Modelos’”

“Continue… Isso é muito interessante!”

“Vamos nos encontrar pessoalmente. Levarei o manuscrito. Vamos nos ver ao meio-dia na Biblioteca Nacional. Combinado?”

“Combinado!”

Humberto confessa no relato que deveria ter prestado mais atenção na conversa. Ele veio perceber tarde demais que a expressão “Livro dos Modelos” era bastante suspeita. Se ele fosse atento em relação a isso, tudo que veio depois poderia ter sido evitado.

Horas depois, ao meio dia, o professor compareceu ao local marcado. O vendedor já estava lá. Depois dos cumprimentos, foram ao que interessa. Aníbal entregou o “Livro Romano das Leis” nas mãos de Humberto. O semiólogo “passa o olho” no manuscrito. Em seguida, Aníbal tira da pasta documentos que comprovariam a autenticidade do “Livro”.

“Quanto você quer por ele?”

“Sete mil dólares.”

“Por que vale tudo isso?”

“Porque há muitos compradores interessados. Lei de oferta e demanda. No leilão online, esse foi o valor mais alto que ofereceram”.

Humberto deu outra olhada no manuscrito. Notou que tal obra poderia ser utilizada em suas atividades acadêmicas, além das literárias. Quantos artigos científicos o “Livro” o inspiraria a escrever? Também olhou de novo os documentos. Foi convencido.

“Se você não levar, outro vai”, disse o vendedor.

“Vou levar”, respondeu o professor.

Com o manuscrito em mãos, Humberto ainda passou alguns dias em Tunes, onde voltou às ruínas. Ele visitou o Porto Púnico, as Termas de Antonino, o Teatro Romano (de novo), e o Templo de Tophet. Ele queria reconstruir a vida cultural e histórica da cidade para ser o mais verossímil possível em sua obra literária sobre Santo Agostinho.

Depois ele voltou a Salvador.

Nos eventos relatados a partir do retorno à capital baiana, não há mais menção a Raquel. É como se ela tivesse sido “apagada”, provavelmente porque Humberto achou que ela tornou-se uma personagem menor, cuja participação foi irrelevante no conjunto dos fatos que ocorreram desde a volta de Tunes.

Em casa, Humberto resolveu olhar detalhadamente o “Livro Romano das Leis”. Contatou um especialista no idioma utilizado no Império Romano e o pagou para que traduzisse o que estava escrito. Ao ler a obra traduzida, o professor foi dominado pela perplexidade. O conhecimento que possuía sobre semiótica nunca havia tido tanta utilidade como agora. Foram essas habilidades que o fizeram perceber que havia sido ludibriado. Irritado, começou a jogar livros no chão. Xingou uma variedade de palavrões. E manifestou uma fúria incomum contra Aníbal Barca, o vendedor.

“Livro dos Modelos! P****! Eu deveria ter notado na ligação!”, berrou Humberto.

Lendo o “Livro”, o semiólogo notou que as regras escritas eram vagas de conteúdo. São normas que efetivamente transmitem o conteúdo, apesar da amplitude de sentidos que podem sugerir. O problema é que tal linguagem era incompatível com a cultura do Império Romano. Os romanos possuíam uma cultura gramaticalizada. O direito romano era como um “manual”. Suas regras eram descritas em detalhes, sem margem para desvios. Um “Livro de Modelos” pressupõe modelos a imitar - característica de culturas textualizadas, não gramaticalizadas. A conclusão era óbvia: foi vítima de fraude.

Uma raiva insólita tomou conta do espírito de Humberto. Briga com a esposa, romance sobre Agostinho… nada mais importava. Vingar-se de Aníbal Barca - se é que é o nome verdadeiro dele - era o seu objetivo maior naquele momento. Não iria descansar até ver o pilantra preso.

Uma das primeiras coisas que ele fez, depois de ter descoberto que foi enganado, foi ligar para o número do tal Intermediário.

“Alô? Boa tarde. Transfere para seu chefe, por favor!”, afirmou Humberto, quase xingando o homem.

“Quem quer falar com ele?”, perguntou o Intermediário.

“Um cliente!”

“Desculpe, Aníbal não pode atender…”

“Olha só, pilantra! Eu vou com tudo para cima de vo…”

O telefone foi desligado antes que completasse a frase.

A parte final do relato de Humberto diz que ele voltaria a Tunes para recuperar o dinheiro perdido e colocar Aníbal e sua organização criminosa atrás das grades.

Então, ele nunca mais foi visto.

2

Raimundo Ramos, o detetive particular designado para encontrar o professor, teve acesso ao relato de Humberto. O resumo foi feito por ele.

Ele teve acesso a essa suposta obra híbrida e inacabada graças a Eloísa Pereira, a amante de Humberto. Será que ela foi a razão para a briga entre Humberto e Raquel?

Depois que ela leu sobre a intenção dele de voltar para a capital tunisiana, compreendeu que ele pode ter sido vítima dos mesmos fraudadores. Ou seja, de fato, haveria uma organização criminosa que deve ter eliminado o professor. Mas foi tolice enfrentar um grupo criminoso que você sequer sabe o tamanho, influência e poder.

A conclusão de Ramos foi distinta.

“São picaretas de baixo nível”, afirmou o detetive. “O cara tinha um telefone que era atendido por um ‘intermediário’. É um esquema quase amador. O sujeito que 'intermedeia' é usado para filtrar e impedir que vítimas lesadas pelo golpe entrem contato; ao mesmo tempo, potenciais vítimas podem ligar para ele. Organização criminosa costuma agir de forma mais sofisticada que isso”.

Eloísa não se deu por vencida e retrucou. Ela trabalha de escriturária no Banco do Brasil. Quando respondia questões de raciocínio lógico em concursos públicos, sorria na prova de tanto prazer, enquanto o resto da sala expressava pavor nos cenhos. Portanto, ela adorava debater lógica, dedução e assuntos do tipo.

“Acredito que não precisava de tanta sofisticação porque as vítimas também não eram sofisticadas”, ela disse. “É tudo uma questão de adaptação”.

“Essa é uma maneira muita educada e eufemística de dizer que seu namorado era um trouxa”, disse o detetive, quase rindo.

“Eles eram relativamente sofisticados”, disse Eloísa. “Têm o site, o fraudador era convincente e eu vi os documentos falsificados. Pareciam autênticos”.

“Onde estão esses documentos?”

“Sumiram junto com Humberto.”

“Se trata-se de uma organização criminosa, pode ser perigoso enfrentar”, afirmou o detetive. “Isso tem que ser trabalho da polícia internacional”.

“Não quero que você enfrente”, afirmou a moça. “Só quero que encontre meu Humberto”. Os olhos dela brilharam ao dizer isso. Parecia que ela gostava mesmo do cara e agora estava sofrendo. “Ele ia deixá-la. Íamos sair de Salvador.”

Ramos aceita o trabalho. A sua intuição de detetive, no entanto, dizia para ele questionar o tal relato. Para todas essas hipóteses citadas anteriormente serem cogitadas, um fato precisa ser confirmado: o relato de Humberto era verdadeiro? Ou ele era um narrador não confiável? É um condicional básico. O detetive não iria viajar para Tunes à toa.

3

Para saber se o relato era verdadeiro, o primeiro passo era tentar confirmar as afirmações verificáveis feitas na “obra” do professor de Semiótica. O primeiro passo foi descobrir se Humberto realmente viajou para Tunes. Procurou familiares e amigos, mas estranhamente não encontrou ninguém. A única familiar cuja existência seria confirmada era a esposa irritada, Raquel.

Foi à casa do casal, na Pituba. Morava em condomínio fechado. Ele não passou nem da entrada.

“Dona Raquel não se encontra”, disse o porteiro.

“Quando posso encontrá-la?”

“Não sei. Ela saiu com malas”, respondeu.

Ramos tirou seu cartão do bolso e entregou ao porteiro. “Quando ela voltar, diga para entrar em contato com esse número. E me diga: você soube do sumiço do marido dela?”

“Não sabia! Aliás, não vejo o marido há tempos”.

O detetive não havia progredido no '"Caso Humberto". Não encontrou amigos, familiares e nem a esposa do sumido. A outra opção era descobrir se ele pagou pela viagem à Tunísia. Poderia recorrer a registros bancários, faturas de cartão de crédito e afins. Também poderia checar e-mails e aplicativos para ver se havia confirmação de pagamento de passagens. Mas tudo isso significava invadir privacidade. Ele só conseguiria acesso a essas coisas via decisão judicial.

O outro modo é consultar as companhias aéreas. Normalmente, essas empresas são cooperativas com informações básicas. Contudo, Ramos quer informações sensíveis. Para tirar isso das empresas aéreas, teria que ter autorização familiar ou embasamento judicial. Entretanto, desta vez, havia uma alternativa. Ele teria que buscar contatos, como um amigo que trabalha na polícia.

“Tem como conseguir para mim o registro de clientes de todas as companhias aéreas nos últimos 60 dias?”

“Sim, mas isso leva tempo”.

“Quanto?”

“Uns quatro dias. Procura algum nome?”

“Humberto Allan Leminski”.

4

Dias depois, Ramos recebeu o relatório das companhias de voo. Olhou várias vezes. Examinou as listas. Não havia nenhum cliente chamado “Humberto Allen Leminski”. No mínimo, ele não havia feito nenhuma viagem a Tunes. Ou fez com nome falso. No máximo, ele não existia. Não havia amigos, familiares e até a esposa havia sumido. Ramos começou a achar que estava sendo vítima de trote.

Procurou Eloísa, a amante. Foi à casa dela. Não havia ninguém. Nenhum móvel. A casa estava vazia e a situação ficava mais bizarra. Parece que Humberto não existia. Ele nunca foi visto. Agora a amante sumiu, mas ele a viu.

Perguntou a uma vizinha: “A sra. Eloísa se mudou?”

“A moça que morava aí? Não sabia que se chamava Eloísa.”

“Qual o nome dela?”

“Não sei. Ela não disse”.

Ao longo dos dias, Ramos ficava inquieto e até paranoico. “Alguém só pode estar me zoando”. Começou a se questionar: Humberto era professor de semiótica. De qual faculdade? Mistério. No tal relato, essa informação não existe. Colocou seu nome no Google. Não achou informação alguma. O cara era uma ficção. Pesquisou o nome da esposa, Raquel Graciliana Leminski. Existe! É professora de literatura da UFBA. Ele foi à universidade.

No Instituto de Letras, procurou a sala dela. Trancada. Quando ia passando pelo corredor, viu um professor.

“Boa tarde! O senhor sabe onde posso encontrar a professora Raquel?”

“Boa tarde! Ela está de licença. Não sei quando ela volta.”

“O senhor a conhece?”

“E como! Ela foi minha orientanda.”

“Sabe se ela tem marido?”

“Sim, ela tem.”

“Nome dele?”

“Eita, sabe que não me lembro?”

“O cara parece que não existe!”

“Como assim?”

Ramos explicou a situação. O professor, que se chama Rubem Bolaño, é especialista em metaficção. Ele convidou Ramos para conversar na sala.

“Já leu 2666, meu rapaz?”, perguntou o professor enquanto enchia dois copos de café.

“Já ouvi falar”, respondeu Ramos, cada vez mais intrigado.

“Pensadores da literatura criaram uma tal de uma teoria inspirada num personagem desse livro”, disse o professor. “No livro, personagens tentam encontrar um professor chamado Archimboldi. Dizem que ele teria sido visto em um lugar no México. Foram até lá, mas não encontraram nada. Então, vejo que você está numa situação parecida. A Teoria do Archimboldi talvez se aplique ao seu caso: é sobre personagens que são mencionados, porém nunca aparecem diretamente na narrativa. Você está atrás de um personagem inalcançável.”

“Mas para a teoria fazer sentido, eu teria que ser um personagem”, afirmou Ramos.

“E se você for?”

“Isso é loucura.”

“Talvez sejamos personagens. Costumo dizer que somos personagens da eterna dramaturgia de Deus”.

“Obrigado pelo café, professor”, disse Ramos, que levantou de forma abrupta e foi embora.

5

Lendo o currículo da professora Raquel, Ramos viu que ela é especialista em pós-modernismo e em ficção policial. A conclusão dele: o relato do suposto Humberto parece ter sido um conto policial elaborado por ela.

Estava deixando o caso - uma “brincadeira de mau gosto”, segundo ele - de lado para sempre. Mas aí o telefone tocou. Era a professora Raquel.

“Foi você que inventou tudo aquilo, Raquel? Para quê? Humberto não existe!”

“Ele está em Tunes.”

“Não há nenhuma evidência disso!”

“Eu posso provar. Tenho boletos comprovando o pagamento.”

“Para de mentir!”, disse Ramos, antes de desligar o telefone.

O caso havia deixado Ramos confuso. Ele tentou não pensar mais naquilo. Distraiu-se indo a bares, botecos, bordéis e motéis. Ficou longe de outros trabalhos para detetives. Queria dar um tempo. E os dias foram passando até que o “Caso Humberto” irrompeu novamente no seu cotidiano. Telefone toca. Era seu amigo policial.

“Você não vai acreditar, Ramos. O tal do Humberto está em Tunes.”

“Mas como?”

“Ele usava um nome falso. Mas foi identificado”.

Agora tudo mudava.

Ou não. Ramos lembrou-se da Teoria de Archimboldi. Se o professor tinha razão e ele é um personagem, agora autoconsciente, seria inútil ir a Tunes. Humberto é um personagem inalcançável. O detetive teria o mesmo destino de personagens de 2666. Ele iria à capital da Tunísia. No entanto, não encontraria o professor.

“Eu não estou mais nesse caso”, disse Ramos.

Ele desligou o telefone e seguiu na sua rotina. Queria permanecer longe do trabalho de detetive.

FIM

RoniPereira
Enviado por RoniPereira em 26/06/2024
Reeditado em 01/11/2024
Código do texto: T8094414
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